segunda-feira, 24 de junho de 2019

CPI descobre que o BNDES financiava obras no exterior sem exigir garantias reais


Charge do Humberto (Folha de Pernambuco)

Deu em O Tempo
(Estadão Conteúdo)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara criada para investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no exterior já reuniu, em três meses de funcionamento, informações que apontam para falhas do banco no financiamento de obras na Venezuela, em Cuba, em Moçambique e em outros países durante os governos do PT. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que entre os principais pontos levantados até agora estão ausência de critérios para rebaixamento de risco antes de conceder o crédito e a falta de auditoria fora do país para fiscalizar a aplicação do dinheiro.

O banco sempre negou ter falhado ao conceder os empréstimos, parte de estratégia das gestões dos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para incentivar a internacionalização de empresas brasileiras. Adversários, porém, apontam motivações políticas nas operações, que beneficiaram empreiteiras alvo da Lava Jato.

FALTAM INFORMAÇÕES – Esta é a terceira CPI criada no Congresso nos últimos quatro anos para investigar irregularidades no BNDES nos governos de Lula e Dilma. As outras duas não chegaram a uma conclusão e parlamentares reclamam da falta de acesso a informações do banco.

Por trás da nova linha de investigação está a avaliação de que a diretoria do BNDES foi negligente ao não se preocupar com as avaliações de risco das operações, que eram, no jargão dos técnicos, “empacotadas” em Brasília. Isso porque os financiamentos ao exterior tinham como garantia recursos do Tesouro Nacional. Ou seja, se algo desse errado, o banco não teria prejuízo, uma vez que a dívida seria coberta com dinheiro público.

“A CPI pretende dar nome e CPF para todos os envolvidos”, disse o presidente da comissão, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP). Ele vê uma espécie de blindagem ao BNDES por parte de empresários que se tornaram delatores da Lava Jato. “Todos olharam para frente com a visão de que continuariam precisando do banco. Por que entregar o BNDES?”, questionou.

INVESTIGAÇÃO – Técnicos da comissão parlamentar investigam a atuação de cinco núcleos que seriam responsáveis por facilitar a liberação dos empréstimos a países aliados aos governos petistas. O principal seria o núcleo político, capitaneado pelo Planalto nas gestões de Lula e Dilma. 

De acordo com as informações obtidas pela CPI, integrantes do governo pressionavam órgãos que tinham a função de avaliar a viabilidade das transações a rebaixar os riscos das operações financeiras para o Tesouro, que era o fiador final. A atuação se dava, principalmente, na Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e no Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig).

A partir daí, entrava em campo outro núcleo, o econômico, formado pelas empreiteiras. Com os pareces favoráveis em mãos e com o apoio de membros do primeiro escalão do governo, as empresas conseguiam a aprovação “sem entraves” de empréstimo. Em troca das facilidades, empreiteiros distribuíam propina aos partidos ligados ao governo e a países aliados. Só a Odebrecht confessou o pagamento de US$ 788 milhões no exterior.

DIRECIONAMENTO – Segundo o relator da CPI, Altineu Côrtes (PL-RJ), depoimentos de servidores da Camex levam à conclusão de que houve direcionamento das avaliações feitas pelo comitê. 

“Um dos depoimentos tomados mostram que lá, às vezes, o assunto era pro forma, apenas para cumprir tabela. Já existia uma decisão política”, disse o deputado. “A defesa de muitos que não querem que essas investigações cheguem a algum lugar é dizer que os empréstimos não deram prejuízo ao banco, mas, na realidade, essas operações ilícitas deram prejuízo porque foram a juros subsidiados e avalizados pelo Tesouro”, afirmou. 

A CPI está cruzando os dados para identificar, em cada órgão, pessoas que teriam “feito andar” os processos de aprovação dos empréstimos.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O BNDES não financiava operações sem garantias reais. Justamente por isso, o grau de inadimplência do banco era baixíssimo. No governo petista, os presidentes Guido Mantega e Luciano Coutinho autorizaram vultosos empréstimos a Cuba e outros países, sem garantias reais.

Em depoimento no Congresso, Luciano Coutinho foi interrogado a respeito e disse que a Odebrecht garantia as operações. Era mentira, quem garantia era o Tesouro Nacional brasileiro, que agora terá de ressarcir o BNDES. Detalhe: Mantega, Coutinho e outros réus estão respondendo a processo penal na Justiça, acusados de uma série de crimes, inclusive formação de quadrilha. (C.N.)Posted in Geral

Nesta terça-feira, Supremo decide se liberta Lula por “suspeição” de Sérgio Moro


Charge do Bier (Arquivo Google)

Renato Souza
Correio Braziliense

Na última semana completa de atividades, antes do recesso forense no Supremo Tribunal Federal, os cinco ministros da Segunda Turma se reúnem nesta terça-feira (25/6), a partir das 14 horas, para definir o futuro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais do que julgar o habeas corpus apresentado pela defesa do petista, os ministros vão avaliar a conduta do ministro da Justiça, Sérgio Moro, quando ele ocupava a cadeira de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

HABEAS CORPUS – Essa será a primeira vez que a Corte se manifestará sobre o caso desde que uma série de mensagens trocadas entre Moro e procuradores da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná vieram à tona. Além de ter força para impactar em outras ações penais que estão em curso no âmbito da operação, a decisão pode ter forte impacto político.

Dois ministros, Edson Fachin e Cármen Lúcia, já votaram contra o pedido de liberdade, mas podem mudar de opinião durante o julgamento, embora não seja comum. O recurso foi apresentado no ano passado, quando Sérgio Moro aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para ocupar o Ministério da Justiça.

Para os advogados do petista, este fato, em si, já aponta que, quando ainda ocupava a cadeira de magistrado, Moro atuou motivado por interesses políticos e ideológicos. Um outro habeas corpus, com alegações parecidas, foi apresentado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e aguarda apreciação por parte da Quinta Turma da Corte.

INTERCEPT – Em um requerimento protocolado há duas semanas, os advogados de Lula enviaram ao Supremo conversas publicadas pelo site The Intercept que sinalizam que Moro orienta o Ministério Público sobre atos relacionados à ação penal do ex-presidente. Em um dos momentos, o ministro chega a indicar uma testemunha de acusação para o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava-Jato no Paraná.

Em outro trecho, o então juiz critica a procuradora Laura Tessler. Dallagnol repassa a reclamação ao procurador Carlos Fernando e, a partir daí, ambos passam a falar em deixá-la afasta de algumas atividades, inclusive do julgamento do ex-presidente Lula.

REAÇÃO DO MPF – Todos os fatos são contestados pelos procuradores. Em nota pública, o MPF no Paraná afirmou que os fatos narrados são inverídicos e que Laura, por meio de uma “atuação firme, técnica e dedicada, contribuiu decisivamente para a condenação, somente nesse caso, de 13 réus acusados de corrupção e lavagem de dinheiro a mais de 90 anos de prisão, incluindo o ex-ministro Antonio Palocci. Laura está na equipe da Lava-Jato desde 2015.

Em 10 de março de 2017, ela participou das audiências dos ex-ministros Henrique Meirelles e Luiz Fernando Furlan, apresentados como testemunhas do ex-presidente Lula durante o processo relacionado ao tríplex do Guarujá (SP) — que resultou na prisão e condenação do petista.

Laura não fez nenhuma pergunta às testemunhas, e ficou em silêncio durante o julgamento. Meireles e Furlan disseram que não viram nenhum ato de Lula, durante seu mandato presidencial que representasse ilegalidade.

CRÍTICAS DE MORO – Três dias depois, ela foi alvo das críticas de Sérgio Moro. Em 10 de maio de 2017, Lula prestou depoimento à Justiça. A audiência foi filmada em vídeo, a pedido da defesa, e Laura não estava entre os integrantes do Ministério Público que foram escalados para compor a equipe de acusação.

No meio jurídico existe a discussão sobre o uso de provas com origem ilegal, como vazamentos de conversas pessoais, por exemplo. Grande parte dos especialistas concordam que documentos com esta origem não podem ser usados para punir juiz, procuradores e outras partes envolvidas. No entanto, se questiona o uso em benefício do réu.

VOTO DE MINERVA – Embora os votos de Fachin e Cármen Lúcia possam mudar, esse fato é improvável. Então, a decisão fica a cargo de três ministros, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mandes, que também integram o colegiado da Segunda Turma.

Gilmar e Lewandowski têm um perfil garantista, por isso, a tendência é que votem pela concessão do habeas corpus. Em julgamentos anteriores, Gilmar não poupou críticas à força-tarefa da Lava-Jato.

No entanto, o ministro Celso de Mello costuma se ater mais aos documentos que estão no processo, afastando influências externas, como reações políticas, fatos narrados na imprensa ou clamor popular acerca dos temas. O voto dele será decisivo para decidir se o ex-presidente Lula fica preso ou se conquistará a liberdade.

OPINIÕES – A advogada constitucionalista Vera Chemim, especialista em analisar casos em apreciação no Supremo, afirma que o habeas corpus é fraco juridicamente. “Do ponto de vista jurídico, esse habeas corpus não vai prosperar. Do ponto de vista processual penal, a prova é ilícita. Por mais que se alegue a suspeição do Moro, não temos provas robustas. Como ligações telefônicas e delações que comprovam a culpabilidade. A menos que haja uma influência política na Segunda Turma, não vejo esse habeas corpus prosperar”, disse.

O jurista Flávio Leão Bastos Pereira, professor de direito constitucional de Universidade Presbiteriana Mackenzie, tem uma opinião divergente. Ele entende que as mensagens mostram clara parcialidade tanto de Sérgio Moro quanto dos procuradores, mas ressalta que seria interessante avançar para atestar a veracidade das conversas.

POSSIBILIDADE – “Se verídicas, as mensagens podem comprometer se não em todo, pelo menos em parte, tudo o que foi feito até aqui por parte do julgamento do ex-presidente Lula. A imprensa é um meio lícito de divulgação dessas conversas. O que pode não ser legal é a origem, caso tenha ocorrido por meio de invasão de celulares. No entanto, mesmo provas ilícitas podem ser usadas para beneficiar o réu. Se comprovadas, essas mensagens revelam uma conduta que vai muito além da relação comum entre procurador e juiz. Acredito que vão influenciar no julgamento, talvez não neste, mas em outros que ainda devem ocorrer”, destaca o professor Flávio Leão Bastos Pereira, acrescentando que se o habeas corpus for negado, é possível apresentar pedido semelhante com novas provas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Chegou a hora da verdade. Façam suas apostas. Na opinião do editor da TI, o resultado será 3 a 2, com a prisão de Lula sendo mantida, porque já foi confirmada em dois tribunais – TRF-4 e STJ. Se não reconhecer essa realidade, o Supremo precisará ser fechado para dedetização e erradicação de ratos. (C.N.) Posted in Geral

domingo, 23 de junho de 2019

Como identificar os alimentos que parecem saudáveis, mas não são

Por BBC
23/06/2019 15h37 

Nem tudo é o que parece ser. Essa máxima vale para muitas coisas, inclusive para a alimentação, já que diversos produtos que parecem ser saudáveis nem sempre o são.

Alguns exemplos clássicos são barras de cereal, cereais matinais, sucos prontos, pães de forma, mesmo os integrais, iogurtes (com exceção dos naturais), gelatina e peito de peru.
Pão de forma faz parte da categoria de alimentos ultraprocesados — Foto: CDC/ Debora Cartagena

Presentes em vários cardápios, esses e tantos outros itens com "cara de nutritivos", na verdade, entram em uma categoria alimentar um tanto perigosa, a dos ultraprocessados, que, inclusive, nem existia até pouco tempo.

Ela só passou a ser efetivamente considerada em 2014, com a publicação da segunda edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, e a adoção do sistema de classificação alimentar NOVA, elaborado pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da Universidade de São Paulo (USP).

Este sistema agrupa os alimentos em quatro categorias, definidas de acordo com a extensão e o propósito do processamento industrial utilizado na sua produção. São elas: in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultra processados.

Antes disso, explica Maria Laura Louzada, pesquisadora do Nupens e professora do Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os alimentos eram divididos segundo seu perfil de nutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais).

A especialista conta que foi em 2009 que surgiu a proposta do agrupamento conforme o processamento industrial. "Isso se deu após analisarmos os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde a década de 1970, para avaliar o consumo domiciliar da população", diz.

O que a entidade observou foi que a cada ano, as famílias brasileiras estavam comprando menos açúcar refinado, sal e óleo, mas, que, apesar disso, a composição nutricional do que era colocado no prato apontava aumento na quantidade destes elementos, considerados, até então, os grandes vilões da saúde e os responsáveis pelo aumento da obesidade e das doenças crônico-degenerativas, como infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial.

"Foi a partir disso que percebemos que o problema não era exatamente o açúcar, o sal e a gordura, mas sim o que estava sendo ingerido", pontua Maria Laura. "Constatamos que as pessoas estavam parando de preparar alimentos in natura e minimante processados e comprando mais os prontos para consumo", acrescenta.

A grande questão, ela pontua, é que esses produtos, em especial os ultraprocessados, contêm mais calorias e mais sal, açúcar e gordura, além de uma série de aditivos alimentares (reguladores de acidez, estabilizantes, espessantes, antioxidantes, realçadores de sabor, aromatizantes, corantes, conservantes, emulsificantes e fermentos químicos são alguns deles), que favorecem o consumo exagerado e provocam efeitos negativos no corpo e na saúde.

Paula Johns, diretora executiva da organização ACT Promoção da Saúde, comenta que, no caso exclusivo dos ultraprocessados, o conjunto de evidências em relação aos seus malefícios já é bem robusto.

"Esses alimentos, que, aliás, nem deveriam ser chamados de alimentos, mas sim de produtos comestíveis ultraprocessados, não contém nenhum nutriente, não saciam e ainda nos fazem querer comer cada vez mais", afirma.

Classificação dos alimentos
Os alimentos considerados in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas (frutas, legumes, verduras, raízes e tubérculos) ou animais (ovos) e adquiridos para o consumo sem que tenham sofrido alterações após deixarem a natureza.

Já os minimamente processados são os in natura submetidos a pequenos processos, como limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, refrigeração, secagem, embalagem, pasteurização, congelamento, moagem e fermentação, mas sem que sejam adicionados sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias.

Entram na lista grãos e cereais (arroz, feijão, milho, grão de bico, lentilha, trigo e aveia são alguns), oleoginosas (castanhas e nozes, por exemplo), leite, massas, farinhas, carne, ervas, chá e café.

De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, esses alimentos "são a base para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável".

Ingredientes culinários
Nesta categoria estão inclusos óleos vegetais, gorduras, sal e açúcar, extraídos de alimentos in natura ou da natureza por processos como prensagem, moagem, trituração, pulverização e refino, e responsáveis por diversificar e tornar a alimentação mais saborosa, sem que fique nutricionalmente desbalanceada.

Alguns exemplos de óleos vegetais são os de soja, milho, girassol e oliva; de gordura, manteiga, banha de porco e gordura de coco; açúcar, branco, demerara ou mascavo, e sal (refinado ou grosso).

Vale destacar que estes itens devem ser usados em pequenas quantidades para temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias com base nos alimentos in natura ou minimamente processados.

Alimentos processados
Quando um alimento in natura ou minimamente processado recebe adição de sal, açúcar ou outra substância de uso culinário, para torná-lo durável e mais agradável ao paladar, ele passa a ser considerado processado.

Segundo o Ministério da Saúde e o Nupens, este tipo de produto é derivado diretamente de alimentos, sendo reconhecido como versão modificada, e usualmente é consumido como parte ou acompanhamento de preparações culinárias feitas com base em alimentos minimamente processados - caso do queijo acrescentando ao macarrão e das carnes salgadas ao feijão.

Macarrão à bolonhesa com queijo ralado — Foto: Camilla Resende/G1

Alguns exemplos são cenoura, pepino, ervilhas, palmito, cebola, couve-flor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre; extrato ou concentrado de tomate (com sal e ou açúcar); frutas em calda e frutas cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos e pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.

As entidades comentam que as técnicas de processamento se assemelham às culinárias, podendo incluir cozimento, secagem, fermentação, acondicionamento em latas ou vidros e uso de métodos de preservação, como salga, salmoura, cura e defumação. E elas recomendam que se limite a ingestão destes alimentos, pois os ingredientes e os métodos usados na fabricação alteram de modo desfavorável a composição nutricional.

Alimentos ultraprocessados
O termo ultraprocessado é usado para caracterizar formulações produzidas com muitos elementos, incluindo sal, açúcar, óleos, gorduras e substâncias de uso exclusivamente industrial, como proteínas de soja e do leite e extratos de carnes, e que passam por várias etapas de processamento.

Essas formulações também costumam utilizar substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e de outras fontes orgânicas, como petróleo e carvão - muitas delas atuam como aditivos, cuja função é estender a duração ou dotar o produto de cor, sabor, aroma e textura para torná-lo mais atraente.

Uma dica para saber se o alimento faz parte deste grupo é consultar a lista de ingredientes no rótulo. Os principais indicativos são: número elevado de ingredientes (cinco ou mais), com nomes pouco familiares e que não são usados nas preparações culinárias, como gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados e xarope de frutose.
Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda evitar alimentos como o hambúrger, por conta da composição nutricional desbalanceada — Foto: Ricardo D'Angelo/Divulgação

Entram nessa categoria uma série de itens: biscoitos, sorvetes, balas e guloseimas em geral, cereais açucarados, bolos e misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos instantâneos, molhos, salgadinhos de pacote, refrescos e refrigerantes, bebidas lácteas e iogurte adoçados e aromatizados, energéticos, produtos congelados e prontos para aquecimento, extratos de carne de frango ou peixe empanados do tipo nuggets, salsichas e outros embutidos, pães de forma e pães para hambúrguer e cachorro quente.

O Guia Alimentar para a População Brasileira indica que se evite esses alimentos por conta da composição nutricional desbalanceada, características que os ligam a ingestão excessiva de calorias e o impacto que as formas de produção, distribuição, comercialização e consumo têm sobre a cultura, a vida social e o meio ambiente.

O documento ainda destaca que "o problema principal com alimentos ultraprocessados reformulados é o risco de serem vistos como produtos saudáveis, cujo consumo não precisaria mais ser limitado". Isso porque a publicidade explora suas alegadas vantagens diante dos alimentos regulares, como "menos calorias" e "adição de vitaminas e minerais".

Riscos dos alimentos ultraprocessados
Com o aumento no consumo dos alimentos ultraprocessados em todo mundo - só no Brasil, entre 1996 e 2009, segundo o Nupens, a participação na dieta da população subiu de 18,7% para 30% -, vários estudos têm sido realizados para identificar seus reais riscos para a saúde.

Dentre os mais recentes está um publicado em maio deste ano pela Universidade de Navarra, da Espanha. Realizado com 19.899 voluntários, acompanhados durante 15 anos (de 1999 a 2014), ele constatou que consumir mais de quatro porções diárias de alimentos ultraprocessados está associado a uma chance 62% maior de todas as causas de mortalidade, e que a cada porção adicional, esse índice sobe mais 18%.

Outra pesquisa divulgada no mesmo mês, esta pelo National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, mostrou a relação entre o consumo deste tipo de alimento e a maior ingestão calórica e ao ganho de peso.

Para isso, cientistas da entidade avaliaram 20 pessoas durante quatro semanas. No período, elas foram submetidas a dois tipos de dietas, ultraprocessada e não processada, ambas com quantidades iguais de nutrientes.

Ao final da experiência, a conclusão foi de que o grupo da dieta ultraprocessada consumiu 508 calorias a mais por dia em comparação com o da dieta não processada e ganhou quase 1 quilo em 15 dias.

Por fim, um trabalho da Universidade de Paris, na França, reforçou a ligação entre a ingestão de ultraprocessados com o risco elevado de desenvolver doenças cardiovasculares.

Após acompanhar 105.159 indivíduos durante cinco anos, os pesquisadores verificaram que uma participação de apenas 10% desses alimentos na dieta aumenta em 12% a chance de infarto e em 11% a de acidente vascular cerebral (AVC).

Homem é preso pela 5ª vez por vender combustível clandestino em Mateus Leme

Por LISLEY ALVARENGA
23/06/19 - 15h07
Crime foi registrado em Mateus Leme
Foto: FOTO: REPRODUÇÃO FACEBOOK

Um homem de 45 anos foi preso pela quinta vez, na noite do último sábado (22), em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte, por vender e estocar combustível de forma clandestina em uma residência. Outro homem, de 24, que seria inquilino do imóvel, também foi detido em flagrante.

Depois de receber um denúncia que estaria ocorrendo o comércio ilegal do combustível, militares da PM foram até a residência, em frente ao Condomínio Terra Fértil, próximo à BR-262.

Ao entrar no imóvel, os policiais encontraram 40 tambores vazios e uma bomba elétrica de sucção. Em outro cômodo da casa, foram achados três grandes reservatórios com combustível. Já em uma repartição da residência que dá acesso ao telhado, os militares identificaram um cano de PVC marrom.

Os policiais desenterraram cem metros do tal cano e descobriram que ele estava ligado a uma casa próxima do imóvel. Ao entrar na segunda residência, os militares encontraram outros cinco grandes reservatórios repletos de combustíveis.
Jornal OTempo

Pastor apóia porte de armas para cidadão de bem


https://www.youtube.com

Polícia Militar registra três assaltos no sábado em Juiz de Fora

Imagem internet
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Por G1 Zona da Mata

23/06/2019 10h36 

Três roubos, com armas e faca, foram registrados na noite deste sábado (22) em Juiz de Fora. No total, foram roubados R$ 750 em dinheiro das vítimas, celulares e uma bolsa com documentos pessoais.

O primeiro roubo foi em um salão de beleza no Bairro Manoel Honório. Conforme relato das vítimas, duas jovens de 27 e 29 anos, e uma mulher de 38 anos, dois indivíduos chegaram ao local em uma moto e armados. Eles anunciaram o assalto, levaram os celulares das vítimas e R$ 440 em dinheiro. Após o roubo, eles fugiram em direção ao Bairro Progresso. Um dos criminosos foi reconhecido pelas vítimas e preso em flagrante.

No segundo roubo, a vítima, uma jovem de 24 anos, disse que estava andando pela Rua José Calil Ahouagi quando foi abordada por um homem, com cerca de 45 anos, armado com uma faca. Ele anunciou o assalto e levou a bolsa da vítima, com documentos pessoais, R$ 110 em dinheiro e um celular.


O último roubo foi em uma padaria no Bairro Novo Triunfo. Um idoso de 63 anos disse à Polícia Militar (PM) que um indivíduo, armado com um revólver, levou R$ 200 em dinheiro do estabelecimento. Após o roubo, o criminoso efetuou um disparo que atingiu a parede da padaria. A perícia foi acionada.

G1 Zona da Mata

Hemominas encerra série de coletas externas de junho programadas para Araguari, Muriaé e Leopoldina


Fundação Hemominas encerra série de coletas externas de junho programadas para Araguari

A Fundação Hemominas realiza, nesta terça-feira (25/6), coleta de sangue no Posto Avançado de Coleta Externa (Pace) de Araguari. O endereço é a Avenida José Carrijo, nº 205, no centro da cidade. 

O atendimento no Pace Araguari será realizado das 7h30 às 11h30. A programação de junho também teve coletas nos dias 4, 11 e 18/6.

Para doar sangue: Conheça as condições e restrições para doação de sangue.

Mais informações para imprensa:
Assessoria de Comunicação Social: (31) 3029-5926 / 5928 / 5929
Hemocentro Regional de Uberlândia (PACE Araguari): (34) 3088-9200
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Fundação Hemominas conclui série de junho das coletas externas de sangue, em Muriaé

A Fundação Hemominas promove, nesta quarta-feira (26/6), coleta externa de sangue em Muriaé. Esta ação encerra a série de quatro coletas programadas para junho. 

O atendimento ocorre, das 7h30 às 15h, na rua Dr. Ivan A. Porcaro, s/n – Centro (antigo Centro Viva Vida ao lado do Hospital São Paulo).
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Fundação Hemominas realiza terceira coleta externa de sangue do mês em Leopoldina

A Fundação Hemominas conclui, nesta quinta-feira (27/6), a série de três coletas externas de sangue agendadas para o mês de junho. O atendimento ocorre, das 8h às 16h, no Polo de Saúde de Leopoldina, localizado na Rua Santa Filomena, 250, no centro da cidade. 

Para doar sangue
Conheça as condições e restrições para doação de sangue.
Mais informações para imprensa:
Assessoria de Comunicação Social: (31) 3029-5926 / 5928 / 5929

Hemocentro Regional de Juiz de Fora (PACE Muriaé e Leopoldina): (32) 3257-3113

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Prefeito de Juiz de Fora continua internado na Santa Casa

Por G1 Zona da Mata

21/06/2019 20h23 
Prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas — Foto: Reprodução/TV Integração

O prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas (PSDB), continua internado na Santa Casa de Misericórdia na noite desta sexta-feira (21). Segundo o boletim médico enviado pela assessoria de comunicação da unidade hospitalar, o prefeito permanece estável, passando bem e melhorando.

Conforme a família informou ao G1, Antônio Almas deve ser transferido para o quarto neste sábado (22) e ainda não há previsão de alta.

Internação
Antônio Almas foi internado nesta sexta-feira após sofrer um princípio de infarto, segundo a filha do prefeito, Bárbara Almas. Ela informou que o pai teve que colocar um stent, passava bem e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Em nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura disse que o prefeito foi submetido a um cateterismo e a uma angioplastia na manhã desta sexta-feira. Que o procedimento foi bem sucedido, que Antônio Almas passa bem e está na Unidade Coronariana.

A nota diz ainda que os compromissos na Prefeitura devem ser retomados na próxima semana, após liberação médica.

Três ficam feridos em soterramento em Juiz de Fora; uma das vítimas foi socorrida após quase 3h

Por G1 Zona da Mata

21/06/2019 10h55 Atualizado há 14 minutos

Desabamento é registrado no Bairro Aracy, em Juiz de Fora — Foto: Augusto Medeiros/G1

Um deslizamento de terra deixou três pessoas soterradas na manhã desta sexta-feira (21) em Juiz de Fora. As três vítimas foram resgatadas, sendo que uma delas, um homem de 41 anos, foi retirado pelo Corpo de Bombeiros depois de quase três horas.

As outras vítimas eram um homem de 43 anos, que foi soterrado do tronco para baixo, e outro de 29. Os três foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O mais jovem teve leves escoriações e não precisou ser levado para uma unidade hospitalar.

Já os outros dois homens foram encaminhados para o Hospital Doutor Geraldo Mozart Teixeira (HPS) e foram liberados no final da tarde desta sexta.

A ocorrência foi na Rua Bárbara Campagnacci Borboni, no Bairro Aracy.

Respiração por tubo de PVC
Vítima é resgatada após deslizamento de terra em obra em Juiz de Fora
G1 Zona da Mata
Vítima é resgatada após deslizamento de terra em obra em Juiz de Fora

O tenente do Corpo de Bombeiros, Yuri Eder, explicou que foi utilizado para o resgate um cano de PVC, que permitiu que a vítima que permaneceu mais tempo soterrada pudesse respirar enquanto aguardava o momento de ser retirada do local.

“Chegamos ao local e duas vítimas estavam parcialmente soterradas e uma completamente soterrada com, aproximadamente, 1,5 metros de terra acima da cabeça dele. O pessoal conseguiu ter acesso através de um cano PVC e aí fizemos uma linha de oxigênio para a vítima e também mantendo contato", disse Eder.

"Demoramos aproximadamente três horas para fazer a total retirada da vítima. No decurso do atendimento, conseguíamos contato com ele a todo momento. Ele sentia muitas dores nas costas e pernas. Fizemos a retirada dele, imobilizamos e entregamos ao médico do Samu, que realizou o atendimento à vítima”, afirmou ainda o tenente.

Segundo Eder, o homem que ficou soterrado, a princípio, estava totalmente consciente, porém com diversas lesões. Foi identificada possibilidade de lesão nas pernas e na costela.

Já os outros dois homens não aparentavam ferimentos graves. "As outras duas vítimas estavam parcialmente soterradas com terra na cintura, eles foram retirados e conduzidos ao hospital. A princípio não tinha nenhuma lesão aparente", disse o tenente.

Sobre a obra, Eder disse que irão acionar a perícia da Polícia Civil e do Ministério do Trabalho. “Em contato com o proprietário, o mesmo disse que é acompanhado pelo engenheiro que tem toda a documentação. Nós manteremos o local isolado, vamos acionar a perícia da Polícia Civil e do Ministério do Trabalho, que ficarão responsáveis pela investigação", acrescentou.

O deslizamento
Gilmar Martins, de 29 anos, que estava trabalhando perto do local, conta que ouviu um barulho e desceu para ajudar. "A gente saiu para ajudar o homem que estava debaixo da terra, nisso o barranco desceu mais uma vez", disse.

Além do Corpo de Bombeiros e o do Samu, a Polícia Militar também atendeu a ocorrência.
Local do deslizamento — Foto: Lucas Rodrigues/Arquivo pessoal

Licenciamento
O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Juiz de Fora para saber se a obra era licenciada. A assessoria de comunicação da Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano (Semaur) disse que esta sexta-feira é ponto facultativo na Prefeitura e que a informação seria apurada na segunda-feira (24).

Já a assessoria da Defesa Civil informou que a obra tem placa de responsável técnico, que vai dar condições para estabilização do talude. Ainda conforme a pasta, na segunda-feira, o responsável pelo local irá apresentar a documentação, como a licença da obra, à Defesa Civil. Caso essa documentação não exista, a fiscalização da Semaur será acionada.

A Defesa Civil ainda ressaltou que, por se tratar de uma obra particular, o responsável técnico responde por qualquer problema que ocorra. Em nota, o órgão informou também que a obra está embargada até segunda-feira para conferência da documentação. Caso tenham documentação, na própria segunda-feira os responsáveis podem voltar a trabalhar, com a devida segurança.

Bolsonaro anuncia policial militar na Secretaria-Geral da Presidência


Antonio Cruz/ Agência Brasil

Publicado em 21/06/2019 - 10:38 e atualizado em 21/06/2019 - 10:54

Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil Brasília

O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje (21) o advogado e major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Antonio de Oliveira Francisco para assumir a Secretaria-Geral da Presidência da República. O militar, até então, ocupava a Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil.

Já Floriano Peixoto Vieira Neto deixa a Secretaria-Geral para assumir a presidência dos Correios, substituindo Juarez Cunha. Ontem (20), o titular demitido já havia informado em sua conta na rede social Twitter que se afastaria do comando da estatal. Ele avaliou que sua gestão de sete meses à frente da empresa teve um “saldo positivo” na recuperação da empresa.

Sobre o major Francisco, Bolsonaro afirmou: “É uma pessoa que me acompanha há dez anos. É uma pessoa afeita à burocracia. Desejo boa sorte e temos plena confiança no trabalho dele”. O presidente classificou a ida de Floriano Peixoto para os Correios como uma “missão”. “Temos plena confiança de que ele a cumprirá a contento. É colega nosso acostumado a desafios”, disse.

Privatização
Em relação à uma possível privatização dos Correios, Bolsonaro destacou que há sim essa intenção, mas que, no momento, o trabalho de Floriano Peixoto será fazer o “melhor possível” para que a estatal seja “motivo de orgulho para todos nós”. O presidente destacou como tarefa avaliar o fundo de pensão da empresa, Postalis.

Currículos
Jorge Antonio de Oliveira Francisco atuou no Congresso Nacional desde 2003 como assessor parlamentar da PMDF, assessor jurídico no gabinete de Bolsonaro e também com chefe de gabinete e assessor jurídico do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Na atual gestão, havia sido nomeado para cuidar da subchefia de assuntos jurídicos da Casa Civil.

Floriano Peixoto Vieira Neto é general-de-divisão da reserva. Atuou em diversas funções no Exército, como no comando do 62º Batalhão de Infantaria em Joinville (SC) e na 5ª Subchefia do Estado-Maior do Exército, em Brasília. Integrou ainda a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).

Articulação
O presidente também respondeu a jornalistas sobre a troca na articulação política, que foi retirada da Casa Civil e repassada ao general Luiz Eduardo Ramos, nomeado para a Secretaria de Governo. Ele minimizou questionamentos de que isso significaria um enfraquecimento do titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

“Tem três ministérios aqui dentro que são fusíveis. Para evitar queimar o presidente, eles se queimam. A função do Onyx é a mais complicada. Passamos a Supar [Subchefia de Assuntos Parlamentares] para o Ramos e jogamos o PPI [Programa de Parcerias de Investimentos] para o Onyx. Ele está fortalecido”, pontuou.

Mensagens vazadas
Perguntado sobre novas mensagens envolvendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e membros da força-tarefa da Operação Lava Jato divulgadas pelo site The Intercept Brasil, Bolsonaro comentou que “não há certeza da fidelidade das mensagens divulgadas ali”. “Tudo é possível. Acredito que ele se saiu muito bem no Senado e saiu mais fortalecido do que entrou”.

Projeto de lei
Em pronunciamento, Bolsonaro disse ainda que pretende enviar um projeto de lei dando mais garantias jurídicas a militares e forças de segurança para operações. “Se a força da lei estiver em campo, ela sempre estará certa. Para o cumprimento da missão, todas as possibilidades podem ser empregadas, até mesmo pelotão de drones. Não quero que policial esteja na linha de tiros”, sublinhou.

Matéria alterada às 10h54 para acréscimo de informações. 
Edição: Paula Laboissière
Agência Brasil