segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

PRESO POR DESVIAR 1,3 MILHÃO DE CAMPANHA DO DESARMAMENTO ERA MEMBRO DO CONASP E CONSELHEIRO DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA!

28/11/2013 - 
Veículo: Agência Brasil / Veiculação: On-line
ESPECIALISTA CRITICA PARTICIPAÇÃO DE ONGs APÓS FRAUDE MILIONÁRIA EM CAMPANHA DO DESARMAMENTO

Batizada de “Vulcano”, uma operação da Polícia Federal vem apurando a ocorrência de fraudes de grandes proporções nas campanhas de desarmamento. Até agora, foram cumpridos mandados de prisão em cidades baianas e em Fortaleza, capital do Ceará.

Um dos presos, Clovis Nunes, além de coordenador da MovPaz, a principal envolvida na fraude, foi eleito em abril para o CONASP - Conselho Nacional de Segurança Pública - e se tornou conselheiro do Ministério da Justiça de acordo com informações constantes do site da ONG.

De acordo com as primeiras informações, o esquema funcionava através de ONGs desarmamentistas e consistia no fornecimento de dados fictícios e na fabricação artesanal de armas para entrega em postos de coleta, mediante pagamento da indenização fixada pelo Governo Federal, que varia entre R$150,00 e R$450,00, a depender do tipo e do calibre da arma. Os dados colhidos na investigação apontam que mais de 8 mil armas que constam como recolhidas mediante indenização na verdade não existiam ou eram de fabricação caseira. A fraude supera a cifra de 1,3 milhão de reais.

De acordo com o pesquisador em segurança pública Fabricio Rebelo, que coordena no Nordeste a ONG Movimento Viva Brasil, contrária ao desarmamento, a operação mostra a fragilidade e o risco envolvidos na forma de execução das campanhas de recolhimento de armas. “Fica mais uma vez evidenciado o quão temerário é admitir, através das chamadas parcerias, a ingerência de entidades não governamentais com ideologia desarmamentista num setor tão estratégico da segurança pública, principalmente com essa possibilidade de manipulação”, afirma.

Para o pesquisador, além do prejuízo ao erário, a fraude também demonstra como os dados relativos às campanhas de desarmamento são frágeis. “Apenas nessa operação, mais de 8 mil armas tidas como recolhidas eram fruto de fraude, mas elas estão computadas nas estatísticas do Ministério da Justiça, que usa esses dados para tentar demonstrar uma adesão da sociedade às suas campanhas de desarmamento. Agora, todos esses dados ficam sob suspeita, inclusive pelo risco de que esquemas semelhantes se repitam em outros estados”, conclui Rebelo.

A operação também apura a participação de integrantes da Polícia Militar no esquema e já resultou na prisão do ex-comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar de Feira de Santana (BA). Com ele, foi apreendida uma arma sem documentação, uma carabina calibre 44.

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