JULIANA GONTIJO
FOTO: JOÃO MIRANDA
Combustível. Movimento dos postos aumenta até 40% em feriados, mas o abastecimento caiu
O consumidor que precisar abastecer o carro hoje para poder viajar durante o feriado prolongado poderá não encontrar gasolina em diversos postos de Belo Horizonte. E se a bandeira for da BR Distribuidora, o risco é ainda maior, já que a entrega do combustível, conforme empresários do setor, ainda não está completamente normalizada.
Os estoques estão baixos e podem não ser suficientes para atender ao aumento da demanda na véspera do feriado, que pode ter alta de até 40% na comparação com dias normais.
O proprietário do posto Geraes, no bairro Floramar, região Norte da capital, Henrique Aragão, conta que ligou para a BR Distribuidora e foi informado que hoje vai ter corte no abastecimento. "Sexta e sábado também. Só não falaram o percentual deste corte. Assim, existe o risco de vários postos ficarem sem combustível", diz.
Aragão ressalta que, para manter as vendas no posto, ele está incentivando seus clientes a migrarem para o etanol com a redução do preço do combustível. "Assim, tive que reduzir mais a minha margem. O etanol está mais barato desde sábado. Ele passou de R$ 2,09 para R$ 1,89. Desde então, as vendas desse combustível dobraram", diz. Para o empresário, a situação se deve ao aumento da demanda que a Petrobras não consegue atender. "O governo incentiva a venda de carros, mas não o preparo e os investimentos para atender ao aumento do consumo", critica.
Aragão ressalta que vários postos estão passando por situação semelhante. "Estamos vivendo um momento de incerteza quanto ao abastecimento. O meu estoque não está no nível mais alto. Se eu não receber gasolina amanhã (hoje), vai faltar para o feriado", conta.
A gerente do posto Petrobel, localizado no bairro Funcionários, região Centro-sul de Belo Horizonte, Sônia Cunha, disse que o estoque do posto está baixo. "Precisamos de mais combustível para atender a demanda que, no geral, aumenta em torno de 40% nas vésperas de feriados. Afinal, muita gente abastece o carro para poder viajar", diz.
Ela conta que a BR Distribuidora está entregando o mínimo de gasolina para o posto. "Não normalizou tudo ainda. No sábado passado, chegamos a ficar quatro horas sem o combustível e uma semana sem a gasolina Podium", ressalta.
O receio quanto ao abastecimento também é destacado pelo gerente do posto BH, situado no centro da capital, José Guilherme Cardoso Costa. "Fiz o pedido para quinta-feira, mas não sei se o posto será atendido", diz. Ele frisa que durante dez dias a BR Distribuidora entregou em torno de 60% do total solicitado. "Ontem, depois de dez dias, pela primeira vez, veio o que foi pedido", observa.
Para ele, hoje será um dia fatal para a venda de combustível. "Tudo irá depender da entrega que está programada", observa. Costa diz que para atender à demanda mais intensa do feriado, comprou 20% mais que o normal.
MINAS GERAIS
Interior também tem escassez de combustível
No começo da semana, a BR Distribuidora informou por meio de nota, que não há mais registro de restrição na oferta aos postos de bandeira BR no Estado, graças à movimentação realizada desde a sexta-feira e durante o fim de semana, no terminal de Betim.
Ontem, procurada pela reportagem, não se manifestou sobre o assunto, que está começando a chegar em outras bandeiras, com a Shell e Ipiranga, de acordo com informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro).
Segundo o sindicato, postos do interior também estão tendo dificuldades para comprar gasolina, uma das reclamações feitas ontem por um associado veio da cidade de Itamarandiba, região Jequitinhonha/Mucuri), da bandeira Ipiranga. Na semana passado, a queixa veio de Ouro Branco, na região Central de Minas Gerais. (JG)
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