quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Militares iniciam negociações com os presos na penitenciária Nelson Hungria

21/02/2013 
GABRIELA SALES / JOSÉ VITOR CAMILO/ RICARDO VASCONCELOS/ ALINE DINIZ
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FOTO: LEO FONTE / O TEMPO

Militares cercam unidade onde detentos mantém duas pessoas reféns

Militares de vários batalhões tentam conter os detentos da penitenciária Nelson Hungria, que realizam uma rebelião na unidade nesta quinta-feira (21). Uma professora do sistema prisional e um agente penitenciário são mantidos reféns no local.

No início da tarde desta quinta, e tentando diminuir o tumulto no local, a polícia utilizou uma bomba de efeito moral dentro do pavilhão um onde está acontecendo a rebelião. Cerca de 110 detentos participam do tumulto. “A bomba foi necessária devido a grande agitação dos presos que estavam fazendo cordas com roupas para acessarem o telhado da penitenciária”, explicou o chefe de comunicação da Polícia Militar, major Sérgio da Silva Dourado.

Ainda de acordo com o major, cerca de 100 militares de vários grupamentos e batalhões participam da ação de controle dos presos dentro da Nelson Hungria.

Detentos do pavilhão seis, também precisaram ser contidos. Ao verem a movimentação na unidade, eles atearam fogo em colchões. O tumulto foi controlado logo no início pelos próprios agentes penitenciários, de acordo com a PM.

Ainda de acordo com o major, ambulâncias foram acionadas no local para possível atendimento. “Não há ninguém ferido dentro da unidade, mas requisitamos os carros para qualquer tipo de emergência”, ressaltou.

Reivindicações 
O subsecretário de Administração Prisional, Murilo Andrade de Oliveira, afirmou que as reivindicações não foram apresentadas pelos presos e que, assim que essas reivindicações forem divulgadas pelos detentos, a ideia é tentar atender-lhes para que a rebelião tenha um fim. Segundo Oliveira, o que houve foi uma mudança no sistema de visitação das grávidas. Agora, ao invés delas irem até o pavilhão, as mulheres ficam em uma sala reservada. O subsecretário negou que o motivo do motim seja tortura. Porém, ele admite que há superlotação na unidade prisional. 

Crédito: Leo Fontes / OTEMPO

Helicóptero da PM sobrevoa unidade prisional

Entenda o caso.
Por volta das 10:30h,detentos do pavilhão um renderam um agente penitenciário e uma professora do sistema prisional. 
Os presos reivindicam a volta da permissão de visita de mulheres grávidas, crianças, revisão de pena e acusam de agressões dentro da penitenciária.

Um dos detentos envolvidos na rebelião usou um celular para ligar para a Rádio Itatiaia e se identificou como Daniel Cipriano. Durante o contato telefônico com a equipe de reportagem da emissora, o preso alegou que o motim, iniciado no Pavilhão 1 e que já conta com a participação de 100 detentos, é feito como forma de reivindicação à proibição de visitas de mulheres grávidas e mudança nos horários para que os parentes vejam os detentos.

Militares do 18º Batalhão de Polícia Militar, de Contagem foram os primeiros a chegarem no local. Homens do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), Batalhão de Choque e Corpo de Bombeiros também estão na unidade.

Por meio de nota, a Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que o motim começou por volta das nove horas da manhã e envolve cerca de 90 detentos. Segundo a Suapi, a professora e o agente foram rendidos no momento em que estavam na sala de aula que funciona dentro da unidade prisional e que, por enquanto, não há feridos.

Ainda segundo o órgão, Bruno Fernandes, o goleiro Bruno, não está envolvido no motim. O atleta está preso há dois anos e meio na penitenciária e será julgado em 4 de março deste ano, pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio.

Outro detento que também está fora do tumulto é o acusado de matar dois empresários em abril de 2010, no bairro Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Em relação a comunicação feita pelo detento através de celular, a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que não é permitido uso de celulares dentro das unidades prisionais. No Complexo da Nelson Hungria um Body Scan em funcionamento, permite bloquear o aparelho. Porém o órgão não informou como o preso conseguiu se comunicar de dentro da penitenciária.
Atualizada às 16:50 h

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