26/09/2013 Do G1 Zona da Mata
O número de homicídios registrados em Juiz de Fora cresceu se comparado com 2012. Segundo balanço parcial da Delegacia de Homicídios, de janeiro a setembro deste ano foram registrados 105 assassinatos, o que supera o ano passado, quando foram registrados 101 casos durante 12 meses. A situação preocupa a Polícia Civil, principalmente devido ao envolvimento de menores nos casos mais violentos. Já a Polícia Militar destaca que está investindo em ações preventivas e acompanhamentos de grupos que podem estar envolvidos com atividades criminosas.
Só nesta semana, mais três mortes, todas na Zona Norte, ampliaram a estatística em Juiz de Fora. Na quarta-feira (26) à noite, um homem de 32 anos foi morto com cinco tiros no condomínio Parque das Águas. Horas antes, um jovem de 18 anos foi assassinado com três tiros no Bairro Jardim Natal. Na noite da última terça-feira (24), um homem de 49 anos morreu após ser esfaqueado no peito pelo filho de 19 anos, no Bairro Benfica.
Jovem de 18 anos foi morto na porta de casa no Bairro Jardim Natal (Foto: Reprodução/ TV Integração)
Casos que têm preocupado a população. Nas ruas a sensação é de insegurança. Moradores afirmam que quando o policiamento é acionada demora a atender e que falta policiamento nas ruas. E que, dependendo do horário, relatam medo de sair de casa.
Tráfico de drogas
Segundo a Polícia Civil, 90% dos casos de homicídios em Juiz de Fora tem relação com tráfico de drogas e brigas de gangues. Para tentar frear as estatísticas e agilizar a investigação, em maio foi criada a Delegacia de Homicídios. O delegado Rogério Couto confirma que é crescente a participação de menores nestas ocorrências. Para ele é um resultado de um problema nas leis. “Isso é um reflexo claro do fato de que a punição para o menor é uma pena muito leve. A medida socioeducativa muitas vezes dura seis meses, um ano e esse jovem está de novo na rua. Isso gera uma sensação de impunidade, porque o jovem percebe que ele pratica às vezes um crime de homicídio fica recolhido um ano e está de novo na rua. E ele percebe então que pode fazer de novo o crime e aí infelizmente acaba aumentando o índice de criminalidade”, avalia o delegado.
A Polícia Militar também confirma o maior envolvimento dos menores e jovens com a criminalidade. “Após ações feitas no início do ano foram identificados alguns grupos e lideranças, além de prisão de algumas destas pessoas. Temos feito monitoramento constante destes grupos para fazer um acompanhamento e evitar ações violentas por parte destas pessoas que integram grupos rivais", disse Major Jeferson Ulisses Pires, assessor de comunicação da 4ª Região de Polícia Militar.
Ele afirma que a estratégia é investir nas ações preventivas. “A PM aumentou o número de patrulhas de prevenção ao homicídio. Criamos também o grupo de intervenção de combate." Ele afirma que a PM ampliou a apreensão de armas de fogo. "No comparativo com o ano passado, mesmo período deste ano, nós estamos com 50 armas de fogo a mais apreendidas. No ano passado, tínhamos apreendidos 200. Neste ano estamos com cerca de 250 armas de fogo. E mais de quatro mil prisões na busca para melhorar esses índices”.
No entanto Major Jeferson Ulisses admite que o trabalho ainda não trouxe o resultado esperado. “Não está surtindo tanto efeito como a gente desejava, mas as ações vão continuar." De acordo com o policial, a expectativa é de reduzir os casos até o final do ano.
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