15/12/2013
Reportagem do site da Veja, publicada neste domingo, revela detalhes ainda mais sombrios sobre o escândalo da máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS), em São Paulo. De acordo com a reportagem, empresas constituídas por construtoras que integram a "lista da propina" da máfia destinaram pelo menos R$ 1,6 milhão para campanhas nas duas últimas eleições.
Segundo a Veja, oito Sociedades de Propósito Específico (SPEs) apontadas pelos auditores fiscais da prefeitura de São Paulo como pagadoras de propina doaram para dezenove candidatos. Todas as doações foram declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2010 e 2012.
No esquema da máfia do ISS, auditores fiscais cobravam propina de empresas para diminuir o valor do imposto que deveria ser recolhido aos cofres do município para a obtenção do habite-se. O esquema pode ter causado um prejuízo aos cofres públicos de pelo menos R$ 500 milhões.
As provas que já vieram à tona nesta e em outras reportagens comprovam que o esquema já existia há algum tempo. E muitas perguntas ficam no ar: como a prefeitura de São Paulo nunca denunciou antes que os valores que recebia pelo ISS eram tão discrepantes (os que integravam a máfia e subornavam auditores pagavam infinitamente menos que os demais)? Isso nunca chamou a atenção antes? Como ninguém sabia disso?
No caso do mensalão, impulsionado pela grande imprensa, o país inteiro afirmou que todos sabiam do que acontecia. E no caso do ISS de São Paulo, que envolve uma prefeitura e não um país inteiro - portanto, um universo muito menor - ninguém sabia do que acontecia? E ninguém questiona isso?
Por que esta omissão absoluta das autoridades e até da própria opinião pública? As respostas devem vir à tona, assim como os detalhes ainda escondidos desta ardilosa engrenagem.
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