Comissão da Verdade de SP quer rever brasão da Polícia Militar
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DE SÃO PAULO
A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo vai propor a
revisão do brasão de armas da Polícia Militar paulista. Desde 1981, o
símbolo presta homenagem ao golpe de Estado de 1964, que implantou a
ditadura militar no país.
O brasão contém 18 estrelas que, segundo o site da PM, representam
"marcos históricos da corporação". De acordo com a página, a 18ª estrela
é uma referência à "Revolução de Março". O termo "revolução" é usado
por militares que negam que houve uma ditadura no país de 1964 a 1985.
Em janeiro de 2012, a Folha noticiou que os sites da Secretaria
de Segurança Pública de São Paulo e da PM tratavam o golpe como
"Revolução de Março". A pasta retirou a expressão no mesmo dia; a PM a
manteve.
"A Comissão da Verdade pretende sugerir a revisão e análise do
significado dessas estrelas", disse o deputado Adriano Diogo (PT),
presidente do colegiado paulista.
Segundo ele, os caminhos formais para sugerir uma revisão no símbolo ainda serão discutidos com os integrantes da comissão.
Segundo ele, os caminhos formais para sugerir uma revisão no símbolo ainda serão discutidos com os integrantes da comissão.
Criado em 1958 pelo então governador Jânio Quadros, o brasão de armas da
PM foi alterado em 1981, na gestão de Paulo Maluf, que acrescentou a
17ª e a 18ª estrelas.
Além do golpe de 1964, estão representados no brasão outras ações
repressivas realizadas pelas Forças Armadas em episódios controversos,
como a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), que devastou o país vizinho, e a
revolta de Canudos (1897) no sertão baiano, que dizimou todos os
participantes do movimento.
Há ainda estrelas em homenagem às repressões à Revolta da Chibata (1910) e ao levante dos 18 do Forte de Copacabana (1922).
Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que
não comentaria o assunto por se tratar de um tema "de natureza
política". (PATRÍCIA BRITTO)
Editoria de Arte/Folhapress |
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