quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Suécia tem boom de estupros coletivos entre adolescentes

 05/12/13 
FLÁVIA DENISE
ESPECIAL PARA O TEMPO

A Suécia tem uma das menores taxas de homicídios do mundo (1 por 100 mil habitantes), uma das menores populações prisionais (7.450 detentos) e, recentemente, o governo anunciou que está fechando quatro de seus presídios por falta de condenados. Porém, um alerta emitido pela polícia de Estocolmo na terça-feira chamou a atenção para um problema que o país não tem debatido: o abuso sexual entre jovens.

Um estudo publicado na última semana pela organização Youth Sexual Agression & Victimization (Ysav, na sigla em inglês) mostra que, desde o início do ano, o país contabilizou quase 1.600 casos de abuso sexual envolvendo menores de idade, contra 1.301 em 2012. Os dados são agravados pelo fato de que esses abusos são cometidos por jovens suecos contra suas namoradas, amigas e conhecidas.

Segundo o policial Mihajlo Mrdjen, os jovens suecos não têm mais uma noção clara do que é certo e errado – e acabam cruzando a linha da paquera para o estupro sem nem perceber. “Eu tenho trabalhado como policial há sete anos e posso dizer com confiança que houve uma mudança. Nunca foi tão difícil investigar esses casos como agora. É como se a zona cinzenta entre o que é certo e o que é criminoso tivesse se tornado ainda mais cinzenta”, disse ao jornal “Dagens Nyheter”.

Ainda segundo a polícia sueca, os atos são filmados ou fotografados nos celulares. Os estupros de meninas menores de idade no país ocorrem em grupos. “A menina tenta dizer não, mas não consegue e é chantageada pelos agressores, que ameaçam divulgar as imagens na internet”, contou à AFP a inspetora de polícia Moni Winsens.

Caso. A polícia sueca emitiu o alerta de casos de estupros coletivos porque nesta semana três adolescentes foram acusados de terem abusado de uma menina em um parque da cidade. Esse caso segue o exemplo do que mostram as estatísticas. Uma jovem sueca foi abordada por estranhos no parque, que a estupraram. Ela diz não ter conseguido se defender, pois estava petrificada diante de rapazes que ela não conhecia. 

Jornal O Tempo - (Com agências)

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