quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Grêmio bate LDU nos pênaltis e avança na Libertadores

31/01/2013
Por Hector Werlang     - Porto Alegre

Foi nervoso, disputado, brigado e até com problemas na arquibancada. Um típico jogo de Libertadores. Alia-se a este contexto a primeira partida oficial de um novo estádio. Quer mais? Decisão por pênaltis. Assim, após ganhar por 1 a 0 no tempo normal, gol de Elano, o Grêmio superou a LDU nas penalidades e se classificou na noite desta quarta-feira, na Arena, pela fase preliminar.

Na partida de ida, semana passada, em Quito, o time do Equador havia ganho por 1 a 0. O Tricolor precisava de dois de diferença. Como igualou o placar, foi aos pênaltis, em que Marcelo Grohe brilhou. Substituto do titular Dida, defendeu uma das cobranças, a de Morante: 5 a 4 para os gaúchos em noite trepidante.

Tão emocionante que contou inclusive com um incidente que parou a partida por seis minutos. Quando Elano abriu o placar, gremistas localizados atrás do gol guardado por Marcelo Grohe fizeram a tradicional “avalanche” no setor destinado à Geral. No entanto, a grade de proteção cedeu, e alguns torcedores caíram no fosso que os separava do gramado. Três foram levados ao hospital.

Agora, as duas equipes voltam as suas atenções a campeonatos locais. O Grêmio desafia o São Luiz, nesta quinta-feira, com time reserva, e encara o clássico contra o Internacional, domingo, pelo Gauchão. A Libertadores volta à pauta tricolor no dia 14, quando estreia, também na Arena, na fase de grupos. Enfrenta o Huachipato, do Chile, pelo Grupo 8.
Elano comemora gol do Grêmio contra a LDU Libertadores (Foto: Lucas Uebel / Site Oficial do Grêmio)

Faltou pontaria
O Grêmio cumpriu o prometido, e a LDU sofreu com o que temia: a pressão inicial, amplificada por uma torcida vibrante, embora insuficiente para lotar a nova casa, gerou uma série de chances de gol. O problema foi a má pontaria. Em 11 minutos, quatro oportunidades tiraram o tradicional "uh" da torcida. Fernando, de falta, Vargas e Marcelo Moreno, dentro da área após lançamentos de Elano e Zé Roberto, e o camisa 7, de novo, em chute de fora da área, assustaram Dominguez.

Àquela altura, o Tricolor não sentia a ausência de Cris – Bressan se revelava um bom parceiro a Saimon. Porém, para proteger a jovem e até então inédita defesa, Vanderlei Luxemburgo recuou os volantes Fernando e Souza. Desta forma, os meias ficaram distantes, e os atacantes, isolados. Era comum Vargas recuar a buscar jogo e deixar Moreno entre quatro defensores.

Então, aos poucos, a partida perdeu velocidade. Era tudo o que a LDU queria. Abusou da cera, especialmente com o goleiro. O árbitro Saul Laverne foi conivente. Só advertiu. Não deu cartão amarelo, nem cinco minutos de acréscimos. Antes disso, numa rara trama ofensiva, Moreno ganhou da defesa, serviu a Vargas, e o atacante arriscou de fora da área. O chute rasteiro passou do camisa 1, beliscou a trave esquerda e saiu. Eram 24 minutos. A LDU só ameaçou com chute de fora da área de Feraud. Terminou assim o primeiro tempo. E o nervosismo começou a tomar conta do estádio.

Golaço alivia nervosismo
Ao voltar do intervalo, Luxa mudou duplamente. Saíram Fernando e Marcelo Moreno. Entraram André Lima e Willian José. O sistema tático se transformou do 4-4-2 ao 4-3-3. O que continuou foi a ansiedade gremista e a cera equatoriana. Um exemplo. Feraud andou na barreira, interceptou a cobrança e, após a bola bater no seu rosto, simulou lesão. O jogo voltou a ficar parado.

O Grêmio conseguiu jogar a partir do toque de bola. Willian José, após tabela, foi derrubado. Na cobrança, Elano abrigou Dominguez a grande defesa. Era o indício de abertura do placar. Que aconteceu aos 16, um minuto depois. Elano arriscou da intermediária e acertou o ângulo direito. Golaço. O primeiro do Grêmio na Libertadores. O primeiro que poderia significar a classificação. Mas... A avalanche, comemoração da torcida Geral, rompeu a grade de proteção e oito torcedores caíram no fosso, com ferimentos. O jogo ficou interrompido seis minutos.

A paralisação esfriou o jogo. Só aos 28, após cruzamento de Pará, André Lima conseguiu cabecear. Por cima do gol. Vitti ainda perdeu boa chance ao bater falta na barreira. Elano, de novo de fora da área, exigiu defesa de Dominguez. Quando a decisão nos pênaltis parecia uma certeza, Hurtado foi expulso por acertar um chute no rosto de Jean Deretti. Deu nova esperança ao Grêmio. Porém, o gol não saiu. A vaga iria ao desempate mesmo.

André Lima foi o primeiro a bater. Converteu. Saritama fez o mesmo. Saimon parou nas mãos de Dominguez. Vitti colocou a LDU na frente: 2 a 1. Willian José chutou firme e igualou. Reasco carimbou a trave. Empate em 2 a 2. Pará deixou o Tricolor em vantagem. Vélez igualou. Vargas fez o dele. Canuto levou a decisão às alternadas. Alex Telles confirmou. Marcelo Grohe defendeu cobrança de Morante. Grêmio 5 a 4. Grêmio classificado. Grêmio ainda sonhando com o tri da América.
http://globoesporte.globo.com/futebol/libertadores/noticia/2013/01/gremio-bate-ldu-nos-penaltis-e-avanca-na-libertadores.html

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