25/10/2013
Do G1 Zona da Mata
Moradores de Juiz de Fora estão assustados com atuação de flanelinhas em algumas ruas da cidade. Em certos pontos, eles chegam a exigir pagamento mediante ameaça, o que é considerado crime.
Uma lei federal de 1975 estabelece que guardadores e lavadores autônomos precisam de um registro na Delegacia Regional do Trabalho. Porém, muitos flanelinhas da cidade tentam ganhar dinheiro mesmo na informalidade.
Segundo a Polícia Militar (PM), a abordagem pode ser considerada extorsão e atualmente existem poucos mecanismos para fazer com que o flanelinha se afaste das ruas ou não exerça essas atividades. Prefeitura informou que está providenciando projetos para regularizar situação.
Veículos são arranhados por flanelinhas (Foto: Reprodução/TV Integração)
Eles ficam nas ruas indicando uma vaga liberada e orientando o motorista na hora de estacionar. Logo após, esperam ser remunerados pelo serviço prestado. Mesmo não concordando com a cobrança, alguns motoristas preferem pagar para não ter o carro danificado. "Fui paro meu escritório e quando voltei, por volta das 15h o carro já estava arranhado", disse um comerciante que preferiu não ser identificado.
O maior fluxo das atividades é na região Sul da cidade. Alguns comerciantes reclamam que funcionários são ameaçados e que os clientes ficam incomodados com a abordagem dos flanelinhas. "O cliente sai do estabelecimento e de repente volta, porque o flanelinha está pedindo R$ 10 ou R$ 20. Às vezes, eles sentem um tom de ameaça e pedem para a gente falar com o flanelinha", afirmou um empresário da região.
A PM orienta que, nesses casos, a guarnição deve ser acionada. "O simples fato do flanelinha exigir dinheiro para guarda do veículo, já se configura em alguns casos de crime de extorsão. Podendo se configurar em crimes de ameaças ou caso venha acontecer, o crime de dano ao patrimônio ou ao veículo", orientou o Capitão da PM, Jean Michel.
Fluxo maior da ação é na Zona Sul de Juiz de Fora (Foto: Reprodução/TV Integração)
Em entrevista dada ao MGTV, dois flanelinhas que preferiram não serem identificados, disseram que não fazem cobranças pelo serviço. "Eu não cobro, o que a pessoa puder me ajudar, bem. Se não puder me ajudar, nada melhor do que um dia após o outro. O importante é ela ter o seu patrimônio que ela lutou pra ter e ficar sempre do jeito que ela deixou" , explicou o flanelinha.
Alguns guardadores de carros disseram que a forma de trabalho não é uma boa opção devido ao próprio currículo. De acordo com eles, a atividade deve ser vista como um serviço. "Eu não tenho um currículo bom pra me pegar outro emprego. Serviço a gente tem em qualquer lugar, então, pra mim, isso também é um serviço", comenta o flanelinha.
Alguns flanelinhas não cobram o serviço e aguardam por gorjeta (Foto: Reprodução/TV Integração)
Providências
Segundo o secretário de Governo, José Figueiroa, a Prefeitura de Juiz de Fora está tomando algumas previdências para solucionar essa questão irregular que se arrasta por anos no município. "Nós, recentemente, constituímos um grupo de trabalho com a participação da PM, Câmara Municipal, Polícia Civil, Amac e de outras várias secretarias para dizer que não reconhecemos esta atividade no município", disse.
De acordo com ele, essa é uma atividade que já foi regularizada em grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, mas na cidade mineira ainda é irregular. Por isso estão planejando um trabalho que envolva os flanelinhas oferecendo recursos para que eles não sejam prejudicados financeiramente. "Estamos construindo um plano de trabalho nessas organizações para que a tempo e a hora a gente encerre essa ação no município".
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