27/11/2012
Do G1 PE
Um crime virtual vem se tornando cada vez mais comum: através do envio de emails falsos da Receita Federal e de bancos, hackers conseguem informações de contribuintes e clientes. Com estes dados, vários golpes são aplicados. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os prejuízos com esse tipo de fraude eletrônica podem chegar a R$ 1.400 bilhão somente em 2012.
O biólogo e professor de ciências Carlos Alberto foi um dos alvos desses criminosos. Ele recebeu um email com o título “Receita Federal – Intimação eletrônica de débitos”. No corpo da mensagem, a linguagem técnica recomendava que o contribuinte procurasse a agência da Receita mais próxima. Diante do conjunto das informações, o professor quase acreditou que se tratasse de um email verdadeiro. No entanto, preferiu não clicar nos links apresentados na página.
Ele afirma que também recebeu emails suspeitos, que forjavam mensagens de alguns bancos, inclusive de um do qual ele não era cliente. “Na hora em que recebi o email fiquei bastante desconfiado, porque sei que não é uma prática da Receita nem dos bancos enviarem email para clientes, principalmente pedindo para colocar senha, baixar links. Então, assim que recebi, fiquei desconfiado e já descartei o email”, afirmou o biólogo.
Segundo a Febraban, todos os bancos são orientados a não enviar emails aos clientes pedindo qualquer dado cadastral. A medida busca diminuir o risco de fraudes eletrônicas.
A Polícia Civil reconhece que o número de pessoas que recebe este tipo de mensagem tem aumentado, e orienta os clientes a redobrar a atenção, para não serem vítimas dos hackers. “A orientação que a gente dá é para não abrir o link que vem relacionado a esse email, porque não é a prática dos bancos encaminhar email solicitando informações sobre os dados pessoais do cliente”, afirmou o delegado adjunto de repressão ao estelionato, Marcelo Guerra.
“O que pode acontecer é que ele pode ter seus dados captados para futuras fraudes. Ser relacionado para financiamento, empréstimo, uma gama de fraudes podem ser realizadas com os dados captados através daquele link”, complementou Guerra.
Ao mesmo tempo, o superintendente adjunto da Receita Federal no Recife, Paulo Lira, confirma que muitas pessoas estão procurando as agências da Receita, graças aos emails que intimam os contribuintes de forma eletrônica. Ele reforça: este tipo de email não é da Receita Federal.
“Tem havido um aumento na quantidade de pessoas que estão recebendo esses emails falsos. A Receita afirma que não manda email para essas pessoas. E pede, principalmente, que ela não clique naqueles links, nem instale nenhum programa contido nesses emails.
A Receita Federal não costuma fazer esse tipo de comunicado ao contribuinte, se comunica através de carta, em papel, quando quer intimar o contribuinte a comparecer à Receita. Ele vai receber essa correspondência em casa, com um aviso de recebimento, que vai constatar que o documento é da Receita. A partir daí ele vai comparecer a uma unidade da Receita, munido deste documento e, aí sim, tira suas dúvidas”, complementou Paulo Lira.
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