Por Vittorio Medioli Publicado em 23 de outubro de 2022 | 03h00 - Atualizado em 22 de outubro de 2022 | 23h01
No próximo domingo teremos o nome de quem vai governar o Brasil pelos próximos quatro anos, depois de vermos o país ficar dividido entre tendências tão distantes e díspares.
Esta eleição pode não só determinar o destino do Brasil, como deixar a América Latina totalmente social-bolivariana. Este é um risco? Eu digo que sim.
Como socialismo, entendem-se diferentes espécies, apesar de todos se curvarem a um suposto ideal comum marxista. Poucos, ou nenhum, são os exemplos de governos bem-sucedidos no mundo ocidental, em que o nosso país se situa.
Em nosso continente não há um caso que tenha se revelado como um sucesso. As mais recentes tentativas foram verdadeiras desgraças.
Acabaram por se firmar e confirmar a monstruosidade em que uma pequena elite, autointitulada “popular”, acaba ficando bilionária em paraísos fiscais, ao mesmo tempo em que condena a população à mais esquálida miséria.
Quer saber mais? Entreviste um dos milhares de venezuelanos refugiados que chegaram por aqui ultimamente.
Catástrofes que levaram milhões de pessoas à fome depois que se consumou toda e qualquer riqueza construída por outros.
Nos cantos da América Latina, por onde passou um vendaval social-bolivariano (Pacto de São Paulo), são comuns os resultados de fome, desemprego, pobreza absoluta, desagregação social, aumento do narcotráfico e violência. Não sobra outra expectativa senão a miséria.
O Brasil quer isso?
A Venezuela, que poderá ser a grande parceira do Brasil, é a nação mais destruída, miserável, castigada, cruel e ditatorial já vista em nosso continente, apesar de ser o território mais rico em petróleo do mundo e, outrora, terra próspera e sem miséria.
Lembro-me, quando menino, na década de 1950, de que famílias italianas que retornavam da Venezuela à Itália, depois de algumas décadas naquele país, esbanjaram patrimônios estonteantes, assim como os que retornavam da Argentina, na época, quinta economia no ranking mundial.
Eram potências econômicas como a França e a Inglaterra, mergulhadas no luxo e na opulência. Poucas décadas fizeram de 40% da população argentina e 60% da venezuelana pessoas condenadas à pobreza.
Na América do Sul sempre foi um tudo ou nada, pois sempre teve dificuldades para perenizar seus sucessos, investindo em sistemas educacionais, incentivando a cultura e invocando a troca de conhecimento com países mais ricos e avançados.
Gabriel García Márquez trata bem desse isolamento cultural e, de certa forma, intelectual em seu “Cem Anos de Solidão”. Isolamento que ofusca a maior parte da população, pois nem os exemplos espantosos dos países falidos servem para todos?
Nesta reta final, na qual as carapuças caem, você está de um lado ou do outro. A neutralidade pode ser uma ajuda para que o caos se instale.
E porque um Amoêdo, ex-presidente e acionista do maior banco privado da América Latina, apoia a solução social-bolivariana?
Apesar de ter-se apresentado como “modernidade” e “novidade”, e até convencido de que era a favor de uma economia de livre mercado, aquela que descreve o lulismo com os piores adjetivos do “Aurélio”, ele sempre foi um dos “donos do poder e usufruto da riqueza produzida por quem trabalha neste país”.
Banqueiros, empreiteiros e outros tantos que exploram o suor da nação que trabalha, arrisca e faz a grandeza deste país encontram-se, não por acaso, na barricada em que o Comando Vermelho, o narcotráfico e outros criminosos se fecharam.
Será ao léu que uma potência especulativa se posiciona assim?
Entre 2004 e 2016 os bancos brasileiros, apesar do tumulto da economia nacional, eram os que mais lucravam no mundo.
Só isso explica o fato de um Amoêdo estar frontalmente contra o atual governo. É uma explicação incontestável para quem enxerga alguns centímetros além do seu nariz, de como os setores que exploram e se nutrem da miséria dos outros estão se posicionando.
Quem planta, colhe, trabalha, defende a família, a formação cristã de nossa sociedade, o progresso e a educação de qualidade está do lado oposto ao de Amoêdo. Repudia qualquer aproximação com pensamentos do narconegócio, de bandidos, da ditadura venezuelana e de um Estado que aumenta impostos para alimentar a maior corrupção já vista no planeta.
O Brasil está se reerguendo da pandemia e conseguindo alimentar bilhões de pessoas mundo afora. Tem nas energias verdes quase a metade de sua matriz energética atual e está a um passo de se elevar como um dos países mais prósperos e soberanos do planeta.
Por tudo isso, nunca uma eleição presidencial no Brasil foi tão importante. Poderá, sim, determinar o destino de várias gerações. Cabe a você, eleitor, assumir sua responsabilidade no destino desta nação.
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