Com direito a enredo típico de tango, a Argentina é tricampeã Mundial. Novamente com Lionel Messi desequilibrante em sua despedida de Copas do Mundo, os hermanos bateram a França nos pênaltis, após empate em 2 a 2 nos 90 minutos e 1 a 1 na prorrogação, neste domingo (18), em Doha, no Catar, e levantaram a 'La Tercera' taça para delírio da torcida. O feito já havia sido alcançado em 1978, em casa, e em 1986, no México, então sob o brilho de Diego Armando Maradona.
Se a campanha da Argentina na Copa começou com uma surpreendente derrota de 2 a 1 para a Arábia Saudita na estreia, depois, a equipe foi ganhando corpo. Tanto pelo crescimento de produção de Messi quanto pelas mudanças promovidas pelo técnico Lionel Scaloni, que firmou os jovens Enzo Fernández e Julian Álvarez no time titular.
No duelo deste domingo (18), a Argentina se impôs logo de cara, sendo soberana no primeiro tempo. Com Di Maria como principal surpresa na escalação, o técnico Scaloni posicionou a equipe de forma a pressionar a França em seu setor defensivo.
O resultado foi uma verdadeira blitz argentina. Acuados em seu campo, os franceses pareciam meio desnorteados, tendo cometido três faltas logo nos 5 minutos iniciais.
A primeira boa chance da Argentina surgiu aos 5 minutos, com MacAllister, arriscando de fora, para boa defesa de Lloris. Três minutos depois foi a vez de De Paul tentar finalizar, mas Varane conseguiu desviar para escanteio.
A França só conseguiu avançar pela primeira vez aos 10 minutos. Mbappé, que sofria com a dobra na marcação, apareceu em uma tentativa rápida de tabelinha pela esquerda, mas a defesa argentina conseguiu evitar a finalização.
Se Mbappé estava 'encaixotado' na marcação argentina, do outro lado, a estrela de Messi seguia brilhando. Novamente o camisa 10 criava as melhores oportunidades. Aos 17 min, pela direita, fez belo cruzamento para Di Maria, mas o atacante pegou mal e a bola subiu muito.
A França tentava se armar para contra ataques. Aos 19 minutos, Theo Hernández chegou com perigo e sofreu falta a dois passos da área. Na cobrança, Giroud cabeceou por cima, mas a arbitragem já havia assinalado falta.
A melhor produção Argentina acabou premiada aos 22 minutos. Em jogada pela esquerda, Di Maria invadiu a área foi tocado por cima por Dembélé. Pênalti. Na cobrança, aos 23, Messi, com muita categoria, deslocou Lloris e bateu no canto esquerdo do goleiro, abrindo o placar.
A Argentina seguia solta em campo. E com os jogadores arriscando mais. Primeiro, Cristian Romero de fora da área. Depois, na sequência de lindo chapéu de De Paul em Hernández, MacAllister também tentou, aos 32, mas pegou mal.
E quando a França tentou algo mais incisivo, Argentina deu um contragolpe fatal. Com um passe genial, Messi achou MacAllister na direita e ele cruzou para o outro lado da área para Di Maria marcar o segundo gol.
Técnico da França, Deschamps não esperou sequer o intervalo para promover mudanças. Aos 42 minutos, saíram Giroud e Dembélé para entradas de Marcus Thuram e Kolo Muani.
Reviravolta no cenário
No segundo tempo, a França tentava de todas as formas 'voltar para o jogo', mas a Argentina seguia no controle das ações. A primeira chance foi hermana, com De Paul, aos 4 minutos, novamente de fora, para defesa de Lloris.
O confronto, como não podia ser diferente, começou a ficar mais pegado, com muitas faltas, bola concentrada no meio campo e poucas chances claras de gol para ambos os lados.
O quadro só começou a mudar aos 19 minutos, quando Di Maria, ainda longe de sua melhor forma física em função do período em que ficou se recuperando de lesão, teve que deixar o campo, extenuado, para a entrada de Acuña.
Aos poucos, a França cresceu de produção e a Argentina se 'encolheu', tentando segurar o placar. A primeira chegada dos Bleus foi aos 23 minutos, com Kolo Muani tentando de fora. Mas a partir dos 26, a outra estrela da noite começou a brilhar: Mbappé, com boa conclusão, mas para fora.
Sem nada a perder, Dechamps foi para o tudo ou nada, mandando a campo Camavinga e Coman nas vagas de Theo Hérnandez e Griezmann. E o que parecia mais 'desespero' acabou dando resultado.
Aos 34 minutos, em uma bela jogada pela esquerda, Kolo Moani foi derrubado na área por Otamendi. Pênalti, que Mbappé bateu e converteu. O goleiro Emiliano Martínez chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol: 2 a 1 no placar.
E não houve nem tempo para a Argentina tentar colocar os nervos no lugar. Aos 38 minutos, Mbappé voltou a brilhar e fez seu segundo gol, incendiando o jogo, para delírio da torcida francesa.
Dali pra frente, muita emoção. Os franceses tiveram as melhores chances, a maioria delas novamente com Mbappé, mas, no apagar das luzes, quase que Messi decretou a vitória hermana, em chute cheio de curva, mas Lloris conseguiu colocar para escanteio.
Prorrogação
Com os ânimos ainda abalados, a Argentina ganhou fôlego extra para a prorrogação - literalmente - a partir do momento em que Scaloni foi promovendo modificações. Titulares no início da competição, Lautaro Martinez e Paredes entraram e recolocaram os hermanos no jogo.
E se o primeiro tempo da prorrogação terminou sem gols, na segunda etapa as emoções foram até o segundo final. Messi voltou a colocar a Argentina a frente do placar, aos 3 minutos, após jogada rápida pela direita, Os franceses chegaram a pedir impedimento, mas a arbitragem confirmou o gol.
A França partiu com tudo pra cima. E, para desespero da parte hermana, chegou ao empate novamente. Em tentativa de finalização, a bola desviou na mão de Montiel na área. Pênalti, que Mbappé mais uma vez converteu, marcando seu terceiro gol em uma final de Mundial.
O 'esperado' seria ambas as equipes segurarem o jogo até o apito final. Mas ambas seguiram em busca do gol. Neste momento, brilharam as estrelas dos goleiros Lloris e Martinéz, autores de grandes defesas nos segundos finais.
Pênaltis
Nos pênaltis, as estrelas fizeram sua parte. Mbappé bateu o primeiro para a França e converteu. Messi veio logo na sequência e também fez o seu para a Argentina.
A partir daí, brilhou a estrela do goleiro Emiliano Martinez. Ele defendeu a cobrança de Comani. E depois viu Tchouaméni chutar a bola para fora. No fim, coube a Montiel, que havia cometido o pênalti na prorrogação, a bater o última cobrança! E não houve como segurar o grito! Bola nas redes e Argentina tricampeã mundial!
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