No início do século XIX, a máquina a vapor revolucionou o mundo como um todo e a propulsão naval, em particular. A navegação foi virtualmente reinventada por essa nova tecnologia, em especial pelos aprimoramentos na propulsão naval. Essa nova forma de propulsão viria a alterar não só a maneira de impulsionar os navios, como também a sua fisionomia, com a incorporação, à época, de enormes e imponentes chaminés, bem como as características “rodas de pás”.
A Marinha do Brasil, em sua busca constante pelo aprimoramento, viu-se na necessidade de adequar a propulsão de seus meios e, por conseguinte, aprimorar a formação de seu pessoal. Com esse intuito, em 1857, criou o Corpo de Maquinistas para o Serviço de Vapores da Armada, com o propósito de formar os recursos humanos necessários à operação e manutenção dos navios que surgiam dessa nova conquista tecnológica.
Nessa busca diuturna pelo aprimoramento da máquina alternativa até as turbinas a gás, os motores diesel, os hélices de passo controlado e os sistemas eletrônicos e informatizados de automação e controle, as inovações sucedem-se em um ritmo vertiginoso, num processo dinâmico, onde são cada vez mais amplos os campos do conhecimento técnico necessários à condução e manutenção das instalações de máquinas.
Ao homenagearmos hoje todos os marinheiros que, ao longo do tempo, dedicaram-se a operar e manter esses equipamentos a bordo dos nossos navios, o fazemos reverenciando a pessoa do seu patrono, o Vice-Almirante ARY PARREIRAS, nascido em 17 de outubro de 1890, na Cidade de Niterói, que tendo ingressado na Escola Naval em 1907, como Sub-Maquinista Aluno, destacou-se pelo entusiasmo e dedicação aos estudos da mecânica e da eletricidade, empregadas nos sistemas de máquinas dos navios.
Maquinista e líder nato, exerceu vários cargos e funções, das quais destacam-se a Chefia do Departamento de Máquinas do Encouraçado "Minas Gerais", a Instrutoria do Curso Especial de Aperfeiçoamento de Máquinas para Oficiais, a de Oficial do Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras e a Chefia da Divisão de Serviços de Máquinas da Diretoria de Engenharia Naval.
Foi, entretanto, durante a Segunda Guerra Mundial que demonstrou toda a sua capacidade de administrador quando, chefiando a Comissão de Instalação da Base Naval de Natal e, posteriormente como seu primeiro Diretor-Geral, contribuiu de maneira fundamental, para que o país participasse do esforço aliado no Teatro de Operações do Atlântico Sul. Sua dedicação e espírito realizador foram responsáveis pelo apoio daquela Base à Força Naval do Nordeste, imprescindível para manter no mar os navios com propulsão a diesel, desconhecidos para muitos marinheiros brasileiros àquela época.
Hoje, no ano em que se comemora o 121º aniversário de nascimento do Almirante Ary Parreiras, rememoramos os feitos do Patrono dos Maquinistas, homenageando, também, a todos os que servem com dedicação a esta valorosa atividade profissional da Marinha.
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