terça-feira, 6 de novembro de 2012

Agressor de mulher usará tornozeleira eletrônica em MG

Publicado no Jornal OTEMPO em 06/11/2012
RICARDO VASCONCELOS

FOTO: SEDS/DIVULGAÇÃO
A partir do mês que vem, homens que praticam violência contra as mulheres vão passar a usar tornozeleiras eletrônicas, para monitorar seus passos. Como O TEMPO adiantou, ao todo, 821 equipamentos vão entrar em operação. A meta é chegar a 4.000 até 2017. A confirmação foi feita ontem pelo governo de Minas, em anúncio oficial durante o lançamento da Comissão Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (Paper). 

"Uma central vai monitorar os passos dos agressores. Em casos mais extremos, a vítima ainda vai poder usar um outro aparelho para avisar da presença deles", explicou o secretário adjunto de Defesa Social, Denilson Pacheco. A implantação dos aparelhos será realizada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), conforme determinação judicial. 

Além desse monitoramento, o secretário ressaltou a importância da inserção dos casos de violência contra a mulher em um campo específico do Boletim de Ocorrência Policial (BO), o que deve ocorrer a partir de janeiro. "Normalmente, os casos em que o marido ou companheiro agride a mulher são determinados como lesão corporal. Com a mudança, serão qualificados como violência doméstica", frisou. 

Há cerca de um ano, a comissão - integrada por 11 órgãos - tem discutido, em reuniões mensais, as propostas de medidas para reduzir as ocorrências de violência contra a mulher. Mas, somente ontem, foi oficializada a criação da Paper. 

Números
No primeiro semestre deste ano, houve 3.329 registros de violência contra a mulher na região metropolitana de Belo Horizonte, sendo 3.364 de violência psicológica e 71 de violência sexual. Em 34% das ocorrências, os agressores são os próprios companheiros e, em 25%, o ex-companheiro. 

Casos de violência entre irmãos somam 9%, enquanto as ocorrências entre filhos e enteados ficaram em 8%. Os namorados são os responsáveis por 7% das agressões, e os próprios pais, 6% delas.

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