QUI 26 NOVEMBRO 2015 09:05 ATUALIZADO EM QUI 26 NOVEMBRO 2015 10:31
Divulgação/Corpo de Bombeiros
Parentes de vítimas em Bento Rodrigues são levados em helicóptero dos Bombeiros para sobrevoo da área atingida
Desde o rompimento da barragem, no dia 5 de novembro, o Posto de Comando do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais instalado em Mariana tem dado todo o suporte necessário às famílias das vítimas do rompimento da barragem. Nesta semana, a corporação iniciou um trabalho de integração dos familiares para assegurar que eles sejam os primeiros a serem informados sobre todo o processo de buscas aos entes queridos.
A equipe do Corpo de Bombeiros incluiu, nas reuniões diárias da corporação, um representante de cada família, que se tornou um membro cadastrado junto ao Posto de Comando. “Eles podem participar das reuniões, apresentar sugestões, tirar dúvidas e acompanhar todos os trabalhos realizados. Estamos trabalhando com todo afinco e não tinha essa linha de comunicação. Agora, foi estabelecida uma linha direta de diálogo”, destaca o capitão Helder Fabricio Soares Cirqueira.
Além de terem acesso às informações atualizadas diariamente, os familiares também contribuem com as buscas. “É uma reunião sobre tudo o que acontece no trabalho de buscas. Eles sugerem locais e passam informações dos desaparecidos. Confrontamos as informações com as nossas e podemos até mesmo redefinir algum aspecto da operação de busca com base nisso. Eles estão satisfeitos com a atenção e a assistência que prestamos”, acrescenta o militar.
Outra medida da corporação é levar os familiares das vítimas para realizar um sobrevoo em toda a região atingida pelo rompimento da barragem. A ideia é de mostrar a extensão da área afetada para que eles possam entender a dificuldade do trabalho dos militares. Durante o voo, a tripulação explica aos familiares as técnicas usadas pelas equipes de busca e resgate que ainda tentam encontrar os desaparecidos.
“O sobrevoo tem a intenção de dar uma dimensão mais ampla do que se trata o caso. Eles tinham uma dimensão muito local. Eles achavam que os corpos dos familiares estariam naqueles pontos ou muito próximos deles. Mas, já encontramos corpos a 100 km de distância. Quisemos mostrar o grau de dificuldade da operação”, esclarece o capitão Helder.
E mesmo com as fortes chuvas que atingem Mariana e região, as equipes do Corpo de Bombeiros continuam o trabalho de busca sem interrupção.
Trabalho de buscas
A operação desenvolvida pela corporação já conseguiu localizar 13 vítimas, materiais e equipamentos e outros vestígios. A técnica utilizada pela corporação baseia-se em mapear um possível caminho por onde os corpos poderiam ter percorrido. Nessa rota, os bombeiros intensificam as buscas.
Além do conhecimento técnico, os militares utilizam um GPS, estudos de mapas e informações de familiares. Outra técnica é confrontar o último sinal do GPS das caminhonetes encontradas com a localização feita pelas equipes. Esse outro mapeamento também é um indicador para que as buscas se concentrem naquele perímetro.
O trabalho de buscas é quase manual, lento e feito com bastante atenção à procura de algum indício de que naquele local possa haver pessoas, animais ou sinais de que naquele lugar havia, por exemplo, uma residência. Antes de pisar no terreno e saber se ele está firme, se vai suportar o peso e qual a profundidade, o bombeiro afunda um bastão na lama.
Quando é encontrado algum obstáculo, consegue-se perceber pelo tato qual o tipo de material (se é um metal, se é um telhado). Nesse caso, se há uma construção, as buscas são intensificadas com a ajuda de retroescavadeiras para que os bombeiros possam entrar e realizar a busca.
Desde o início da operação, as buscas também têm sido feitas por meio de varreduras ao longo das margens dos rios, percorrendo o mesmo trajeto da lama, para encontrar sobreviventes, além de estudar o terreno.
Agência Minas