Nome completo Elizângela do Amaral Vergueiro
Ocupação
Período de atividade 1962–2023
Carreira musical
Com uma carreira de mais de cinco décadas, ela alcançou sucesso em vários campos do entretenimento. Umas das atrizes mais conhecidas da teledramaturgia brasileira, recebeu vários prêmios, incluindo um
Prêmio Extra, além de ter recebido indicações para um
Prêmio APCA e dois
Troféus Imprensa.
Elizângela fez sua estreia na televisão ainda criança, apresentando vários programas infantis, como
Essa Gente Inocente e
Capitão Furacão. Em 1969 fez sua estreia como atriz no filme
Quelé do Pajeú, pelo qual venceu o prêmio de Melhor Atriz Revelação no Festival de Cinema de Santos. Em 1971 estreou como atriz na televisão com uma personagem secundária na novela
O Cafona, da
TV Globo, que lhe rendeu a indicação ao
Troféu Imprensa de Revelação do Ano. Alcançou o auge de seu sucesso na década de 1970 por sua intensa participação em produções televisivas, sobretudo por sua personagem Patrícia, uma das protagonistas de
Locomotivas (1977).
Ao mesmo tempo, Elizângela iniciou carreira musical com o sucesso "Pertinho de Você". A música se tornou um
hit em todo o país no ano de 1978, ficando no topo das paradas ao longo de vários meses, e ela teve seu talento reconhecido em diversas premiações.
Ela se popularizou por suas personagens intensas e extravagantes, geralmente cômicas, como a dissimulada Mariúcha de
Jogo da Vida (1982), a obsessiva Marilda de
Roque Santeiro (1985), a extravagante Rosemary Pontes de
Pedra sobre Pedra (
1992) e a divertida Noêmia de
O Clone (2001).
Biografia
Caçula de três irmãs, seu pai era um executivo e sua mãe, dona de casa. Seus pais se separaram quando ela tinha 1 ano e meio, e assim, ela teve pouquíssimo contato com o pai. Sua mãe voltou a ser manicure e doceira após a separação, e teve que criar as três filhas sozinha, com uma pequena pensão do ex-marido, onde passou muitas dificuldades. Passando por dificuldades, Elizângela, então, começou a trabalhar ainda criança, aos 8 anos de idade, ajudando a mãe a vender doces junto com as irmãs. Elizângela chegou à
Cidade do Rio de Janeiro ainda criança. Sua mãe queria dar uma vida melhor as filhas e trocou o interior fluminense pela capital, onde teria mais chances de trabalho. Para criar as filhas, trabalhava em comércio. Elizângela e as irmãs viam o pai raramente, quando ele vinha a trabalho no Rio.
Carreira
Iniciou a carreira de cantora sem muita expectativa. Queria cantar por amor, adorava cantar, mas nunca pensou ser profissional. Todos elogiavam sua voz, e por isso decidiu tentar. A carreira de atriz estava instável, e decidiu lançar-se a novos rumos. Gravou um disco em
1978, o
compacto simples/
single intitulado "Elizângela", que continha as canções "Ele ou Você" e "Pertinho de Você", distribuído pela gravadora
RCA para todo o Brasil e exterior. O single vendeu mais de um milhão de exemplares e a canção do compacto, "Pertinho de Você" ficou entre as mais tocadas por 52 semanas no Brasil e é recordista de audiência no
ECAD. Elizângela ficou muito surpresa, e emocionada quando foi premiada como uma das melhores cantoras do país. Após o estrondoso sucesso, a atriz sofreu pressão da indústria fonográfica e teve que decidir entre interpretar ou cantar, e resolveu desistir da carreira de cantora. "Era uma manipulação horrorosa. Queriam me forçar a entrar em um gênero e eu queria buscar meu estilo."
De 1985 a 1992 ficou afastada da Rede Globo, que estava deixando muitos atores na famosa "geladeira", e muitos estavam se afastando dessa emissora. Elizângela, então, foi chamada para atuar na Rede Manchete. Ficou lá por pouco tempo já que a novela que fez -- Tudo ou Nada -- não deu um bom resultado. Após meses vivendo de pequenas peças teatrais, recebeu um convite de Older Cazarré para viajar e apresentar peças de teatro, e foi o que a salvou em tempos de vacas magras.
Vida pessoal
Aos 18 anos, em
1972, casou-se pela primeira vez, com o engenheiro Jorge Humberto Moreira, que foi seu primeiro namorado. Com ele teve sua única filha, Marcelle, que nasceu em
1974. Ficaram casados por 7 anos, mas desentendimentos fizeram a relação terminar de forma tranquila. Tentou ficar amiga do ex-marido, e sofria por ver a filha apegada ao pai, e não queria separá-la dele. Fez um acordo, e ficou morando com o pai de sua filha por mais 3 anos, já que não queria que sua filha fosse criada longe do pai, pois sabe como isso é muito traumático e difícil. Eles conviveram como irmãos nesse período e Elizângela só saiu de casa com a filha porque ele casou-se novamente.
Durante sua vida passou grandes dificuldades financeiras, inclusive para criar a filha adolescente. Nessa época ainda morava sozinha com a filha, e a Globo, emissora na qual trabalhava, não estava chamando para novos trabalhos. A pensão do ex-marido não era alta e só dava para o sustento da filha. Sem grandes trabalhos, acabou atuando em pequenas peças de teatro. Ela fez um teatral chamado Lar Doce Lar, até que o presidente da época, Fernando Collor, proibiu o teatro por causa da censura. Elizângela, então, por dívidas acumuladas e falta de pagamento, foi despejada de seu apartamento, e passou a morar com a mãe, economizando ao máximo para conseguir pagar o aluguel dela. Desesperada, mandou a filha ir morar com o pai, pois não queria a menina passando fome junto com ela e sua mãe. Após alguns meses vivendo de pequenas peças de teatro e passando necessidade para pagar o aluguel da mãe, deu a volta por cima e enfim conseguiu novos contratos de trabalho através de antigas amizades.
Financeiramente mais estável, voltou a morar sozinha com a filha. Neste período teve alguns namorados, e até então não pensava numa segunda união, até que conheceu um homem com quem decidiu viver junto. Seu segundo casamento foi com um empresário. O matrimônio durou 8 anos, até
2001. A separação foi amigável e se tornaram amigos após o término.
Após essa separação, sua filha, que é bailarina, já estava casada com a empresária paraibana Micheline Torres, e Elizângela foi morar sozinha. Em entrevistas revelou que aceitou com naturalidade a
homossexualidade de sua única filha, e que tem muito orgulho em ter uma filha
lésbica.
Em 2015 perdeu sua neta, fruto de uma
inseminação artificial que sua filha havia feito. Manuela nasceu prematura de sete meses, vindo a falecer poucas horas após o nascimento, o que a deixou muito abalada. A recém nascida foi sepultada em 26 de agosto, no Cemitério Jardim da Saudade, em
Salvador.
Em 4 de julho de 2017 perdeu sua mãe, de 92 anos, na véspera do aniversário dela. Dona Rosalinda estava internada há algumas semanas, falecendo por
insuficiência cardíaca.
Em seus últimos anos, Elizângela viveu sozinha em seu apartamento na
Zona Sul do Rio de Janeiro. Solteira, era eventualmente vista acompanhada de homens anônimos e famosos, mas não assumiu nenhum relacionamento sério para a mídia. Em entrevistas afirmou estar muito bem e feliz. Informou uma curiosidade do início de sua carreira, pois foi uma das primeiras atrizes a não usar algum sobrenome em seu nome artístico pois, na época, acabou seguindo o conselho de um funcionário do departamento de elenco, onde foi informada que utilizar seu nome de batismo, Elizângela Vergueiro, ficaria muito longo e não chamaria atenção. A artista optou, então, por deixar somente Elizângela.
Postura antivacina da Covid-19
Publicamente
contrária à
vacina da COVID-19, Elizângela contraiu a
doença e foi hospitalizada no dia 20 de janeiro de 2022 em estado grave, precisando ser
intubada. Por sua recusa em se vacinar, em junho de 2022 a atriz foi cortada do elenco da telenovela Travessia, ainda na fase de desenvolvimento pela Globo, e impedida de participar de qualquer outro trabalho enquanto não se vacinasse. Em 2021 a emissora havia determinado que todos os seus funcionários deveriam comprovar estarem vacinados.
Morte
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eliz%C3%A2ngela