02 de Novembro de 2013 - 07:00
Por Cíntia Charlene
Pelo menos um túmulo é saqueado a cada três dias no Cemitério Municipal, em Juiz de Fora. Nos últimos três meses, segundo a direção do cemitério, foram, no mínimo, 30 sepulturas depredadas no local. Na maioria dos casos, os ladrões levam objetos feitos de bronze e ainda praticam atos de vandalismo. Nem mesmo na semana de Finados, os criminosos deixaram de atuar. Na última quarta-feira, um caso chamou a atenção. Ladrões tentaram roubar uma santa por três vezes. Na última investida, conseguiram retirar o artigo preso por dez parafusos chumbados no mármore. O furto foi descoberto quando o senhor que cuidava da manutenção chegou à sepultura e não encontrou a imagem. A situação é preocupante, já que a maioria não registra os furtos na polícia. De abril para cá, segundo a direção do Cemitério Municipal, apenas quatro boletins de ocorrência foram registrados.
A Tribuna fez um levantamento na área ao lado de uma cuidadora de túmulos, que trabalha no espaço há 14 anos, e contou, em poucos minutos, mais de 30 jazigos destruídos recentemente. "Antes nós víamos que a sepultura tinha sido saqueada e avisávamos os vigias, hoje são tantos casos que fica até difícil de contar. Eles retiram tudo, letras, estátuas, brasões, medalhões, tudo de bronze. E as pessoas, muitas vezes, nem notam. O cemitério é grande, existem poucos seguranças, e as pessoas só percebem quando vêm visitar. De três meses para cá, aumentou muito, passo perto dos túmulos e, a cada dia, falta uma peça. Neste período, minha conta já passou de cem", afirma a faxineira Ronilda Clemente, 44 anos. Nem mesmo o túmulo de Henrique Halfeld, um dos fundadores de Juiz de Fora, foi preservado pelos vândalos. Ele já foi depredado várias vezes, inclusive com furto do brasão da família. Uma placa de bronze com informações sobre Halfeld, que fica em cima do túmulo e que havia sido furtada recentemente, foi recuperada e reposta.
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