26/08/2013
Causada por um vírus, a catapora pode ser transmitida pelo ar ou contato direto com pacientes
GUILHERME ÁVILA
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até o momento, foram notificados mais de 8 mil novos casos de varicela somente este ano. Também conhecida como catapora, essa enfermidade muito comum da infância, já matou 6 pessoas em todo o Estado, sendo que a maioria eram crianças na idade entre 0 e 9 anos. A maior concentração de notificações nos posto de saúde começou mais cedo em 2013, favorecida pelo tempo seco e as baixas temperaturas em Minas desde o mês de maio. Tradicionalmente, os meses de setembro e outubro que são registrados maior número de casos. A transmissão ocorre, principalmente, por meio do contato com pacientes, contato com lesões cutâneas ou direto pelo ar.
A Coordenadora Estadual de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES-MG, Janaina Fonseca Almeida, explica que as principais causas de óbito são o agravamento das infecções na pele. Pacientes acometidos por pneumonia secundária, pessoas com algum tipo de imunodeficiência grave (portadoras de HIV ou com leucemia), gestantes e adutos que também nunca tiveram a doença fazem parte desse grupo de risco. "Nessa época do ano é preciso aumentar a vigilância epidemiológica. A partir de setembro Sistema Único de Saúde (SUS) incluirá a vacina Triviral, que protege contra a catapora, sarampo, caxumba e rubéola no calendário básico. Ela será oferecida exclusivamente para crianças menores de 2 anos", afirma.
Causada pelo vírus varicela-zoster, a doença manifesta-se basicamente como erupções rosadas na pele e coceira generalizadas por todo o corpo. A catapora pode ser acompanhada de febre baixa (entre 37,5° e 39,5°) e também é comum surgir dor de cabeça, mal-estar, falta de apetite e cansaço. "Estudos apontam que cerca de 80% da população brasileira já teve varicela. Uma pessoa infectada pode contaminar outras desde dois dias antes das erupções aparecerem até cinco dias depois do surgimento da última lesão. Por isso, o ideal é que as mães só levem seus filhos à escola ou à creche uma semana depois das feridas cicatrizarem", alerta a pediatra Andrea Lucchesi de Carvalho.
"O sol deve ser evitado durante todo o período de cicatrização. Para que não fiquem marcas, as bolhas não devem ser retiradas. Elas irão se arrebentar sozinhas e formar uma crosta. Manter os cuidados básicos de higiene, especialmente manter as unhas bem aparadas e limpas, impede a contaminação das feridas. Infelizmente ainda não existe remédio para coceira, mas antialérgicos podem ajudar a amenizá-la. É importante lembrar que a vacina não resolve nada se a pessoa já tiver infectada, mas a imunidade que ela proporcionada geralmente é permanente", explica a médica.
Jornal O Tempo
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