LUCIENE CÂMARA
FOTO: SEDS/DIVULGAÇÃO
Os frequentes acidentes com mortes no Anel Rodoviário motivaram o Corpo de Bombeiros a criar uma série de ações preventivas para a via, que devem ser colocadas em prática em um mês. Uma delas é a presença de viaturas nos pontos mais críticos para alertar os motoristas sobre o perigo e garantir salvamento mais rápido no caso de batidas e atropelamentos.
Com essas medidas, a meta da corporação é reduzir o índice de mortes no trânsito, que mata mais do que o homicídio doloso - quando há intenção de matar - em Minas. Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) mostram que, a cada 100 mil habitantes, 18 morrem por ano, vítimas de assassinato. Já os acidentes de trânsito são responsáveis por uma média de 20 óbitos.
A medida de prevenção no Anel foi anunciada ontem, durante reunião que efetivou a participação do Corpo de Bombeiros na Integração da Gestão em Segurança Pública (Igesp) do Estado. Na prática, a corporação passa a colaborar com ações de proteção pública ao lado das polícias Civil e Militar.
"Vamos reforçar também nossa atenção no trânsito", afirmou o secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz.
O percurso visto como o mais preocupante pelos bombeiros é o trecho do Anel Rodoviário entre o Km 1, no bairro Olhos Dágua, e o Km 8, que passa sobre a avenida Amazonas. Segundo a corporação, entre 2007 e 2011, ocorreram 1.441 acidentes no trajeto, com pelo menos 30 mortes. "Teremos unidades estacionadas nos pontos onde ocorrem mais desastres. Assim, o motorista vê a viatura e toma mais cuidado", disse o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Silvio Antônio Melo.
O comandante de policiamento do Anel, tenente Geraldo Donizete, acredita que a ação vai alertar os condutores e garantir um resgate mais rápido quando houver feridos. Segundo ele, o trecho entre o Olhos Dágua e a avenida Amazonas é o que registra os piores acidentes. Em 2010, dos 39 óbitos do anel, oito ocorreram naquele percurso. "No final do trecho, há estreitamento da pista e costuma haver muita retenção. É onde o motorista não consegue parar", comentou o policial.
ALERTA. O engenheiro e coordenador geral do Núcleo de Transporte da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Ronaldo Guimarães Gouvêa, elogia a medida do Corpo de Bombeiros, mas faz uma ressalva: "A única forma de coibir acidentes é manter policiais 24 horas no local para punir os imprudentes", opinou.
Chuva também será prioridade
A partir da integração do Corpo de Bombeiros nas discussões e estratégicas de segurança pública, a corporação pretende reforçar, ainda, sua atuação no período chuvoso, que se estende até abril. O projeto também prevê o posicionamento de viaturas em áreas onde ocorrerem enchentes, como a avenida Tereza Cristina, na capital.
De acordo com o assessor da Secretaria Executiva de Integração da Gestão em Segurança Pública, capitão Paulo Mesquita, os bombeiros vão monitorar diariamente os alertas do radar meteorológico e os balanços da PUC Minas. "De acordo com a previsão, temos como saber quais vias terão alagamento. Nesse caso, as equipes já ficarão nesses locais para alertar a população e ajudar no socorro", afirmou o capitão.
Segundo Mesquita, o Corpo de Bombeiros tem seis meses para implantar os projetos, mas a meta é colocar as ações em prática dentro de um mês.
O comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Silvio Antônio Melo, disse que há um projeto para a construção de mais quatro comandos regionais em Minas, além dos dois já existentes na capital: Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Juiz de Fora, na Zona da Mata, Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e Montes Claros, no Norte. Cada um deverá ter um helicóptero, ampliando de dois para seis as aeronaves no Estado. (LC)
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