domingo, 13 de janeiro de 2013

Apartamentos de deputados têm R$ 280 mi em reforma. Casa justifica que objetivo é reduzir pagamento de auxílio-moradia

Publicado no Jornal OTEMPO em 13/01/2013

FOTO: LEONARDO PRADO - 21.12.2011
Secretário. Delgado defende investimento para valorizar apartamentos, que valem R$ 2,35 milhões cada

Brasília. A reforma dos 432 apartamentos funcionais destinados aos deputados federais vai custar pelo menos R$ 280 milhões aos cofres públicos, segundo estimativas da Câmara - o que equivale a R$ 650 mil para cada imóvel. Até agora, a Casa gastou cerca de R$ 108 milhões com os nove prédios, que já passaram pelo processo ou ainda estão sendo reformados.

Na restauração dos outros nove edifícios devem ser gastos mais R$ 172 milhões, valor que pode subir porque será feito um novo edital de licitação. Só em banheira de hidromassagem os gastos devem atingir R$ 1,5 milhão. Mesmo assim, cerca de 90 deputados estão na lista de espera por uma unidade.

Os primeiros contratos de licitação para as reformas foram firmados em 2007. De lá para cá, seis prédios - com 24 apartamentos cada - foram entregues depois de atrasos, que, somados, extrapolaram em mais de três anos a data prevista. Entre os motivos da demora estão problemas com construtoras.

A empreiteira Palma abandonou o projeto no meio da execução, sendo necessário fazer nova licitação. A Engefort foi à falência e deixou um prédio quase pronto. Agora, a Câmara vai assumir os custos. As obras em outros três edifícios estão em fases menos adiantadas, mas estima-se que estejam prontos até agosto.

O deputado Julio Delgado (PSB-MG), quarto secretário da Casa, é responsável por providenciar o apartamento funcional ou verba de auxílio-moradia para os colegas, atender aos pedidos de reparos e acompanhar as obras. Ele comemora as reformas. 

"Apenas quase 200 deputados ocupavam os apartamentos funcionais e mais de 300 requisitavam o auxílio-moradia de R$ 3.000. Isso significa que éramos obrigados a manter vigilância, limpeza e reparos em prédios em que moravam meia dúzia de pessoas. Era um desperdício". E continua: "Com a revitalização dos prédios, invertemos esse número: hoje, menos de 200 recebem o auxílio-moradia", afirma.

Alves usaria "carros-fantasma"
BRASÍLIA. Candidato favorito à presidência da Câmara, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), alugou carros da empresa Global Transportes, do Distrito Federal, que teria por trás o ex-assessor do PMDB César Cunha. Segundo a revista "Veja", que publica o caso na edição desta semana, dos R$ 32 mil mensais para custear as despesas do mandato, Henrique gasta cerca de R$ 8.300 só com aluguel de carros.

No papel, a empresa pertence à ex-vendedora de tapetes Viviane dos Santos. Localizada por "Veja", ela disse nem saber da existência de um contrato com o deputado. Ela afirma que, na verdade, emprestou seu nome a uma tia. 

Procurado, Alves primeiro disse que utiliza carro próprio. Depois, corrigiu-se afirmando que o carro que usa é alugado. Por fim, mandou que um funcionário de seu gabinete, Wellington Costa, desse explicações. "Você acha que eu cuido disso?", reagiu. O funcionário, porém, foi sincero: "Talvez o deputado não se lembre, mas foi ele quem mandou contratar essa empresa".

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