19/11/2013
Mariane Rossi
Do G1 Santos
José Raimundo Carvalho, pai do policial militar morto em baile funk (Foto: Mariane Rossi/G1)
A família do policial militar Leandro do Nascimento Carvalho, que foi morto em um baile funk em São Vicente, no litoral de São Paulo, sofre cada vez mais com a demora na liberação do corpo do jovem. Segundo a PM, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) só ficará pronto em, no máximo, 90 dias. O pai do rapaz diz a demora só aumenta o sofrimento de todos. Ele tenta unir esforços para pedir mais atenção ao caso.
O pai de Leandro, José Raimundo Carvalho, de 56 anos, se reuniu com o deputado estadual major Olímpio Gomes (PDT) para pedir ajuda na investigação do caso e a liberação do corpo do PM. “Estou manifestando a minha solidariedade à família. É possível agilizar esses laudos, pelo fato de ser um PM tem que ser agilizado”, afirma.
De acordo com o deputado, ele irá unir esforços e falar com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Polícia Militar e Civil para que o caso seja acelerado. Além disso, o deputado disse que irá pedir mais atenção para a investigação e mais apoio para a família do policial. “Os familiares disseram que não tiveram a menor atenção. Já são 44 dias passados do fato, familiares e amigos tem informações, mas a polícia não se importa”, afirma o deputado.
O pai do policial acredita que essa é mais uma forma do caso não cair no esquecimento. Ele conta que tem sido difícil conviver com a falta do filho e que não poder enterrar o corpo do jovem tem prolongado ainda mais o sofrimento da família. “Eu acreditava que pudéssemos fazer isso ainda neste ano. Pelo pouco que restou dele, uma parte do joelho e do pé, eu tenho plena consciência que é meu filho”, diz, emocionado. Mesmo assim, ele tem que aguardar o resultado dos exames. “É uma aflição. Além de tudo, o fato dos restos mortais estarem ali, o pessoal trata como se fossem objetos”, lamenta.
Policial Leandro do Nascimento Carvalho foi morto em São Vicente (Foto: Reprodução / Facebook)
A família do PM também aguarda por novas informações sobre a investigação do caso. Quatro pessoas foram indiciadas pela morte, sendo que duas já foram presas. Mas, após a primeira semana da morte do jovem, não houve novidades. “A falta de resposta nos deixa cada dia mais machucado. O crime deveria ter mais atenção por ser um crime bárbaro e de um policial”, critica. O pai de Leandro afirmou ainda que há pistas sobre outras pessoas envolvidas no crime e já passou as informações para a polícia.
O caso
O policial Leandro do Nascimento Carvalho foi morto na madrugada do dia 5 de outubro, em um baile funk na comunidade Sambaiatuba, em São Vicente. Segundo testemunhas, o militar foi morto com 22 tiros, além de pedradas e chutes. Após o crime, os suspeitos esquartejaram e atearam fogo ao corpo.
Outro rapaz, o ex-sargento da Aeronáutica Denis dos Santos Pedroso, foi baleado com um tiro na nuca e está internado em estado grave. Um terceiro homem que estaria com a dupla, um guarda civil municipal, conseguiu fugir.
Segundo o pai de Leandro do Nascimento Carvalho, que completaria 29 anos, a morte de seu filho foi uma forma que os bandidos encontraram para se vingar da polícia, que horas antes havia matado dois suspeitos no bairro Vila dos Pescadores, em Cubatão (SP). O policial carregava uma arma da corporação e outra de uso pessoal, registrada em seu nome. As duas sumiram após o crime. Por enquanto, quatro pessoas suspeitas de terem participado do crime foram indiciadas.
O caso está sendo investigado no 2º Distrito Policial de São Vicente. Além disso, a polícia ainda informou que irá apurar as denúncias de venda e consumo de grandes quantidades de droga durante a festa.
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