Em crise, Raposa não marca há oito jogos
Mano Menezes deixou o comando técnico do Cruzeiro
Foto: Ramon Bitencourt
Josias Pereira
08/08/19 - 00h15
Encerrou-se na noite desta quarta-feira a trajetória de Mano Menezes no comando do Cruzeiro. O resultado contra o Internacional foi a gota d'água para sacramentar a queda do técnico. Em sua segunda passagem, Mano permaneceu na Raposa por três anos e 12 dias. No geral, acumulando sua primeira época na Toca da Raposa II, Mano esteve à frente da Raposa em 234 partidas, com 112 vitórias, 69 empates e 53 derrotas. Foram 333 gols marcados e 203 sofridos.
Bicampeão da Copa do Brasil e bicampeão mineiro, Mano Menezes era o treinador mais longevo do futebol brasileiro. Na história do Cruzeiro, ele galgou degraus na lista de técnicos com mais partidas pelo clube, assumindo a quarta posição, atrás apenas de Niginho (247 jogos), Levir Culpi (257) e Ilton Chaves (389).
No último domingo, quando da derrota para o Atlético por 2 a 0, no Mineirão, Mano chegou a colocar seu cargo à disposição da diretoria, mas ouviu o voto de confiança. A saída de Mano coincide com o pior momento ofensivo da história do Cruzeiro. O time completou contra o Colorado o oitavo jogo sem balançar as redes e só venceu apenas uma partida nos últimos 18 compromissos. O Cruzeiro ainda é 18º colocado do Campeonato Brasileiro e foi eliminado nas oitavas de final da Libertadores para o River Plate.
A saída de Mano é só mais um capítulo no turbulento ano do Cruzeiro, que também atravessa uma situação delicada em seus bastidores, tendo diretores investigados pela Polícia Civil. O técnico gaúcho enfrentou duas fases no clube. Na primeira, em 2015, salvou o time do descenso substituindo Vanderlei Luxemburgo no comando. Depois, ele rumou para o futebol chinês. Retornou no ano seguinte para salvar o Cruzeiro depois de uma breve passagem do português Paulo Bento.
Conquistou a primeira Copa do Brasil em 2017, vencendo a final diante do Flamengo, nos pênaltis. E depois, no ano seguinte, derrubou o Corinthians, na grande decisão. Os títulos não foram suficientes para segurar o treinador, que por conta do futebol defensivo nunca foi unanimidade entre os torcedores celestes.