03/12/13
CAMILA KIFER / BÁRBARA FERREIRA
Os crimes violentos e contra o patrimônio registraram juntos aumento de 2.639 casos, entre janeiro e novembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2012. Enquanto em 2013 o Estado registrou 4.964 crimes violentos, no mesmo período no ano passado o número foi de 3.636, sendo um aumento de 1.328 casos. Já o número de crimes violentos contra o patrimônio foi de 4.528 neste ano, contra 3.217 em 2012, um aumento de 1.311 casos. Os dados são de um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), divulgado nesta terça-feira (3).
De acordo com o sociólogo Robson Sávio, do núcleo de estudos sociopolíticos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), esse aumento pode estar relacionado com o número excessivo de gastos do governo com investimento na polícia e em unidades prisionais, que segundo o especialista são medidas paliativas.
“O aumento muito grande na criminalidade observada na última década demandou um aumento nos gastos do Estado com a segurança pública. Agora, o governo chega a um ponto onde não há mais como reduzir esses investimentos e as verdadeiras ações de prevenção, que dão resultado a médio e longo prazo, estão sendo deixadas em um segundo plano”, explica.
Estão enquadrados nos crimes violentos: estupro tentado e consumado, roubo, extorsão mediante sequestro, sequestro e cárcere privado e homicídio tentado e consumado. Já os roubos e extorsão mediante sequestro são colocados no conjunto dos crimes violentos contra o patrimônio. O levantamento é realizado em Belo Horizonte e em 28 cidades do Estado com mais de 100 mil habitantes.
Para o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, o aumento nos números é um desafio enfrentado por todos os Estados do país. “O crescimento do roubo consumado é um fenômeno não só do Estado, como de todo o país, que tem impactado no aumento nos demais índices”.
A empresária Fernanda Stefani Fonseca de Souza, de 25 anos, foi vítima de um roubo a mão armada na madrugada da última segunda-feira. Os assaltantes invadiram o bar que ela possui no bairro Jardim Atlântica, na região da Pampulha, e levaram o dinheiro do caixa, o pagamento dos funcionários e objetos pessoais das vítimas. Ela não acha que isso tem a ver com o local onde ela abriu o seu bar e, sim, com a vulnerabilidade em que todos se encontram frente a criminalidade.
“Acho que isso não é culpa da sociedade em si e dos próprios criminosos. É muito mais relacionado com a falta de políticas contra o crime e do fato de que eles vivem às margens da sociedade”. Ela ainda acredita na reinserção dessas pessoas mesmo tendo sido uma vítima desses números.
Medidas
De acordo com a assessoria do governo, até 2014, serão investidos cerca de R$ 600 milhões na segurança pública de Minas. O efetivo das polícias está sendo ampliado, com a contratação de 6.000 novos policiais civis, militares e bombeiros, e parte das 3.000 novas viaturas adquiridas para as instituições já foi distribuída.
O secretário também destaca a eleição de 13 municípios prioritários que, juntos, englobam a maior parte dos crimes violentos, para trabalhos da Integração da Gestão da Segurança Pública ( Igesp Focal) com métodos, reuniões e ações priorizadas nestas cidades. “Entre as ações desenvolvidas no Igesp Focal, estão, por exemplo, a identificação de um número específico de alvos para prisão, entre criminosos que tenham praticado vários crimes, sobretudo roubos, e ainda estejam soltos”, destaca Ferraz.
http://www.otempo.com.br/cidades/crimes-violentos-e-contra-patrimônio-disparam-em-minas
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ResponderExcluirA população aumenta, o preso não é ressocializado, o efetivo policial despenca.
ResponderExcluirO processo para reposição de efetivo é gradual e moroso, devido aos tramites legais, ou seja, publicação de edital, concurso e o curso para habilitação do profissional.
Quanto mais imóvel, menos profissional diuturnamente nas ruas.