sábado, 15 de dezembro de 2012

Candidatos que `compraram´ vaga em curso serão expulsos. Máfia cobrava até R$ 80 mil por aluno; já foram presas 51 pessoas envolvidas

Publicado no Jornal OTEMPO em 15/12/2012

LITZA MATTOS

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Sete universidades mineiras estão entre as 40 que tiveram seus vestibulares de medicina fraudados por um grupo criminoso que vendia vagas nos processos seletivos, conforme lista divulgada pela Polícia Federal (PF) ontem. Segundo o órgão, os acusados serão indiciados, as universidades informadas sobre os alunos identificados e caberá a elas adotar providências, como expulsá-los. Duas instituições de Minas Gerais já avisaram que vão expulsar os estudantes fraudadores quando forem notificadas pela PF. Para médicos já formados, será preciso comunicar outros órgãos, como o Ministério da Educação. Grande parte das fraudes ocorria em vestibulares de instituições privadas. 

Segundo o Departamento de Marketing da Faculdade da Saúde e Ecologia Humanas (Faseh), em Vespasiano, assim que a fraude for comprovada, os alunos serão expulsos. "Será feita a justiça de tirar os alunos que tiraram as vagas das pessoas que, por competência, ficaram de fora", afirma o diretor de ensino da Faculdade de Minas (Faminas), Roberto Barbieri. A instituição possui 180 alunos matriculados no curso de medicina.

O diretor de graduação do Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam), Henrique Miranda, disse que, enquanto a instituição não for notificada, não irá se manifestar e tampouco tomar providências. "Tudo o que nós sabemos é o que todo mundo sabe. Não fomos notificados", disse.

Com o curso instalado neste ano, a assessoria de comunicação da Pontifícia Universidade Católica de Betim (PUC-Betim) informou, por meio de nota, que os "processos seletivos se realizam dentro dos mais rigorosos protocolos e procedimentos de segurança, lisura e correção".

Representantes do Centro Universitário de Caratinga (Unec), da Universidade Presidente Antonio Carlos (Unipac - Barbacena) e das Faculdades Unidas do Norte de Minas (Funorte) não foram encontrados pela 
reportagem. 

Investigações
Desde quarta-feira, ao menos 51 pessoas foram presas - nove delas em Minas - suspeitas de integrar sete quadrilhas, durante a operação Calouro, realizada pela PF. Os casos aconteceram entre 2010 e 2011, mas algumas atuavam havia mais de 15 anos. As fraudes custavam até R$ 80 mil.
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=217247,OTE

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