22 de Janeiro de 2013 - 19:36 - Juiz de Fora
Por Tribuna
Um assalto à padaria do Sagrado Coração, Zona Sul, levou a PM a realizar buscas por suspeitos no Residencial Araucárias, no mesmo bairro, na manhã desta terça-feira (22). A ação mobilizou várias viaturas, incluindo o Tático Móvel, o Choque e a Rotam, além de cães farejadores e o helicóptero da corporação. Ninguém foi preso, mas logo após a saída dos policiais, uma briga generalizada entre moradores, alguns deles armados com paus e pedras, levou a PM novamente ao condomínio, que foi palco de uma série de ocorrências violentas em dezembro passado, principalmente devido à rixa de jovens. Dois adolescentes de 16 anos e dois jovens, 20 e 21, acabaram detidos por envolvimento na confusão de ontem e foram levados para a 1ª Delegacia Regional, sendo liberados em seguida.
O tumulto teve início pouco antes das 10h, quando uma padaria da Rua Geraldo Cardoso de Mello foi invadida por dois criminosos. Um deles estava armado, supostamente com pistola, e desferiu uma coronhada em um vendedor autônomo, 64, que comercializa produtos no estabelecimento. O proprietário, 52, também foi rendido. Enquanto o ladrão armado controlava as vítimas, o outro roubou cinco maços de cigarro, quatro garrafas de vinho e vários biscoitos. "Meu pai foi rendido, queriam dinheiro e tentaram abrir a gaveta do caixa, mas não conseguiram." contou o filho do comerciante, 29.
Segundo ele, esse já é o segundo assalto em dois meses. Em dezembro, quatro assaltantes levaram cerca de R$ 100 e vários produtos. "Temos a padaria há 11 anos e sempre foi tranquilo. Agora estamos com medo." Ele contou que pretende colocar câmeras de vigilância para reforçar a segurança. O vendedor agredido teve sangramento na cabeça, mas teria dispensado atendimento médico.
"Chegamos em cobertura e tivemos informações de que (os assaltantes) tinham corrido por uma mata que dá acesso ao Araucárias. Fizemos rastreamento mas, infelizmente, não os encontramos, porque deviam estar escondidos em algum apartamento", contou o sargento Lúcio Cardozo, da 32ª Companhia. Um suspeito chegou a ser detido, mas ele não foi reconhecido pela vítima.
Ameaças
Minutos após a saída da PM do pátio do residencial, onde vivem cerca de 380 famílias, aconteceu a briga generalizada. Uma moradora, 46, que estava trabalhando na portaria do condomínio, contou ter sido ameaçada pelo grupo, munido com paus e pedras. "Me ameaçaram, falando que eu tinha dedurado moradores, apontando para apartamentos e falaram que iam dar tiro em mim e no meu marido, que teve que sair correndo." Integrante do conselho do Araucárias, ela revelou estar revezando na guarita durante o dia com outra moradora, porque as empresas de segurança privada não estariam assumindo o serviço, devido às várias ações violentas. "Já deram soco em um segurança, e eles não podem reagir. À noite, conseguimos dois vigilantes particulares. Mas há tudo de ruim lá dentro: drogas, bagunça, brigas."
O residencial foi construído por meio dos programas "Prefeitura casa própria" e "Minha casa, minha vida". Uma das hipóteses para os constantes confrontos é que esses projetos reúnem pessoas de várias partes da cidade, muitas delas adolescentes. Em dezembro, quando houve registros de violência, beneficiários estavam abrindo mão do imóvel próprio. "Fui uma das primeiras moradoras, mudei em abril do ano passado. Comprei e estou pagando para viver assim?", questionou, temendo pela segurança de seus três filhos.
Estigmatização
O diretor do Centro de Pesquisas Sociais da UFJF, Paulo Fraga, alerta para os riscos de um processo de estigmatização dos beneficiários de condomínios populares do "Minha casa, minha vida", como ocorreu, em períodos anteriores, com os do Banco Nacional de Habitação (BNH) e das Companhias de Habitação Popular (Cohabs). "Fundamental é o acompanhamento, por parte da Secretaria de Assistência Social e de outros órgãos, para fazer um trabalho de integração desses condomínios com o entorno, e não permitir o isolamento."
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/pm-registra-uma-nova-ocorrencia-no-araucarias-1.1219288
http://www.tribunademinas.com.br/cidade/pm-registra-uma-nova-ocorrencia-no-araucarias-1.1219288
Se houvesse uma triagem das famílias que iriam morar nesses condomínios, nada disso teria acontecido, pois tem pessoas de todos os bairros e de vários níveis sociais,é um absurdo. A Prefeitura e a Assistência Social deveriam ter feito uma análise das famílias. Colocando pessoas que sabem viver civilizadamente. E que tenham reais condições de arcar com o condomínio. Tem famílias ótimas que estão vivendo com medo, e que infelizmente estão passando por situações horríveis.
ResponderExcluirconcordo
Excluirse tivesse escolhido quem ia mora no condominio nada disso teria acontecido por que mora gente de todos os bairros ex. santa luzia vila ideal olavo costa retiro furtado bela eurora e etc
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