SEX 19 JANEIRO 2024 12:40 ATUALIZADO EM SEX 19 JANEIRO 2024 12:55
Gabriel Santos / Amap
Relevante obra que compõe o patrimônio histórico e artístico da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Capela de Santo Antônio do Pompéu, em Sabará, recebe trabalhos de restauro desde o início deste mês.
O objetivo é promover a recuperação, restauração e conservação de bens que integram o patrimônio cultural no estado, para melhorar ou restabelecer seu uso público e preservar para as atuais e futuras gerações.
Situada no bairro Pompéu, um dos mais antigos do município e onde é realizado o tradicional Festival do Ora-Pro-Nóbis, a capela data da primeira metade do século 18. Registros de batismo mostram que ela já existia em 1731.
O templo, feito de madeira e taipa, é cercado por um muro de pedra, contém um cemitério e uma sineira em madeira. O único altar tem características da primeira fase do Barroco em Minas Gerais. Nas paredes laterais e forro, há painéis com pinturas sobre a vida de Santo Antônio.
Pela importância histórica e artística, a capela foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1958.
Gabriel Santos / Amap
As intervenções começaram em 10/1, com as obras de restauração dos elementos artísticos. Já as obras de reforma da cobertura da capela tem previsão de início para fevereiro. O investimento total supera os R$ 850 mil e é proveniente de medidas compensatórias ambientais. A expectativa é de que os trabalhos sejam concluídos ainda em 2024.
O projeto de reforma da capela é de autoria da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Pompéu (Amap) e foi selecionado por meio da
Plataforma Semente, o maior banco de iniciativas socioambientais do Estado e responsável por selecionar e monitorar as propostas contempladas no Minas para Sempre.
“Esse recurso veio em boa hora, pois a comunidade local luta há várias décadas para tentar reformar a capela, que é uma joia do século 18 e estava ameaçada de desabamento em função dos vazamentos e ação do tempo”, destaca o presidente da Amap, Wellington Cláudio da Fonseca.
“Creio que essa restauração é primordial para que esse patrimônio nacional seja preservado da maneira que merece, para que as gerações futuras possam desfrutar e conhecer as belezas da nossa história”, conclui.
Iniciativa
O programa Minas para Sempre foi lançado em julho do ano passado. A primeira fase contemplou 11 projetos, entre eles, o da capela em Sabará, que receberam o aporte de R$ 17 milhões.
A segunda fase foi anunciada em dezembro, prevendo a destinação de R$ 12,9 milhões em recursos de medidas compensatórias ambientais para dez projetos selecionados.
“Fico muito feliz quando vou às cidades históricas e vejo que nosso patrimônio está sendo preservado. Nós temos que valorizar isso que é tão raro e tão mineiro. Se tem uma coisa que é sinônimo de mineiridade, é uma Mariana, Ouro Preto, Diamantina, Serro e outras mais em nosso estado. No que depender da minha gestão, esses patrimônios serão sempre preservados”, disse o governador Romeu Zema durante a solenidade no mês passado.
Para participar do Minas para Sempre, municípios ou integrantes da sociedade civil devem cadastrar os projetos na Plataforma Semente. As propostas devem ter relação com a preservação e requalificação do patrimônio cultural do estado.
A cada semestre, os projetos aprovados por uma equipe multidisciplinar são enviados para análise e seleção da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC) do MPMG e do Iepha.
"O programa Minas para Sempre será um legado do Ministério Público para os mineiros. Um projeto que supera gerações e busca preservar o futuro, restaurando o passado”, destaca o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de Minas Gerais.
https://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticia/capela-do-seculo-18-em-sabara-e-restaurada-por-meio-do-programa-minas-para-sempre