25/08/2013
No gramado ou nas arquibancadas, policiais militares, agora, dividem tarefas com seguranças privados
No gramado ou nas arquibancadas, policiais militares, agora, dividem tarefas com seguranças privados
No gramado ou nas arquibancadas, policiais militares, agora, dividem tarefas com seguranças privados
GUILHERME GUIMARÃES
@SUPER_FC
“Domingo, eu vou ao Mineirão, vou torcer para o time que sou fã, vou levar foguetes e bandeiras...”. Antigamente, o trecho da conhecida música cantada nas arquibancadas era bem apropriado para os jogos no Gigante da Pampulha. No entanto, com a reforma do estádio para a Copa do Mundo, muita coisa mudou, principalmente, no controle do comportamento dos torcedores.
Com a nova estrutura do Mineirão, uma mudança significativa ocorreu no trabalho da Polícia Militar. Diferentemente do que ocorria há pouco tempo, a PM não é mais a única responsável pela segurança dentro do estádio.
Pelo contrato da parceria público-privada assinado entre a administradora do Mineirão e o governo do Estado, a responsabilidade pela segurança dos torcedores e do patrimônio público – em dias de eventos ou não – é da Minas Arena, que atua de forma conjunta e complementar com a polícia.
Agora, por causa dos seguranças privados, que começaram a trabalhar nas áreas comuns e na parte interna da arena, o efetivo policial, principalmente em dias de jogos no local, diminui 70%.
“Antes, o estádio era totalmente aberto e isso dificultava bastante as ações de segurança. Com as mudanças estruturais, tudo ficou facilitado. Houve uma potencialização do nosso trabalho nos arredores do Mineirão”, explica o coronel Antônio de Carvalho, do Comando de Policiamento Especializado da capital.
Treinados. Em parceria com a polícia, a Prosegur – empresa de segurança contratada pela Minas Arena – tem a missão de manter a ordem e a segurança dos frequentadores. Os funcionários não podem dar entrevistas, mas a empresa, através de sua assessoria de imprensa, informou que trabalha apenas com profissionais especializados.
“Os funcionários são submetidos a cursos específicos de segurança de eventos. Hoje, os torcedores são abordados, primeiramente, pelos orientadores de público. Caso seja detectado algum tipo de anormalidade, os orientadores estão treinados a acionar a segurança privada. Se o caso for mais grave, o segurança privado aciona a polícia”, explica a empresa. A Prosegur deixa claro que o “poder de prisão” é da Polícia Militar, que age apenas para intervir em casos mais graves.
No Horto, escoamento é mais difícil
O trabalho da Polícia Militar nos estádios de Belo Horizonte tem sido diferente no Mineirão e no Independência. Ao contrário do estádio da Pampulha, o Horto não possui filtros, áreas próximas à arena para a triagem de torcedores.
“O Mineirão teve modificação estrutural, e isso para a segurança é muito benéfico. O público chega, e há um filtro de entradas pela esplanada. Isso minimiza a aglomeração de pessoas e facilita o nosso trabalho”, avalia o coronel Antônio de Carvalho.
No Independência, ainda de acordo com a Polícia Militar, o trabalho é dificultado pela falta de um melhor “escoamento” dos torcedores.
“O torcedor continua bebendo do lado de fora e entra na correria. O Mineirão absorve melhor essa questão, o que não ocorre no Independência. Do bar no Horto, o torcedor praticamente está nas catracas e tenta forçar a barra para entrar praticamente em cima da hora do jogo”, pondera o comandante.
Revista privada ineficaz faz PM retomar procedimentos
A queda do efetivo policial em dia de eventos no Mineirão mudou também a rotina no trabalho de acesso do torcedor. Pela diminuição de militares, o serviço de revista, agora, é de responsabilidade da Prosegur.
A abordagem, no entanto, deixa a desejar, principalmente por não evitar o acesso de vários materiais explosivos na área das arquibancadas. De acordo com o coronel Antônio de Carvalho, do Comando de Policiamento Especializado, a final da Libertadores foi a “gota d’água” para que a PM voltasse a atuar nos acessos.
“Verificamos um alto número de materiais explosivos em alguns jogos, principalmente na final. Foi terrível. Bombas e um sinalizador do tamanho de um braço chegaram a ser vistos nas arquibancadas”, conta.
Nesse jogo decisivo, um torcedor do Atlético quase perdeu três dedos da mão direita por causa de uma bomba arremessada nas arquibancadas.
“Ela veio de cima para baixo na arquibancada e, no susto, tentei tirá-la de perto com a mão. Mas houve a explosão antes e não me lembro de mais nada por causa da dor”, explicou o atleticano Felipe Abreu, 28, que precisou de cirurgias para reconstituir a mão.
SE LIGA, TORCEDOR!
Laranjas. O torcedor que tiver alguma dificuldade deve, primeiro, buscar a ajuda dos orientadores que usam os coletes alaranjados.
Amarelos. Os funcionários identificados com os coletes de cor amarela são os seguranças privados da empresa Prosegur.
FLAGRANTES
Depredadores. As câmeras já registraram tentativas de quebra das cadeiras nas arquibancadas e de danos em área do estádio.
Bombas e drogas. O monitoramento flagrou a utilização de materiais explosivos e de uso de entorpecentes durante partidas e eventos.
Penalidades. Os flagrados foram encaminhados ao Juizado Especial Criminal, no próprio Mineirão, onde foram julgados e apenados por crimes de pequeno potencial ofensivo. As imagens geradas pelas câmeras são encaminhadas ao Judiciário, que as utiliza para formação de juízo.
NÚMEROS
364 câmeras monitoram a chegada e a saída da torcida no Mineirão
382 seguranças privados trabalharam no jogo Cruzeiro e Flamengo.
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