segunda-feira, 8 de junho de 2020

Auxílio emergencial: Caixa libera 2ª parcela para nascidos em agosto

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Publicado em 08/06/2020 - 09:08 Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil - Brasília

A Caixa Econômica Federal encerra no próximo sábado (13) o calendário de liberação de saques e transferências da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras). Hoje (8), será feita a liberação para 2,6 milhões de beneficiários nascidos em agosto.

O dinheiro visa reduzir os efeitos do novo coronavírus nas camadas mais necessitadas. A liberação do saque e a transferência da poupança social da Caixa para outros bancos estão sendo feitas de acordo com o mês de nascimento dos beneficiários. Os recursos estão sendo transferidos automaticamente para as contas indicadas.

Amanhã (9), será liberado o saque para 2,6 milhões de beneficiários nascidos em setembro; na quarta-feira (10), para 2,6 milhões nascidos em outubro; na quinta-feira (11), feriado, não haverá liberação; na sexta-feira (12), para 2,5 milhões nascidos em novembro; e no sábado (13), para 2,5 milhões nascidos em dezembro.

Segundo a Caixa, quem não sacar o auxílio nesse período continua com o crédito disponível nas contas indicadas e poderá realizar o saque, independente do dia de nascimento, a partir da próxima segunda-feira (15).

A transferência dos valores será feita para quem indicou contas para recebimento em outros bancos ou poupança existente na Caixa. Com isso, esses beneficiários poderão procurar as instituições financeiras com quem têm relacionamento, caso queiram sacar.

Segundo a Caixa, mais de 50 bancos participam da operação de pagamento do auxílio emergencial.

Todos os beneficiários do Bolsa Família elegíveis para o auxílio emergencial já receberam o crédito da segunda parcela.

Primeira parcela
Cerca de 200 mil novos beneficiários receberam, no último sábado (6), a primeira parcela do auxílio emergencial. A Caixa fez o pagamento após a Dataprev analisar novo lote de 1,4 milhão de pedidos e liberá-lo na última sexta-feira (5). O valor já está disponível para saque, movimentação pelo aplicativo Caixa Tem ou pelos canais digitais daqueles que indicaram contas de outros bancos.

Caixa Tem
Por meio do aplicativo Caixa Tem, o beneficiário pode fazer compras, transferências e pagar contas como água, luz e telefone, por exemplo.

A Caixa preparou uma série de dicas de como usar o aplicativo (app), como verificar o saldo, extrato da conta e realizar pagamentos nas maquininhas via QR Code. 

Edição: Kleber Sampaio

08/06- Dia Mundial dos Oceanos/ Arujá-SP/Eldorado do Sul/ Iguaba Grande/Stª Maria Madalena / Adventista do 7º dia e saiba +

Arujá e Taquaritinga - SP   /  Eldorado do Sul - RS
Emancipação Política de Tabuleiro do Norte - Ceará
Dia Mundial dos Oceanos / Dia do Citricultor/ Dia Municipal do Metal - SP
Dia Nacional dos Oceanógrafos e Oceanólogos
1948 - Lançado o livro 1984 de George Orwell.
1968 - James Earl Ray preso pelo assassinato de Martin Luther King Jr
1981 - 1º emissão televisiva do Passeio dos Alegres
1982 - Um avião Boeing 727 que fazia o Vôo VASP 168 colide com uma colina pouco antes de pousar em Fortaleza.
1990 - Começa a 14ª copa do mundo de futebol na Itália com o jogo de abertura Camarões 1 x 0 Argentina.
2004 - Ocorre o primeiro Trânsito de Vênus pelo Sol do milênio.
2007 - Ocorre o 28º lançamento do ônibus espacial Atlantis.

Nascimentos
1941 - Padre Zezinho, padre, apresentador e cantor brasileiro.
1950 - Sônia Braga, atriz brasileira.
1970 - Seu Jorge, músico e ator brasileiro.
1986 - Marcela Menezes, ginasta brasileira.
1989 -Maria Gabriela Fernanda de Orléans e Bragança, herdeira da Família Imperial Brasileira.

Falecimentos
632 - Profeta Maomé, fundador do Islã (n. 570).
2000 - Lia Borges de Aguiar, atriz e apresentadora brasileira (n. 1927).
2012 - Ivan Lessa, jornalista e escritor brasileiro (n. 1935).
2018Maria Esther Bueno, tenista brasileira (n. 1939).
2019Andre Matos, cantor, compositor e pianista brasileiro (n. 1971).
http://pt.wikipedia.org/wiki/8_de_junho

domingo, 7 de junho de 2020

07/06- Informação atualizada - 17:57:49


5223 - Suspeitos
  727 - Confirmados
    38 - Óbitos
    01 - Óbito em investigação
Informação atualizada em: 07/06/2020 - 17:57:49

Jovens são presos após picharem monumentos durante manifestação em BH

Por GABRIEL MORAES
07/06/20 - 20h50
Eles picharam a faixada do CCBB e do prédio de direito da UFMG
Foto: PM / divulgação
Eles picharam a faixada do CCBB e do prédio de direito da UFMG
Foto: PM / divulgação
Eles picharam a faixada do CCBB e do prédio de direito da UFMG
Foto: PM / divulgação

A Polícia Militar prendeu neste domingo (7) dois jovens, ambos de 20 anos, por picharem monumentos na região central de Belo Horizonte durante manifestação contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo fim do racismo e do fascismo.

Segundo o sargento Alves, do 1º Batalhão, atos foram flagrados pelas câmeras do programa Olho Vivo. "O pessoal do Olho Vivo estava monitorando o protesto, que passou pela avenida João Pinheiro até a Praça da Liberdade. Quando os manifestantes pararam em frente o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), viram que os indivíduos estavam pichando a faixada e um banner. Eles também picharam uma parede da faculdade de direito da UFMG", disse.

"Assim que esses jovens saíram do bolo de gente e foram identificados nós partimos para a ação e prendemos eles", completa.

Os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia de Plantão (Deflan) 2 da Polícia Civil, no bairro Floresta, região Leste da capital. Com eles, foram apreendidos cinco sprays de tinta e um celular.

Papa Francisco diz que Itália superou pandemia

Publicado em 07/06/2020 - 13:58 Por RTP - Lisboa
A Santa Sé disse hoje (7) que, atualmente, não há mais casos novos de pessoas infectadas pelo novo coronavirus no Vaticano, no mesmo dia em que o papa Francisco considerou que a Itália superou a pandemia.

"A última pessoa declarada doente com a covid-19 nas últimas semanas deu negativo nos testes", anunciou o diretor de Serviços de Imprensa, Matteo Bruni, em comunicado divulgado nesse sábado (6) à noite.

O documento diz que, "até o momento, não há mais nenhum caso de novo coronavirus entre os funcionários da Santa Sé", ou no Vaticano, onde foram identificadas 12 pessoas contaminadas "devidamente isoladas" quando a doença foi detectada.

A Praça de São Pedro esteve interditada durante quase três meses, por causa da pandemia. Hoje, o papa Francisco na tradicional oração Angelus, mostrou-se emocionado ao ver centenas de pessoas espalhadas pelo espaço, cumprindo o distanciamento social, mas manteve o apelo à prudência.

"A vossa presença nesta praça é sinal de que a fase aguda da pandemia foi superada na Itália, mas sejam prudentes, não declarem a vitória cedo demais", alertou o papa que considerou "necessário seguir as medidas em vigor" de forma a evitar a volta do vírus.

"Graças a Deus estamos saindo gradualmente da pandemia de covid-19", disse.

Natural da Argentina, Francisco não escondeu o seu desânimo por, "infelizmente, em outros países, particularmente na América Latina, o vírus continua a fazer inúmeras vítimas". Ele lembrou que, há dois dias, no espaço de 24 horas, a cada minuto se registava uma morte de uma pessoa infectada.

O papa manifestou "solidariedade para com esses povos, doentes e familiares e todos os que cuidam e trabalham" no combate à pandemia.

O chefe da Igreja apelou aos cidadãos de outros países que ainda se encontram em confinamento que cumpram as regras determinadas pelas autoridades.

De acordo com o relatório oficial da proteção civil italiana, a pandemia matou 33.846 pessoas em quatro meses e está agora controlada com 72 mortes e 270 contaminações nas últimas 24 horas.

A Itália iniciou, há um mês, o desconfinamento gradual.

Manifestações pró e contra governo são registradas neste domingo

Publicado em 07/06/2020 - 14:25 Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Em Brasília, as manifestações foram realizadas hoje (7) na Esplanada dos Ministérios, que se dividiu em duas nesta manhã. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) se posicionou no gramado central e manteve manifestantes contra o governo do lado esquerdo, onde fica o Ministério da Justiça, e grupos a favor do presidente Jair Bolsonaro no lado direito, onde fica o Itamaraty.

O ato contrário ao governo do presidente Jair Bolsonaro reuniu mais pessoas. Ao longo da última semana, em diferentes ocasiões, o presidente pediu a seus apoiadores que não saíssem às ruas hoje para evitar confrontos com grupos contrários.

Na Esplanada dos Ministério, pouco depois das 9h, um grande grupo caminhou até o Ministério da Justiça, onde havia uma barreira policial impedindo o avanço além daquele ponto. A manifestação unificou pautas como o combate ao racismo, ao fascismo e contrários ao governo federal. Os manifestantes usavam máscaras, item de uso obrigatório no Distrito Federal, em virtude da epidemia de covid-19.

Esse grupo ficou na Esplanada por pouco tempo. Às 11h, ele já caminhava de volta, se afastando do Congresso Nacional em direção à Biblioteca Nacional, onde começou a dispersão. O protesto foi pacífico.

Do lado favorável ao governo, o público saiu às ruas vestido de verde e amarelo. Os manifestantes tiveram acesso à Praça dos Três Poderes, local que tem concentrado apoiadores do presidente aos domingos.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, esteve presente na Esplanada, acompanhando a movimentação e cumprimentando policiais que faziam a segurança da área.

A Polícia Militar informou que não houve registro de ocorrência durante a manifestação e ninguém foi detido. Além disso, a PMDF informou que não faz estimativa de público.

Edição: Narjara Carvalho

PM prende dupla que portava drogas e dinheiro

Imagem ilustrativa/ Internet
07/06/2020 - Rua Antônio Moreira - Ipiranga
No início deste domingo (7), policiais militares deram voz de prisão a dois indivíduos, 27 e 34 anos. Eles portavam 34 papelotes de cocaína, 01 balança de precisão, R$ 8.583,50, 01 pote de ácido bórico e materiais para embalagem das drogas. 

07/06- Dia da Liberdade de Imprensa / Dia de São Manuel/ Portugal - Feriado Municipal de Oeiras/ Dia dos Silfos e saiba +

Dia da Liberdade de Imprensa
A Liberdade de Imprensa é o direito dos profissionais da mídia de fazer circular livremente as informações. É um pressuposto para a democracia. O contrário dela é a censura, própria dos governos ditatoriais, mas que, às vezes, acaba ressurgindo, mesmo nos governos ditos democráticos.

O dia da Liberdade de Imprensa é comemorado pelos profissionais que com ela trabalham na forma de protestos e do próprio exercício de suas atividades. Em recompensa a isso, existem diversos prêmios que prestigiam trabalhos de imprensa em situações nem sempre favoráveis à liberdade, como a cobertura de países em guerra.

Entretanto, ser livre não quer dizer desrespeito a liberdade de cada um. Por isso, a imprensa além da liberdade, precisa de ética para evitar que fatos sejam divulgados sem a devida apuração, podendo prejudicar imagens - sejam de pessoas ou de instituições - que jamais serão moralmente reconstruídas. A força de uma divulgação errada é bem maior do que de um direito de resposta.
Fonte: UFGNet

Dia Nacional dos Catadores de Material Reciclável
Dia de São Manuel, santo da Igreja Católica
Portugal - Feriado Municipal de Oeiras
Mitologia nórdica - Dia dos Silfos
Roma Antiga: Festival de Jogos Piscatórios, em homenagem aos pescadores

1494 - Portugal e a Espanha assinam o Tratado de Tordesilhas, dividindo entre si o Novo Mundo

1929 - A Cidade do Vaticano se torna um Estado soberano com a assinatura do Tratado de Latrão.
1948Edvard Beneš renuncia ao mandato de Presidente da Tchecoslováquia a assinar uma Constituição que torna sua nação em um Estado comunista.

Nascimentos
1930 - Dolores Duran, cantora brasileira (m. 1959). 
           Bellini, ex-futebolista brasileiro, 1º capitão da Seleção Brasileira a erguer a taça da Copa do Mundo. 
1944 - Aguinaldo Silva, novelista brasileiro. 
1958 - Prince, multi instrumentista, músico e dançarino norte-americano. 
1963 - Cuca, treinador de futebol brasileiro. 
1968 - Carla Marins, atriz brasileira. 
1974 - Flávia Alessandra, atriz brasileira. 
1982 - Bruno de Lucca, apresentador e ator brasileiro. 
1985 - Vinícius de Oliveira, ator brasileiro.

Falecimentos
1980 - Adalgisa Nery, poeta, jornalista e política brasileira (n. 1905). 
1989 - Francisco Sacco Landi (Chico Landi), piloto de automobilismo  
          Nara Leão, cantora brasileira (n. 1942). 
          Paulo Leminski, poeta e escritor brasileiro (n. 1944). 
2010 - Antônio Lopes de Sá, escritor e contador brasileiro da área das ciências empresariais e da filosofia do comportamento humano 
       Viana Junior, humorista brasileiro, conhecido por sua participação no programa A Praça é Nossa (n. 1941). 
2013 - Pierre Mauroy, político francês (n. 1928).
          Malu Rocha, atriz brasileira (n. 1946).
2014Fernandão, futebolista brasileiro (n. 1978).

sábado, 6 de junho de 2020

JF - covid - Informação atualizada em: 06/06/2020 - 18:26:02

5204  Suspeitos
  727  Confirmados
   38   Óbitos
     1  Óbito em investigação
Informação atualizada em: 06/06/2020 - 18:26:02
PJF 

Brasileira premiada pela ONU fala de sua experiência à Agência Brasil

Carla Monteiro de Castro Araujo

Publicado em 06/06/2020 - 19:33 Por Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil - Montevidéu

Carla Monteiro de Castro Araújo, 50 anos, é comandante na Missão de Paz da Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana. Dentista de formação, mãe de um casal de filhos, a niteroiense está há mais de um ano longe de casa. Ela já deveria ter voltado para o Brasil, mas a pandemia do novo coronavírus (covid-19) adiou seus planos em cerca de 100 dias.

Carla entrou para o serviço de saúde da Marinha brasileira em 1997. Trabalhou na Unidade Médica Expedicionária da Marinha com gerenciamento de risco, controle e apoio à saúde. Formou-se na Escola de Oficiais em 2012. Desde abril de 2019, tem servido como conselheira de proteção e gênero na sede da Minusca (Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana). Lá, estabeleceu e conduziu treinamentos para os 11 mil militares das tropas da ONU que estão no país. 

Na semana passada, Carla recebeu o prêmio Defensoras Militares da Igualdade de Gênero da ONU 2019, por seu trabalho realizado no país africano. Em entrevista à Agência Brasil, Carla fala sobre a experiência de trabalhar em uma missão de paz, a vida longe dos filhos e os aprendizados na busca pela realização dos sonhos.

ABr - Como foi a sua trajetória até chegar à missão da ONU?
Carla - Entrei para a Marinha e servi logo em seguida com os fuzileiros navais. Os fuzileiros têm essa parte interativa, de participações de missões de paz, muito presente. Eu já estava acostumada a ver meus amigos irem para missão de paz. A ideia de vir foi uma decisão conjunta. Eu brinco que sempre trabalho em equipe, inclusive com a minha família. A ideia surgiu numa conversa com meus filhos sobre perseverar, nunca desistir dos sonhos. Eu dizia que quando eles crescessem eu iria por a mochila nas costas, iria para Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras, ONU. Vou sair em ajuda humanitária, eu dizia. Um dia, minha filha falou: 'você fala em perseverar, mas por que você fica colocando isso para quando se aposentar? Por que não faz agora, pela Marinha?'. Pensei, é verdade. Então perguntei para eles, pois iria ficar um ano longe. Na época, minha menina tinha 11 anos e meu menino tinha 7. Eu vi a maturidade deles. Diziam: 'você sempre apoiou nossos sonhos e a gente tem que te apoiar nos seus sonhos'. Todas as etapas do processo seletivo eles acompanharam, vibraram, então foi uma decisão conjunta. Eles entendem que vim por um motivo maior. Inclusive minha missão foi estendida em praticamente 100 dias e toda vez que vinha a solicitação para saber se eu poderia estender mais um pouco, por causa do covid, antes de responder eu sempre liguei para casa e conversei com eles.

ABr - Quais foram os maiores desafios na chegada à República Centro-Africana?
Carla - A Marinha me deu um background muito legal, consegui aproveitar muita coisa aqui. Nos últimos cinco anos, antes de vir para cá, eu estava trabalhando com planejamento estratégico, gestão de riscos, e isso me ajudou a ter uma visão no meu trabalho aqui. A visão de gestão me ajudou a implementar algumas coisas, e melhorar a efetividade dos processos. Quando cheguei aqui foi um choque, claro, a realidade é muito diferente, muito sofrida. Foi minha primeira experiência em missão de paz, em ambiente internacional, então tem o desafio do trabalho, dos relacionamentos interpessoais, das culturas diferentes, de você se posicionar, de encontrar o seu lugar naquele mundo novo. O início foi bem intenso, mas eu nunca acreditei em coisas fáceis. Isso me ajudou a reunir minhas forças, reunir tudo o que eu já tinha aprendido ao longo da vida e colocar em prática todas as minhas ferramentas para tentar fazer a diferença para as pessoas daqui.

ABr - Em que consiste o seu trabalho na Missão de Paz?
Carla - As pessoas da minha função, de gender advisor, assessora de gênero, cuidam da proteção dos civis, proteção das crianças, prevenção da violência sexual relacionada aos conflitos armados, e prevenção do abuso e exploração sexual. Então a gente trabalha com um leque grande de situações. Eu costumo dizer que o gênero está em tudo, permeia todas essas situações. Os civis são afetados de forma diferente, dependendo se são homens, se são mulheres, meninas ou meninos. Nós trabalhamos ao longo do ano para aumentar a rede de pontos focais (pessoas-chave) em pontos estratégicos e dentro dos contingentes. O que a gente planejou para o ano de 2019 foi de expandir essa rede de pessoas-chave. Quando eu cheguei na Missão tínhamos 36, mas eles estavam somente em dez locais do país. Hoje temos 91 pontos focais, em 46 localidades. Conseguimos uma abrangência muito maior. A ideia era passar o conhecimento para os pontos focais, e que eles repassassem para as tropas, para todos os nossos 11 mil militares que estão no terreno. E foi uma alegria muito grande ver que, logo no primeiro mês, os nossos pontos focais já tinham conseguido treinar um terço da nossa tropa. Eu fiz odontologia e, ao longo da faculdade, a primeira coisa que o aluno aprende ao olhar a radiografia é procurar cárie. Ao longo das disciplinas, eu comecei a ver o nível do osso, se tinha alguma inflamação óssea, se tinha algum problema de canal. A gente só enxerga o que a gente sabe. Então, aqui, o nosso pessoal tem que saber o que tem que procurar, porque a mentalidade do militar num primeiro momento é procurar um grupo armado, procurar pessoas com armamento. Mas a gente tem que prestar atenção em todo o ambiente ao redor, o quanto as mulheres têm que andar para pegar água, coletar lenha, frutos. Muitas delas andam muito, sozinhas, em estradas que às vezes não têm visibilidade, no meio do mato. Quando vou nessas localidades, vou prestando atenção ao longo da estrada. Muitas vezes não se tem visibilidade a três, quatro metros para dentro do mato, então um grupo armado poderia estar escondido ali. Eles escutam o barulho da viatura e se escondem. A gente passa, eles voltam. Então a ideia é tentar proteger da melhor forma possível os mais vulneráveis dentro da população, que são as mulheres e as crianças.

ABr - Você trabalha em um ambiente muito masculino. Teve alguma dificuldade em relação a isso?
Carla - Quando eu cheguei, até senti diferença, mas não foi com relação a homens ou mulheres, foi em relação à cultura. O brasileiro é um povo muito caloroso. Nos primeiros dias, eu saía dando bom dia, abraçando as pessoas, especialmente as mulheres. E eu notei que as muçulmanas, principalmente, se sentiam desconfortáveis. A primeira vez que abracei uma (muçulmana), ela ficou dura que nem um pau. Pensei: 'fiz besteira, consegui causar um mal-estar internacional'. Um dia, eu estava na minha sala e essa oficial chegou e perguntou: 'você pode me dar um abraço? Porque hoje a gente não se encontrou e o dia está tão difícil, estou precisando daquele abraço que você me dá'. Foi tão gostoso. Eu brinco, mas na hora de falar sério, falo sério. Eu nunca vi, nem por parte de general quatro estrelas, nem de nenhum soldado, eles me tratando de forma não profissional. Não sofri nenhum tipo de preconceito por ser mulher. Consegui ser respeitada por ser brasileira e como profissional. Trabalhei 17 anos no meio de fuzileiros navais, meu ambiente é masculino.

ABr - As mulheres nas missões de paz da ONU são apenas 6%. Porque são tão poucas e o que tem sido feito para aumentar o número de mulheres?

Carla - A ONU dá ênfase e estímulo para que os países mandem mulheres, principalmente em tropas. Mas a gente sabe que, às vezes, os países não mandam porque não têm. A maioria das mulheres vai para função administrativa ou de saúde. Nem todos os países têm mulheres como infantes. Quando houve a premiação, fiz um apelo para os países investirem nas mulheres porque, se a Marinha não tivesse investido em mim, se o Brasil não tivesse investido, eu não estaria aqui. Não teria conseguido fazer esse trabalho. É um investimento por oportunidades iguais desde o início da carreira. Meu segundo apelo foi às mulheres, que elas não desistam do sonho, que acreditem na capacidade delas, que corram atrás, batalhem, queiram vir. Em momento algum posso dizer que foi fácil, muitas vezes tive dúvida por ter deixado a minha família, mas quando comecei a ver o resultado do trabalho, foi uma recompensa muito grande.

ABr - Como é morar na RCA?
Carla - Eu me sinto em casa. A vegetação é parecida, o clima é parecido. Me sinto na Bahia, comendo pimenta o tempo todo. Nas horas livres eu ligo para a família, ligo para o namorado, faço comida e já está na hora de dormir. Agora o nosso toque de recolher passou para as 20h, antes era às 22h. Às vezes a gente se juntava na casa de um, jantava junto, ia para um restaurante aqui, agora ficou mais difícil. Aqui os restaurantes são bons, os produtos são bons, tem muito produto importado da França, da Itália.

ABr - O que significa o prêmio Defensoras Militares da Igualdade de Gênero da ONU?
Carla - O prêmio foi uma imensa surpresa. Eu vim substituir a Márcia Braga, que tinha ganhado o prêmio no ano passado. Toda vez que eu trabalhava muito, meus amigos diziam que eu não tinha que trabalhar tanto assim, que o prêmio não viria de novo para a Minusca. De uma certa forma, isso me liberou, porque como eu não achava que o prêmio viria uma segunda vez, eu desconectei de todo o protocolo e desenvolvi a minha forma de trabalhar, como eu achava que era melhor. Atuei mais como gestora de empresas do que como assessora de gênero num primeiro momento, porque eu peguei um processo existente e trabalhei com melhoria de processos e uma série de indicadores para aumentar a efetividade na minha equipe. Às vezes eu bolava umas estratégias que me pareciam muito ousadas, muito maiores do que eu ia ter perna pra fazer. Eu estruturava o plano de ação e levava para o general. Daí ele olhava e dizia 'muito bom, pode botar em prática'. Sempre falei que aqui tem muito sofrimento, você tem que gostar do que faz, senão não vale a pena. E eu tinha que fazer valer a pena, eu estava longe dos meus filhos. O prêmio foi um aviso de Deus para eu não duvidar da minha intuição, sempre seguir o coração, fazer as coisas de forma apaixonada.