terça-feira, 16 de julho de 2013

Advogada condenada por roubo volta a trabalhar em Franca, SP

16/07/2013 
Do G1 Ribeirão e Franca
A advogada Adriana Telini, condenada em 2009 por participação em roubo e acusada de associação ao tráfico e formação de quadrilha, voltou a trabalhar normalmente em Franca (SP) no município há um mês. Solta em agosto do ano passado, Adriana não teve o registro de advogada cassado. O Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apenas suspendeu a advogada de exercer a profissão pelo período de um ano. A reportagem esteve nesta terça-feira (16) no escritório onde Adriana trabalha, mas foi informada de que ela não estaria no local.

Segundo o presidente da OAB em Franca, Ivan da Cunha Souza, a advogada ficou impedida de trabalhar entre 25 de junho de 2012 e 25 de junho deste ano - quatro anos depois que o Tribunal de Ética começou a analisar as denúncias contra Adriana. "Ela cumpriu essa suspensão, que se deu em junho do ano passado. Em junho deste ano, o Tribunal nos informou que ela está apta a advogar novamente, sem nenhuma restrição", afirma.

Souza diz, no entanto, que há mais dois processos contra Adriana em andamento no órgão. Ainda não há notícias sobre o julgamento dos casos. "Ela pode ser punida novamente com um período de suspensão ou até exclusão do registro. No entanto, se o tribunal entender que ela não tem culpa, ela pode ser absolvida também", explica.

Em relação à demora na avaliação dos processos pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB, o advogado afirma que isso acontece por uma questão de "livre direito de defesa" de Adriana. "Ela tem acesso a todos os dados processuais, à apresentação de defesa, recursos. O procedimento é um pouco longo, mas temos que assegurar todos os direitos da advogada", diz.

A reportagem esteve na tarde desta terça no escritório onde a advogada voltou a trabalhar. Uma secretária, no entanto, disse pelo interfone que Adriana não se encontrava no local.
Adriana Telini chegou a deopr em CPI do tráfico de drogas em Brasília (Foto: Reprodução/EPTV)

O caso
Em 2008, Adriana Telini foi acusada de participar de um roubo a um casal que vendia joias. As vítimas perderam R$ 30 mil na ação da quadrilha, que aconteceu na Rodovia Ronan Rocha. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça gravaram a advogada, na hora do assalto, passando informações para um dos comparsas que era noivo dela.

Em 2009, ela chegou a ser condenada por 12 anos e 8 meses de cadeia. Ela ficou presa por três anos na penitenciária de Santana, em São Paulo (SP). Em agosto do ano passado, a advogada foi solta após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitar a alegação de que houve erro na instrução do processo de roubo, que chegou a ser anulado pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo em setembro de 2011.

Além do roubo, escutas telefônicas também flagraram a advogada oferecendo ajuda a um fugitivo da cadeia de Franca em 2006. No mesmo ano ela ainda foi ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do tráfico de drogas e de armas em Brasília (DF) sobre um suposto envolvimento com uma facção criminosa, mas negou ter ligação com o crime organizado.

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