sábado, 1 de dezembro de 2012

Médicos são flagrados em diversos tipos de crimes em hospitais de Minas

01/12/2012 
Renato Fonseca - Do Hoje em Dia
Cleiton Borges/Correio de Uberlândia
HC da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); instituição de ensino não se pronunciou

O esquema fraudulento de implantação de marca-passos, mediante recebimento e pagamento de propinas, envolvendo dois médicos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, não foi um fato isolado. Só nos últimos quatro anos, outros três escândalos foram registrados na unidade de saúde.

A denúncia contra o esquema de marca-passo foi oficializada pelo Ministério Público Federal (MPF), na quinta-feira.

Em março do ano passado, outra transgressão profissional: médicos do setor de otorrinolaringologia do HC foram acusados de usar residentes para trabalhar em clínicas particulares. O processo ainda tramita na Justiça.

Consulta paga
Em 2008, um cardiologista foi flagrado cobrando consultas na unidade, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dias depois, outros três colegas foram indiciados pela Polícia Federal (PF), mas por recebimento de propina de uma empresa privada que fornecia órteses e próteses cirúrgicas. Um dos profissionais foi condenado a dez anos de prisão em regime aberto e outro foi demitido.

Riscos
Um paciente com problema cardíaco que recebe um marca-passo sem necessidade pode ter a doença agravada e até morrer. “O aparelho regula os batimentos cardíacos. Uma pessoa sem arritmia ou com um distúrbio pequeno, capaz de ser minimizado por meio de medicamentos, poderá desenvolver uma arritmia muito maior”, explica o vice-presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Estêvão Lanna Figueiredo.

Além disso, informa o especialista, a colocação do marca-passo envolve uma intervenção cirúrgica, que, apesar de simples, não deixa de ser invasiva.

Segundo a assessoria de imprensa do hospital, a unidade só vai se posicionar após ser notificada pelo MPF. Sobre os demais casos, somente a universidade poderia prestar esclarecimentos, mas ninguém retornou os contatos feitos pela reportagem.

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