04 de Julho de 2013 - 18:08
Por Michele Meireles
Uma operação desencadeada pela Delegacia Especializada Antidrogas, na tarde desta quinta-feira (4), no Bairro Vitorino Braga, Zona Sudeste, terminou com a prisão de nove pessoas e a apreensão de três adolescentes, de 12, 13 e 16 anos, apontados pela polícia como responsáveis por vender entorpecentes. O grupo foi flagrado fazendo uso e venda de drogas em uma casa abandonada na Rua José Inácio Trindade. A mesma via já foi alvo de pelo menos dez manobras da Civil, porém, o tráfico volta a acontecer. Diante da situação, o delegado Carlos Eduardo Rodrigues, titular da Especializada, afirmou que irá oficiar o Executivo municipal para ajudar a frear o tráfico no local.
Segundo a Polícia Civil, durante duas semanas, os investigadores observaram o ponto e filmaram a movimentação do tráfico no local. "A maioria dos presos, com idades entre 20 e 31 anos, aparece nas imagens fazendo a venda dos entorpecentes. Constatamos também que todos os menores apreendidos trabalhavam para o tráfico," disse o delegado. O imóvel onde o grupo foi encontrado servia como ponto para venda, embalo e uso de drogas. Foram apreendidos diversos papelotes de cocaína, pedras fracionadas de crack, uma barra de cerca de 1,5kg de maconha e material para embalo das substâncias. "Os traficantes que abastecem este ponto se utilizam do vício das pessoas para conseguir mão de obra barata. Todos que trabalhavam na venda das drogas também faziam uso," destacou Carlos Eduardo. Dos nove presos, cinco foram levados para o Ceresp. Os outros quatro foram ouvidos e liberadores. Os adolescentes também foram liberados após prestarem depoimento. O procedimento será encaminhado para a Vara da Infância e Juventude
Apoio
Mesmo com as diversas operações e prisões já feitas no local onde ocorreu a manobra desta quinta, o delegado titular da Especializada destacou que o crime volta a ocorrer. "O tráfico naquela área é muito pulverizado, e por ser um local de acesso a vários bairros, ele se fortalece, e a rua está se tornando uma cracolândia." Na avaliação de Carlos Eduardo, a situação na área foge do escopo da polícia. "Só a polícia não está resolvendo o problema. É a prova de que precisamos envolver outros órgãos para que estas ocorrências diminuam. Acredito que o esforço precisa ser conjunto," afirmou. De acordo com ele, a Delegacia Antidrogas vai enviar ofício para diversos órgãos municipais pedindo auxílio. O delegado garantiu que vai solicitar à Secretaria de Saúde a inclusão dos presos e dos apreendidos no "Programa de enfrentamento ao crack". Além disso, vai entrar em contato com a Defesa Civil para pedir a demolição de imóveis abandonados da Rua José Inácio Trindade que servem como pontos de tráfico.
Por meio da Secretaria de Comunicação Social, a Prefeitura de Juiz de Fora informou não ter sido comunicada oficialmente da demanda. No entanto, antecipou que o Executivo está aberto a parcerias com a Polícia Civil, a exemplo do que ocorre com a PM. Em relação às questões de saúde, a informação é de que haverá uma mobilização, por meio do programa "Crack é possível vencer", cujo foco é a regionalização da assistência.
Tribuna de Minas
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