sexta-feira, 26 de abril de 2013

Zona da Mata e Azul em guerra

Publicado no Jornal OTEMPO em 26/04/2013
QUEILA ARIADNE

FOTO: CARLOS MENDONÇA/PREFEITURA DE JUIZ DE FORA/DIVULGAÇÃO
Fim. O aeroporto Francisco Alves de Assis, conhecido como Serrinha, pode ficar sem voos para BH

Empresários, prefeitura e lideranças políticas estão se organizando para convencer a Azul Linhas Aéreas a desistir de suspender os voos diretos de Juiz de Fora para Belo Horizonte (Pampulha) e para São Paulo (Guarulhos), no aeroporto de Serrinha. 

Além do cancelamento dos voos, a companhia também anunciou o fim das operações no aeroporto de Goianá, a 40 km de Juiz de Fora, para o dia 15 de maio. "O cancelamento dos voos diretos para Belo Horizonte e Guarulhos não afeta só Juiz de Fora, mas toda a Zona da Mata e o Estado. Estou buscando apoio do governo estadual para impedir isso", afirma a deputada federal Margarida Salomão (PT).

Na última quarta-feira, Margarida se reuniu com a superintendente de Assuntos Econômicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Danielle Pinho, para pedir providências. "Ela me explicou que, pela legislação, a Azul tem o direito de redesenhar a sua malha, mas se comprometeu a avaliar o processo. Essa perda vai desativar o desenvolvimento econômico de Juiz de Fora e direciona-lo para o Rio de Janeiro", afirma a deputada.

O plano da Azul, que já cancelou dois voos de Serrinha para o Rio de Janeiro, um para Belo Horizonte e outro para Guarulhos, é manter exclusivamente três voos para Campinas (Viracopos), partindo de Serrinha. "O Estado precisa agir para que isso não aconteça. O governador acabou de anunciar investimentos para acesso a Goianá e, sem operação comercial, esse dinheiro será jogado fora. Isso não pode acontecer em um momento que os governos federal e estadual estão anunciando investimentos para a aviação regional", diz Margarida. 

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, André Zuchi, afirma que a prefeitura vai procurar a Anac e a Secretaria da Aviação Civil (SAC) para tentar reverter o cancelamento de voos de Juiz de Fora. "A Azul já chegou com a decisão tomada, mas precisamos tentar reverter, pois será muito ruim do ponto de vista econômico. Muitos empresários dependem dos voos para ir para Guarulhos e Belo Horizonte", afirma.

O empresário Wilson Garbero, da Investpark, já sabe que terá prejuízo de tempo e dinheiro. "Eu vou a Belo Horizonte toda semana e duas vezes por mês para São Paulo. Não vou pegar conexão em Campinas, o que vai acontecer ou é enfrentar a estrada ou ir para o Galeão", afirma. 

A Anac ainda não divulgou a decisão sobre o pedido, mas a Azul já não está mais comercializando voos de Juiz de Fora para Belo Horizonte e Guarulhos para depois de 15 de maio.

VIAGENS
Decreto aprova o Plano Nacional de Turismo

Brasília. O governo federal publicou ontem decreto aprovando o Plano Nacional de Turismo 2013-2016, que pretende posicionar o Brasil como uma das três maiores economias turísticas do mundo até 2022. O detalhamento do plano só sairá em 30 dias, por ato do ministro do Turismo. 

Entre os principais objetivos das ações está o avanço de 28% no número de visitantes estrangeiros ao Brasil, de forma a atingir 7,9 milhões de turistas internacionais em 2016. Com isso, o governo espera elevar a receita com as visitas para US$ 10,8 bilhões. No entanto, essa meta só será cumprida se houver um aumento de 11,87% por ano entre 2013 e 2016, quase o dobro do observado entre 2007 e 2010, de 6,53% por ano. 

No mercado interno, a meta do governo é aumentar para 250 milhões o número de viagens domésticas de brasileiros até 2016, um salto de 31% em relação às 190,8 milhões realizadas em 2011. De acordo com o ministério, o objetivo é tornar o turismo interno mais barato aos brasileiros.

CONFINS
Licitação do Terminal 3 é adiada

A licitação do Terminal 3 do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), prevista para ontem, foi adiada para 6 de maio, para mudanças nas dimensões do terminal. Essa seria a primeira tentativa após o anúncio da concessão de Confins à iniciativa privada. A princípio, a intenção da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) era construir um terminal remoto, antes da Copa do Mundo. 

A estatal chegou a abrir duas licitações em 2012, mas nenhuma empresa se interessou a construir pelos valores que a empresa estaria disposta a pagar à construtora vencedora. Ambas as tentativas de certame fracassaram. (QA)

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