segunda-feira, 28 de janeiro de 2013 | 09:29
Pedro do Coutto
O pronunciamento do deputado Rui Falcão, presidente do PT, de que o partido está plenamente unido e empenhado na reeleição da presidente Dilma Rousseff, reportagem de Gustavo Uribe e Tatiana Farah, O Globo de sábado 26, e o encontro em São Paulo entre a atual e o ex-presidente, são fatos convergentes no cenário político, destinados a impulsionar a candidatura de Dilma Rousseff à reeleição.
Entretanto, não se pode negar a existência de uma dualidade que fornece mais força ao partido. Afinal qual a legenda que dispõe de dois nomes para disputar as eleições? Assim, toda vez que ressurgir no noticiário o nome de Lula admitindo que poderá ser ele o candidato, mais a legenda crescerá.
A candidata deve ser mesmo Dilma, mas a especulação é própria da política. Ela deu um sinal importante ao destacar a importância da parceria administrativa com o governador Geraldo Alckmim para a construção de um centro de treinamento voltado para os Jogos Paraolímpicos. Não se mostrou atingida por críticas recentes do governador, pelo contrário, foi bastante cordial em suas palavras. Os desafios – disse – são melhor enfrentados em conjunto.
Acendeu, portanto, uma luz no fim em torno de Alckmim, igualmente candidato à reeleição, demonstrando não ser impossível que ela dispute o plano federal sem hostilizá-lo na esfera estadual. Mas não será tarefa fácil porque o PT certamente lançará uma candidatura forte ao Palácio dos Bandeirantes. Sobretudo porque São Paulo, com 22% dos votos em seu território, é o maior colégio eleitoral do país.
Seus quadros partidários reagiriam negativamente a uma relativa neutralidade e isso afetaria a campanha presidencial. De qualquer forma, o Palácio do Planalto vai desenvolvendo suas articulações, acenando aqui e ali, e com isso ocupando espaço cada vez maior nos jornais e nas redes da Internet, cuja força é inegavelmente cada vez maior.
E A OPOSIÇÃO?
A oposição, enquanto isso, reage pouco e ainda não se definiu completamente a respeito de quem será seu candidato. Todos presumem ser Aécio Neves, cujo nome inclusive foi lançado abertamente pelo ex-presidente Fernando Henrique. Porém falta uma definição maior e mais ampla.
Aécio Neves, senador por oito anos, corre livre de, caso derrotado, ficar sem mandato. Este aspecto é muito importante para o desdobramento de qualquer campanha. Que poderá temer? O que poderá preocupá-lo? Disputando pela oposição estará inclusive tornando-se mais conhecido nacionalmente e poderá disputar novamente em 2018. Juventude não lhe falta. É um homem em torno de 50 anos, talvez uma pouco mais, jovem portanto para muitas campanhas.
Se o governador Eduardo Campos também disputar em 2014, a luta será entre Aécio e ele para decidir quem irá ao segundo turno, claro, se houver segundo turno. Tudo indica que sim. Houve tanto em 2002 quanto em 2006 e 2010. O quadro aparentemente não comporta outros nomes. Mas, como disse no início do artigo, só o PT possui dois. E oscilando entre Dilma e Lula, a legenda vai em frente. Mas hoje os sintomas são de que Dilma disputará a reeleição. Lula será candidato a qual posto? Mas vai disputar o Senado ou a Câmara, assegurando grande votação à legenda do PT. Vamos esperar e ver. Enquanto isso, Lula organiza as comemorações pelos dez anos do partido no poder. Convidou Dilma que estará lá. Nem poderia deixar de estar. Afinal quem está no governo é ela. E com popularidade alta.
http://www.tribunadaimprensa.com.br/
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