04 de Março de 2013 - 18:52 - Juiz de Fora
Confronto entre grupos rivais das Vilas Esperança I e II causou pânico entre moradores da Zona Norte
Por Marcos Araújo
A rixa entre gangues dos bairros Vila Esperança I e Vila Esperança II, na Zona Norte, serviu de pano de fundo para uma tentativa de homicídio contra um rapaz de 25 anos. A vítima foi baleada na coxa direita no início da tarde desta segunda-feira (4). O episódio violento causou pânico entre os moradores, visto que a confusão aconteceu perto de uma escola na Rua Custódio Lopes Mattos, no horário em que várias crianças aguardavam para entrar em sala. Carros estacionados na via foram alvejados, e uma casa foi atingida com, pelo menos, três disparos. Segundo o assessor de comunicação do 27º Batalhão de Polícia Militar, capitão Jean Amaral, o jovem baleado, morador da Vila Esperança II, foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte, sendo medicado e liberado. A vítima teria relatado que estava sentada próxima a um escadão, quando três homens surgiram. Eles seriam moradores da Vila Esperança I. Um deles sacou uma arma de fogo e fez dois disparos contra o rapaz.
Ainda conforme o capitão, um homem, que seria o autor dos tiros, foi identificado e conduzido para a delegacia de Polícia Civil. Um segundo suspeito também já teria sido identificado, mas não foi localizado. Conforme os moradores da área, a briga entre as galeras têm sido constantes. Uma dona de casa informou que a confusão teria sido desdobramento de um tiroteio ocorrido ainda na madrugada de segunda. "Eram quatro horas da manhã, quando comecei a ouvir os tiros. Estamos todos muitos assustados." A mãe de uma criança, 5, que esperava o horário de entrada na escola à tarde, alegou que a situação está fora de controle. "Antes a briga era só deles. Agora estão misturando as famílias, as crianças. Alguém precisa fazer alguma coisa, antes que o pior aconteça", suplicou.
Outro problema enfrentado pelos residentes da Vila Esperança II, seria a proibição imposta pela gangue da Vila I, que não permite que os moradores entrem um no "território" do outro. "O posto médico funciona no lado da Vila I, e nós não podemos ir até lá. Se insistirmos somos apedrejados e sofremos ameaças de morte. Minha mãe está há três meses sem remédio para pressão e sem insulina, porque não temos a chance de ir até a unidade de saúde", revolta-se uma copeira. A casa de um mecânico foi alvo de disparos. Uma marca de tiro ficou no muro da residência, que também teve o vidro da janela da sala danificado por um disparo. "Conviver com essa violência está muito difícil. É preciso intervenção do Poder Público, ou os moradores vão começar a reagir", desabafou o morador.
Segundo o assessor do 27º BPM, capitão Jean Amaral, quando o suspeito de crime foi levado para ser feito reconhecimento pelas testemunhas, populares tentaram agredi-lo, o que levou a PM a efetuar disparos com munição de menor poder ofensivo (munição de borracha), para conter o tumulto, mas ninguém foi ferido. Sobre a frequência das brigas e a proibição de utilização do posto médico por parte dos moradores, o oficial afirmou que uma equipe do programa "Ambiente de paz", do Bairro Benfica, irá verificar a situação.
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/gangues-se-enfrentam-com-tiros-em-via-publica-1.1239439
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