07 de Setembro de 2013 - Juiz de Fora
Por Pedro Brasil
No Dia da Independência do Brasil, o grito que ecoou no Estádio Mário Helênio foi o da revolta. Não com o Tupi, que apesar de fazer um mau primeiro tempo, conseguiu se recuperar, empatar e virar o jogo. Ou quase isso. A indignação coletiva foi com o carrasco do jogo, o massagista da Aparecidense, Romildo Fonseca da Silva, que aos 45 minutos do segundo tempo entrou em campo e impediu que o chute de Ademilson - que daria a classificação ao Carijó - balançasse as redes do adversário.
Agora, o Tupi aguarda a súmula da partida para buscar, na justiça desportiva, a classificação. "Segunda-feira entraremos no Tribunal da CBF com todos os recursos jurídicos cabíveis. Precisamos primeiro ver a súmula. Depois, ver os vídeos, as imagens. Após isso e a análise da súmula, entraremos com a nossa petição" destacou o diretor-executivo do Tupi, Alberto Simão.
O jogo
O Carijó iniciou a partida pressionando. A primeira jogada de perigo surgiu logo aos 2 minutos, pela esquerda, com Rafael Estavam. O lateral recebeu na intermediária, avançou e cruzou. A bola ia encobrindo Pedro Henrique, mas o goleiro conseguiu botar para escanteio. No minuto seguinte, Henrique fez boa jogada pela direita, foi a linha de fundo e cruzou. Núbio Flávio matou no peito e desabou na área. O juiz mandou seguir o lance.
Aos 8, o Camaleão teve sua primeira chance. Após jogada rápida pela direita, cruzamento para a área e Diego Lira cabeceou. A bola passou beliscando a trave de Victor Souza. Aos 14 minutos, outra grande chance da equipe visitante. Claytinho bateu escanteio, a zaga carijó falhou e a bola sobrou para Róbson, que mandou para fora. No lance seguinte, Robert recebeu em velocidade na entrada da área, avançou, mas chutou mal. A equipe de Aparecida de Goiânia cresceu no jogo. Mau presságio.
Aos 17 minutos, Núbio Flávio avança pela direita, limpou dois zagueiros e cruzou, mas a zaga da Aparecidense conseguiu afastar o perigo. Três minutos mais tarde, boa jogada de Adriano Felício, que entrou na ponta esquerda e cruzou, mas Núbio Flávio, de canhota, finalizou mal.
A partir daí a Aparecidense teve as melhores chances e não demorou muito para o gol sair. Aos 34 minutos, após bate e rebate na entrada da área de Victor Souza, a bola sobrou para Geovane soltar um foguete rasteiro no canto direito, sem chance para o goleiro Carijó.
Eletrizante
No intervalo, o técnico Felipe Surian - na realidade, quem fez a alteração foi o auxiliar Júlio Cirico, já que Surian foi punido com suspensão de dois jogos após a expulsão contra o Rezende - tirou Fabrício Soares e colocou Magnum. Com isso, Maicon Douglas foi recuado para a zaga, e Henrique foi liberado para ter funções ofensivas.
Com menos de 30 segundos, Núbio Flávio roubou bola no campo de ataque e cruzou para Ademílson. Ele matou no peito para Felício, que chutou para fora. Aos 2 minutos, a pressão deu resultado. Em jogada pela esquerda de Michel, o juiz-forano centrou na cabeça de Ademilson que, como o torcedor carijó sabe, dentro da área, não perdoa: 1 a 1.
Porém, rapidamente, aos 4 minutos, o Camaleão respondeu. Após jogada veloz pela direita, a zaga falhou e a bola sobrou para Claytinho, que ainda teve tempo de dominar antes de mandar para o fundo das redes. Era o segundo da equipe goiana.
O Galo não acusou o golpe. Aos 5 minutos, Felício recebeu na área e chutou forte, para boa defesa de Pedro. Dois minutos mais tarde, falta na intermediária. Rafael Estevam bateu com força, a bola desviou em Rafael Xavier, na zaga e encobriu o goleiro. Tudo igual, e o Mário Helênio pegou fogo. Em seguida, Michel cruzou da esquerda, e Ademilson quase completou para o gol.
Depois do início muito movimentado, o ritmo da segunda etapa caiu - embalado pela cera da equipe adversário. O Tupi não conseguia dar a velocidade para criar as jogada e furar a retranca do Camaleão. Dwann e Wesley ainda entraram em campo para tentar dar mais ofensividade ao Carijó. Aos 38, Dwann deu bom passe para Núbio Flávio, que entrou na área, limpou zagueiro e bateu no ângulo, mas a zaga da Aparecidense conseguiu, milagrosamente, tirar bola, que tinha endereço certo. Mas algo ainda estava guardado para a noite de 7 de setembro de 2013.
O antijogo
Aos 45 minutos do segundo tempo, no último lance da partida, após confusão na área e duas grandes defesas do arqueiro Pedro Henrique, Ademilson recebeu, girou e chutou. O goleiro já estava vencido, a bola já cruzava a linha, mas no meio do caminho tinha um massagista, rente ao poste. O "profissional" da comissão técnica da Aparecidense pulou na bola e não permitiu que ela entrasse - pelo menos na visão do árbitro Arilson Bispo da Anunciação.
Uma confusão generalizada tomou conta do campo, e o jogo ficou parado por mais de 20 minutos. A arbitragem marcou bola ao chão dentro da área, e a partida foi reiniciada. Após 5 minutos de acréscimo, Rafael Estevam, duas vezes, em cobranças de falta, ainda teve a chance de marcar. Ademilson também teve nova oportunidade, mas não conseguiu marcar o gol da vitória de um duelo que vai entrar para a história do Mário Helênio como o jogo que não terminou.
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