domingo, 1 de dezembro de 2013

Internet usada para o mal


Heron Guimarães

A internet, ao mesmo tempo em que transforma hábitos, informa, orienta e traz mais comodidade para os viventes dos dias de hoje, é também terra de ninguém. Em um país onde as relações interpessoais ficam cada vez mais desgastadas, a situação no mundo virtual consegue ser pior.

A realidade é assustadora, impiedosa para quem, por alguma infelicidade, cai nas garras de sujeitos mal-intencionados ou de armadilhas preparadas por verdadeiras quadrilhas.

A rede se transformou em um terreno fértil para todo tipo de bandalheira e de prática de crimes. De tráfico de drogas à comercialização de recém-nascidos, passando por vingança e ameaças claras contra a vida.

Belo Horizonte, nesta semana, foi palco de dois exemplos dessa ausência de escrúpulos e de controle. Assim, como tudo na sociedade, onde o Estado não se faz presente, o crime predomina.

Uma mãe, desesperada por sua infidelidade conjugal, negociou a entrega de seu bebê por um desses sites por meio do qual se trocam vidas como se fossem mercadorias. Esse tipo de atitude já é visto como casual. Banalizou-se, como banalizada está a prática de homicídios entre jovens da periferia.

Nenhum desses crimes cibernéticos é novidade. Eles, inclusive, já ocorriam antes da sociedade se mergulhar nas facilidades virtuais, porém, agora, eles têm endereços, são facilmente identificados por serviços de inteligência e deixam rastros.

INÉRCIA DAS AUTORIDADES

O que é difícil é acreditar na inércia das autoridades. Ninguém se preocupa com nada. Políticos, governos, juízes e órgãos de polícia mantêm um blá-blá-blá interminável que nada produz.
Há pouco tempo, um caso parecido de negociação de crianças veio à tona em Betim. Um bebê foi negociado pela rede de computadores e quase retirado da maternidade sem que as autoridades soubessem. Nesse caso, os administradores do site sequer foram identificados. Provavelmente, eles já criaram outros endereços para continuar com a atividade, mantendo o deplorável escambo.

Em outro caso, uma modelo ou uma menina que sonhava em ser modelo se envolveu ou foi envolvida em uma rede de intrigas que coloca em xeque os conceitos mais elementares de moralidade e civilidade. Vídeos feitos em sua intimidade, com ou sem sua permissão (isso não vem ao caso) foram parar nos celulares de milhares de pessoas.

Se tivéssemos uma legislação mais ríspida nenhum desses casos teria ocorrido. A falta de uma regulamentação e de uma discussão mais séria por parte das autoridades facilita a ação de criminosos e psicopatas, pessoas ou organizações que se colocam acima do bem e do mal e contam com a paralisia da nação para aplicar golpes de morte contra quem, de um dia para o outro, tem a vida toda revirada. (transcrito de O Tempo)

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