segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Dilma, a que brigou com a Economist, em luta contra o racionalismo alemão – contra o idealismo também…

10/12/2012 às 19:53

Dilma, a que brigou com a Economist, em luta contra o racionalismo alemão – contra o idealismo também…

Pois é… A revista britânica The Economist escreveu um texto com algumas críticas à política econômica da presidente Dilma Rousseff, demonstrando que certas intervenções que ela vem fazendo na economia são contraproducentes. Destaca o baixo crescimento do PIB brasileiro, o menor dos Brics, e o esgotamento do modelo ancorado no crédito e no consumo. Informa ainda que as medidas implementadas por Guido Mantega não têm dado resultado. E faz uma indagação retórica, num abordagem de pura ironia à inglesa: se Dilma é mesmo tão pragmática, por que não demite Mantega? Não chegava a ser uma sugestão.
Dilma, como se sabe, ficou furiosa. Reagiu como se a revista estivesse, sei lá, indo além dos limites aceitáveis, o que é uma tolice. Abaixo, segue texto publicado na VEJA.com. A Dilma que não aceita crítica de um veículo jornalístico, ficamos sabendo, está empenhada em mudar a política econômica da Zona do Euro e decidiu fazer carga contra as decisões da primeira-ministra alemã, Angela Merkel…
Então fica combinado: quando uma revista estrangeira critica a política econômica do Brasil, trata-se de um atentado à nossa soberania. Quando Dilma decide contestar a política econômica alemã, estamos diante da manifestação da Razão Pura. O que Dilma quer ensinar a Merkel? Como não crescer, torrar uma fábula de dinheiro público, derrubar o valor em Bolsa de algumas empresas e ainda influenciar pessoas? Tendo a achar que isso vai contra tanto o idealismo como o racionalismo alemães…
Leiam o que vai VEJA.com.
*A presidente Dilma Rousseff está em Paris nesta segunda-feira para cumprir uma agenda de quadro dias um tanto peculiar. Avessa a eventos políticos internacionais e visitas fora do Brasil, a presidente decidiu fazer sua segunda viagem à Europa em pouco mais de 15 dias para tentar convencer o presidente francês, François Hollande, a se posicionar de maneira mais contundente contra a política de austeridade fiscal defendida pela Alemanha.
A investida indireta de Dilma contra a política da chanceler alemã Angela Merkel ocorre dias depois de a presidente se irritar com a revista britânica The Economist por sua sugestão de mudanças na equipe econômica do país – a começar pela demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A proposta causou a fúria da presidente, que chegou a dizer que o governo jamais seria influenciado por uma revista estrangeira.
Em Paris, segundo reportagem do jornal Le Monde, Dilma tentará uma aproximação mais estreita com Hollande para estruturar políticas econômicas para a Europa que sejam, ao mesmo tempo, menos recessivas e mais direcionadas ao crescimento. Segundo o diário, Paris e Brasília têm bons argumentos para buscar um caminho diferente do que vem sendo aplicado no continente, com foco em ajustes de gastos e sem estímulo à expansão do Produto Interno Bruto (PIB) da união monetária. “Não é de hoje que François Hollande e Dilma Rousseff estão afinados quando se trata de questões econômicas. Além disso, ambos também compartilham um estilo diplomático mais suave do que seus antecessores, Nicolas Sarkozy e Luiz Inácio Lula da Silva”, escreve o jornal.
No Brasil, não deu certo – Contudo, o jornal também argumenta que a defesa de uma política menos austera e mais desenvolvimentista por parte da presidente Dilma ainda não rendeu frutos ao próprio país que comanda. Prova disso é a dificuldade que o Brasil enfrenta para voltar a crescer de maneira significativa – sobretudo depois do resultado pífio do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que cresceu apenas 0,6%.
Dilma, contudo, não está frustrada apenas com o resultado do PIB, diz o Le Monde. O jornal francês relata que a presidente também tem se decepcionado com a atuação de Hollande no contexto da crise do euro. “Ela esperava que Hollande fosse o indutor de uma outra política econômica europeia. E ela estaria decepcionada pela falta de vigor francesa na cena europeia e por sua fraca capacidade de resistência frente a atuação de Angela Merkel”, mostra a reportagem.
Petismo em Paris
A presidente da República também participará de uma agenda essencialmente petista na capital francesa. É convidada de honra de um fórum de discussão sobre questões sociais promovido pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurés – um centro de discussões políticas ligado ao partido Socialista da França.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

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