03/07/2009 às 19:46
Ih, a Casa Civil lê o blog! Que medo!!!
Já mudaram o currículo da Sapientíssima depois que publiquei aqui as incongruências entre a ficha e a verdade.
Estava assim até havia pouco:
Dilma Vana Rousseff é Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cursou Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Ficou assim:
Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi aluna de mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Universidade de Campinas (Unicamp), onde concluiu os respectivos créditos.
Então não é mestre. Então não é doutora. “Concluir os créditos”, no caso, quer dizer que não entregou a dissertação de mestrado. Sem ela, nada feito! É tão mestre quanto eu sou. Com a diferença de que lanço umas 30 teses por dia aqui, rá, rá, rá.
Agora é preciso corrigir as informações do Sistema Lattes. Lá está a data de conclusão do mestrado, o nome da tese, tudo…
1978 – 1979 – Mestrado em Ciência Econômica.
Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.
Título: Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul, Ano de Obtenção: 1979.
Orientador: João Manoel Cardoso de Mello.
Vejam ali: “ano de obtenção”! Obtenção do quê? Do mestrado, ora. Mas cadê o mestrado? Pois é… Eu tenho uma tese (mais uma, que não chega a ser de doutorado, hehe): Dilma não conseguiu levar adiante o seu projeto porque, no título de sua dissertação, faltaram os dois pontos. Toda tese tem de ter dois pontos. Assim:
- A Plantação de Abobrinhas no Reino Encantado de Banânia: Uma Interpretação Crítica;
- Currículo Falso e Nova Elite no Brasil: Uma Abordagem S(i)miológica;
- A Mentira como Política: Fichas Falsas e Vigilância Epistemológica
Sem os dois pontos, uma tese ou uma dissertação se perdem no vazio. É preciso haver o subtítulo que caracteriza aqueles afunilamentos que fazem com que certas teorias mergulhem na mais absoluta, poética e encantadora irrelevância.
Quando Dilma retornar à vida acadêmica – torço para que seja já em 2011 -, ela precisa ver o que fazer. O diabo é que a não-dissertação é de 1979. Trinta anos! E agora? Sei lá. Como o ”Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul” deve ter mudado consideravelmente nesse tempo, ela poderia aproveitar para, mesmo sem mestrado e sem doutorado, fazer já uma tese de pós-doutorado: “Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul: Como não Escrevi, Também Não Errei”.
E, bem, é inevitável a lembrança, né? O currículo de Dilma se parece com a Inês de Castro de Camões e com o PAC: é aquele que foi sem nunca ter sido. Ela não entregou a dissertação de mestrado. E não vai entregar o PAC também.
Por Reinaldo Azevedo
03/07/2009
às 16:48DILMA E AS FICHAS FALSAS
Nota que está no Painel de hoje, da Folha. Volto depois:
Lattes. Reportagem na próxima “Piauí” questiona o currículo de Dilma divulgado pelo site da Casa Civil. Ali se informa que ela é mestre em teoria econômica e doutoranda em economia monetária e financeira pela Unicamp. A universidade disse à revista que não há registro de matrícula no mestrado e que o doutorado foi abandonado.
Comento
É mesmo, é?
Vamos ver o que diz o currículo de Dilma no site da Presidência, na página daCasa Civil:
Dilma Vana Rousseff é Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cursou Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Comento
É mesmo, é?
Vamos ver o que diz o currículo de Dilma no site da Presidência, na página daCasa Civil:
Dilma Vana Rousseff é Economista pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Cursou Mestrado e Doutorado pela Universidade de Campinas (Unicamp).
Algum espertinho poderá dizer que ali se informa que ela apenas “cursou”… Vocês sabem como eles são quânticos com essa história de verdade e mentira.
Então vamos ao Sistema de Currículo Lattes, feito com base em informações fornecidas pelos próprios acadêmicos (está um pouco desatualizado):
“Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1977) e mestrado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1979) . Atualmente é Secretária de Estado da Secretaria de Energia Minas e Comunicações.”
“Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1977) e mestrado em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (1979) . Atualmente é Secretária de Estado da Secretaria de Energia Minas e Comunicações.”
No item “Formação Acadêmica”, lê-se:
1998 Doutorado em Ciências Sociais.Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil. Orientador: .
Grande área: Ciências Sociais Aplicadas / Área: Economia / Subárea: Economia Monetária e Fiscal / Especialidade: Teoria Monetária e Financeira.
1998 Doutorado em Ciências Sociais.Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil. Orientador: .
Grande área: Ciências Sociais Aplicadas / Área: Economia / Subárea: Economia Monetária e Fiscal / Especialidade: Teoria Monetária e Financeira.
1978 – 1979 – Mestrado em Ciência Econômica.Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.
Título: Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul, Ano de Obtenção: 1979.
Orientador: João Manoel Cardoso de Mello.
Título: Modelo Energético do Estado do Rio Grande do Sul, Ano de Obtenção: 1979.
Orientador: João Manoel Cardoso de Mello.
A tese de mestrado de Dilma tem nome, mas nunca foi apresentada. Se não foi, não existe; se não existe, ela não é mestre. Se não é mestre, como pôde fazer o doutorado? Vá lá: universidades brasileiras até admitem que se cursem os créditos do doutorado mesmo sem a apresentação da tese de mestrado. Mas ela tem de ser apresentada um dia. A de Dilma nunca foi. As “fichas” do Ministério e do Sistema Lattes trazem, pois, informações falsas. Ela vai se indignar com esta “falsificação”? Este blog apurou que ela, de fato, fez os créditos dos dois cursos, mas sem a apresentação do trabalho. Sem trabalhos, não há títulos.
É uma pena. Adoraria saber como a ministra cuida da Inculta & Bela em sua tese de mestrado. No cotidiano, os sujeitos e seus respectivos verbos conseguem ter uma convivência mais harmoniosa na sintaxe já bastante pessoal de Lula do que na de Dilma. Vale dizer: a dela é ainda mais pessoal do que a dele. Refiro-me, como vêem, à estrutura. Seus subordinados é que têm mostras eloqüentes do conteúdo. Dia desses, um ministro do primeiro escalão teve de ouvir um “Você é mesmo um costa!” E o que fez o costa? Comportou-se como tal. O que demonstra que ela pode ser deseducada às vezes, mas nem sempre injusta. Bem, de volta ao principal.
O caso demonstra que os petistas e a formação intelectual formam uma dupla estranha: quem não tem diploma se orgulha de não tê-lo e quem se orgulha de tê-lo não o tem.
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