18/03/2013
Maristela Bretas - Hoje em Dia
Maristela Bretas/Hoje em Dia
Familiares e amigos das vítimas foram para a porta do HPs em busca de notícias
Pelo menos 11 pessoas, entre elas uma criança de 6 anos e uma idosa, foram baleadas e estão sendo atendidas no Hospital de Pronto-Socorro João XIII (HPS) desde o final da noite de domingo (17), vítimas de um tiroteio ocorrido num baile funk no Aglomerado da Serra, região Centro-Sul de BH. Todas foram atingidas por tiros disparados por homens armados que invadiram a festa que acontecia no meio da rua .As informações sobre o número exato de vítimas ainda estão desencontradas, já que algumas teriam sido transferidas de outro hospital para o HPS
A confusão começou por volta das 23 horas, quando seis homens armados chegaram em motos na rua Bandonion, próximo à praça do Cardoso, onde acontecia a festa. Quatro deles desceram e começaram a disparar. No local, segundo a Polícia Militar, havia mais de 400 pessoas e 13 delas foram atingidas pelos tiros.
Viaturas da PM foram acionadas para ajudar no socorro às vítimas, nove delas encaminhadas ao HPS e duas para o Hospital Life Center. Uma pessoa morreu a caminho do hospital - Dário Pereira Leite, que participava da festa. Outra está no bloco cirúrgico em estado grave. As demais permanecem internadas em observação.
De acordo com o sargento Reginaldo Carlos, do 22º Batalhão da PM, que faz o policiamento na região, os autores dos disparos já foram identificados. Eles seriam da região e deverão ser presos em breve. O militar não quis informar os nomes dos suspeitos para não atrapalhar as investigações. Também não adiantou qual seria o motivo do ataque e se estaria ligado ao tráfico de drogas ou disputa entre quadrilhas.
Socorro e tumulto na porta do HPS
Um grande tumulto se formou na porta do HPS, com parentes e amigos das vítimas nervosos a procura de informações. Diversas viaturas da PM e da Polícia Civil foram chamadas para garantir a segurança no hospital, uma vez que os ânimos ficaram bem exaltados.
Houve briga entre os moradores e muito bate-boca. A mãe do jovem morto, cujo nome não foi revelado, chorava e gritava na portaria, desesperada por ter perdido seu único filho homem.
Alguns jovens que estavam próximos ao hospital, revoltados, falavam o tempo todo em vingança e que sabiam quem tinha atirado nas pessoas.
O sargento Reginaldo Carlos foi o responsável pelo socorro à criança de 6 anos. Ele contou que ela pediu socorro ao sentir uma queimação no braço direito. Quando viu o sangue começou a chorar. O garoto foi atendido no Pronto-Socorro e passa bem, sem risco de morrer.
Com os ânimos exaltados, a PM precisou reforçar a segurança na porta do HPS (Foto: Maristela Bretas/Hoje em Dia)
De acordo com o tenente Zenas Ferreira da Silva, do 22º BPM, que comandava a operação, o baile funk tinha alvará para 200 pessoas. A polícia Militar, ao tomar conhecimento da festa, avisou aos organizadores que não haveria policiamento porque o alvará foi conseguido de última hora, "sem tempo hábil" para montar o esquema de segurança. Uma viatura da PM acompanhou todo o tempo a aglomeração de pessoas, fazendo o monitoramento na rua Bandonion.
Ainda segundo o tenente, os policiais, ao perceberem que o número de participantes era muito maior que o previsto no alvará, teriam avisado aos organizadores para que encerrassem o baile, o que não aconteceu. Pouco depois houve o ataque.
As investigações, a partir de agora, serão realizadas pela delegacia de Homicídios.
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