08/03/2013
José Ribamar Trindade | Redação 24 Horas News
José Ribamar Trindade | Redação 24 Horas News
A brutalidade de uma 'operação desastrosa' acabou com mais de 60 policiais militares afastados de suas funções. Um foi exonerado, mas todos serão investigados em Inquérito Policial Militar (IPM). A conta da violência foi para o capitão da PM Gilson Vieira da Silva, agora ex-comandante da Base da PM do bairro Boa Esperança, colocado de lado pelo Alto Comando da Polícia Militar nesta sexta-feira (08).
Comandando mais de 50 homens, dez deles da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam), o capitão Gilson se envolveu numa das mais calamitosas operações policiais dos últimos anos em Cuiabá. O destempero dos policiais resultou em ferimentos em pelo menos seis estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que participavam de uma manifestação na Avenida Fernando Correa da Costa, área central de Cuiabá na tarde da última quarta-feira (06).
Os universitários protestavam contra o corte de pelo menos 50 vagas de moradia paga pelo Governo Federal através da UFMT. Além da tortura física e psicológica contra dez estudantes, os militares ainda usaram de muita violência e palavras discriminatórias e humilhantes contra os estudantes.
Além dos ferimentos pelos disparos à queima-roupa contra os universitários, os truculentos policiais militares ainda ameaçaram a atirar na cara de cada um dos manifestantes, taxando-os de bandidos e “maconheiros”.
Não bastasse essa situação visível, pesa contra os policiais militares que participaram da operações casos de violações de direitos contra universitários e também advogados. A Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso vai promover representações pedindo penalização severa e vai desagravar os advogados ofendidos e agredidos pela Polícia Militar, durante protesto dos estudantes.
“Bati na porta para saber como estavam os estudantes, quando um mastodonte me mandou calar a boca e fechou a porta na minha cara” – relatou a advogada Ioni Ferreira Castro, da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat). “Mas quando eu ouvi um policial gritando que ia meter a mão em um aluno eu bati novamente, até porque os estudantes estavam lá dentro junto com dois presos fugitivos e um traficante”.
Os mais de 60 policiais envolvidos na “Operação Desastre”, além de afastados temporariamente, ainda vão responder IML, alguns militares, inclusive, podem ser expulsos a bem do serviço público. O capitão da PM Gilson Vieira não foi localizado pela reportagem do Portal de Notícias 24 Horas News e o assessor do Alto Comando da PM, tenente-coronel Paulo Ferreira Serbija não atendeu a ligação telefônica.
http://www.24horasnews.com.br/m427226/ufmt_comando_afasta_60_militares_e_exonera_oficial.html
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