Por O TEMPO Brasília Publicado em 2 de outubro de 2022 | 21h27 - Atualizado em 2 de outubro de 2022 | 22h49
Lula e Bolsonaro irão disputar o segundo turno da eleição presidencial — Foto: Lula: AFP / Jair Bolsonaro: Agência Brasil
Os candidatos do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do PL, Jair Bolsonaro, irão disputar o segundo turno das eleições presidenciais em 30 de outubro. O resultado do primeiro turno do pleito, realizado neste domingo (2), foi divulgado às 21h26 e confirmou a necessidade da segunda etapa de votação entre os dois, que polarizaram o cenário como opositores políticos, eleitorais e ideológicos.
Com 96,93% das urnas eletrônicas apuradas, o ex-presidente Lula, que disputa o retorno ao Palácio do Planalto, teve 47,85% dos votos. Bolsonaro, que tenta a reeleição para o cargo de presidente, conseguiu 43,70% votos. Os números confirmam o panorama indicado por pesquisas de intenção de voto que colocava Lula à frente de Bolsonaro, mas contrariam os levantamentos que mostravam resultado em primeiro turno.
A definição dá como derrotados outros nove candidatos à Presidência da República: Ciro Gomes (PDT), Eymael (DC), Felipe D’Avila (Novo), Léo Péricles (UP), Padre Kelmon (PTB), Simone Tebet (MDB), Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronicke (União) e Vera Lúcia (PSTU).
Trajetória política de Lula foi construída no sindicalismo
Nascido em Caetés, no agreste pernambucano, em 27 de outubro de 1945, Lula migrou com a mãe e sete irmãos para São Paulo, onde trabalhou como engraxate na infância e aprendiz de metalúrgico na adolescência. Iniciou a carreira política no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo aos 23 anos, em 1968, início do período mais repressivo da ditadura militar.
No final da década de 1970 e início da década seguinte, Lula foi o líder de uma das maiores e principais greves de operários da Grande São Paulo. Junto a outros sindicalistas, ficou preso durante um mês pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), enquadrado na Lei de Segurança Nacional. Em 1982 formalizou a criação do Partido dos Trabalhadores com apoio de sindicalistas, intelectuais e políticos influentes, e no ano seguinte fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Já com o PT criado, Lula foi eleito em 1986 deputado federal constituinte por São Paulo. Perdeu as eleições para a Presidência em 1989, 1994 e 1998, sendo eleito pela primeira vez em 2002 e reeleito em 2006. Doze anos depois, Lula é condenado e preso, em abril de 2018, pela Polícia Federal de Curitiba (PR), sendo impedido de disputar aquele pleito.
Após 19 meses de reclusão, Lula foi solto, em novembro de 2019, graças à mudança no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisões em segunda instância. Dois anos depois, o Supremo considerou Moro parcial no julgamento de Lula e que os casos do tríplex do Guarujá, sítio de Atibaia e duas ações envolvendo o Instituto Lula deveriam ter sido julgados pela Justiça Federal em Brasília, e não em Curitiba. Assim, foram anuladas as condenações e o petista teve seus direitos políticos restabelecidos, possibilitando que ele se candidatasse neste ano eleitoral.
Bolsonaro tem carreira militar e foi preso no Exército
Natural de Glicério, mas registrado em Campinas, no interior de São Paulo, Bolsonaro tem 67 anos e é militar reformado. Formou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 1977 e permaneceu no Exército até 1988. No período, chegou a sofrer prisão disciplinar ao planejar operação por aumento salarial e escapou de um pedido de expulsão da instituição. Ao entrar para a reserva, ingressou na vida pública e foi eleito vereador na cidade do Rio de Janeiro, pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Em 1990, ingressou na Câmara dos Deputados. Foi reeleito seis vezes, permanecendo como deputado federal por 28 anos. No período, passou por vários partidos políticos: Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressista (PP) e Partido Social Liberal (PSL).
A campanha presidencial em 2018 foi marcada pela mobilização de apoiadores pelas redes sociais, forma em que conseguiu construir uma base de eleitores. Em meio a isso, foi alvo de uma facada no abdômen durante comício em Juiz de Fora (MG), que paralisou sua campanha. Depois de duas cirurgias e 23 dias de internação, teve alta médica. O problema, no entanto, persistiu ao longo dos anos e levou Bolsonaro de volta a hospitais em pelo menos mais cinco vezes, com repetições cirúrgicas.
Em 2021, o mandatário se filiou ao Partido Liberal (PL) para disputar a reeleição, depois dos planos frustrados de não conseguir fundar o Aliança pelo Brasil, sigla que pretendia abrigar seus aliados. A candidatura foi lançada no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, e teve uma participação expressiva de sua família. Tanto a primeira-dama Michelle, quanto seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos atuaram de forma explícita na campanha à reeleição de Bolsonaro.
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