26/07/2013
ISABELLA LACERDA
O governo de Minas terá que elaborar por conta própria os projetos básicos para a implantação da malha ferroviária de passageiros na região metropolitana de Belo Horizonte. Considerada uma das principais diretrizes do Estado para solucionar as demandas relativas à mobilidade urbana, apenas no lote 2 – que passa pela capital, Brumadinho e Eldorado – uma empresa privada entregou estudos para implantação e operação dos serviços na região. Nos outros dois lotes, a iniciativa privada não demonstrou interesse.
Orçado em R$ 4 bilhões, o Transporte sobre Trilhos Metropolitano (Trem) estima atender 120 mil passageiros por dia. Com o programa, seriam utilizados 450 km da malha ferroviária de cargas já existente em Minas para o transporte de passageiros, dando uma nova alternativa de transporte para moradores da região metropolitana.
Por meio de sua assessoria, o diretor de Planejamento Metropolitano do Estado, Adrian Machado, informou que o governo está executando os projetos dos dois trechos, acreditando que “haja interesse da iniciativa privada” quando eles estiverem prontos.
Inicialmente, no lote 1 – que liga Divinópolis a Sete Lagoas –, a Brasell Gestão Empresarial manifestou interesse no projeto. Mas, segundo o governo, por uma decisão de investimento interna, a empresa acabou não entregando os estudos finais.
Impedimentos. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) elaborou um estudo para levantar as condições da malha ferroviária. O coordenador do estudo, o engenheiro Nilson Tadeu Nunes, confirma a necessidade de ser criadas alternativas para o transporte público. Porém, para ele, o governo deve rever se o melhor caminho é o uso da mesma linha que hoje é usada pelos trens de carga. “É uma questão de segurança. Talvez a melhor alternativa seja a criação de uma linha só para passageiros”, diz.
O engenheiro ressalta que o governo vai continuar tendo dificuldades para encontrar parceiros privados caso não sejam criadas outras formas de lucro para as empresas, já que o investimento inicial é alto. “O retorno das empresas não pode ser só pela passagem, se não, o preço delas fica impraticável. É preciso agregar valores”, diz.
Jornal O Tempo
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