domingo, 3 de março de 2019

Mulher é presa por tráfico de drogas no Centro de Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

03/03/2019 10h51 

Um mulher, de 32 anos, foi presa na tarde deste sábado (2) por tráfico de drogas no Centro de Juiz de Fora.

Após denúncia, a Polícia Militar abordou a autora na Rua José Calil Ahouagi e localizou 61 pedras de substância semelhante ao crack, além de uma pequena porção de substância em pó semelhante a resquício de crack.

A mulher foi presa em flagrante e conduzida à presença da autoridade de polícia judiciária.

Jovens são presos por tráfico de drogas e porte ilegal de arma em Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

03/03/2019 11h04 

Dois jovens, de 19 e 29 anos, foram presos pela Polícia Militar (PM) por tráfico de drogas e porte de arma de fogo na tarde deste sábado (2) em Juiz de Fora.

Os militares receberam denúncia de que uma pessoa estaria na Rua Doutor Saulo Vilela, no Bairro Barão do Retiro, portando arma de fogo. A polícia realizou um cerco no local e foram avistados indivíduos fugindo, um deles arremessou algo em direção a uma residência.

Eles foram abordados, no bolso da blusa do jovem de 19 anos foi encontrado duas pedras de crack e R$ 197 em dinheiro. Com o outro jovem, os militares localizaram um revólver, calibre 38, com cinco munições intactas.

A PM realizou buscas perto da residência e encontrou um revólver, calibre 32, com três munições intactas, além de oito pedras de substância semelhante à crack no chão.

Os autores foram presos em flagrante e conduzidos à presença da autoridade de polícia judiciária.

Homem foge pelado após tentar matar mulher em prostíbulo na Guaicurus

Homem se atirou em meio aos carros e conseguiu escapar da polícia

PUBLICADO EM 03/03/19 - 10h34

LUIZ FERNANDO MOTTA

Um homem de 33 anos fugiu pelado pelas ruas do Centro de Belo Horizonte após tentar matar uma garota de programa, de 29. O caso aconteceu por volta das 23h de sexta-feira (1º), em um hotel na rua dos Guaicurus.

De acordo com a Polícia Militar, uma funcionária do local contou que o casal estava no quarto, quando o homem se irritou com a vítima e tentou jogar uma televisão sobre ela. A mulher se defendeu com os braços, mas logo em seguida o homem tentou enforcá-la.

A funcionária ouviu os barulhos da confusão e entrou no quarto para socorrer a mulher. Neste momento, o rapaz fugiu, deixando suas roupas e documentos para trás.

Agentes da Polícia Militar faziam patrulhamento quando viram o homem nu correndo pela rua. Os militares tentaram contê-lo, mas o rapaz se arriscou se atirando em meio aos carros. Os policiais relataram no boletim de ocorrência que ele foi para o meio da rua e correu na contramão dos veículos.

O homem conseguiu fugir, mas foi identificado por meio da carteira de identidade deixada para trás no hotel. As roupas e documentos dele foram recolhidas. Até os últimos registros da Polícia Civil, ele ainda não havia sido preso. A ocorrência foi encerrada na Central de Flagrantes e o caso será investigado.
Jornal OTempo

Homem é preso após denúncia de estupro contra a ex-mulher em Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

03/03/2019 10h42 

Um homem, de 48 anos, foi preso neste sábado (2) após denúncia de estupro contra a ex-mulher, de 32 anos, em Juiz de Fora. A ocorrência foi registrada na Rua São Pancrácio, no Bairro Alto Santa Rita.

Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima relatou que estava separada do autor há oito meses e que eles dormiam em quartos separados. De acordo com ela, o homem chegou em casa na manhã de sábado querendo ter relações sexuais com a mulher.

A vítima disse que não queria e o homem ignorou a negativa, partindo para cima dela e consumando o ato.

A mulher foi encaminhada para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para exames. O autor foi localizado, preso e conduzido para a Delegacia de Polícia.

Presidente e três diretores da Vale são afastados

Publicado em 03/03/2019 - 09:04

Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, e três diretores da mineradora foram afastados por decisão do Conselho de Administração da empresa. Segundo nota divulgada à imprensa, os pedidos de afastamento foram feitos pelos próprios executivos, depois de recomendações do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, do Ministério Público de Minas Gerais e da Polícia Civil do estado.

A decisão de aceitar os pedidos de afastamento foi tomada entre a noite de sexta-feira (1º) e a madrugada de ontem (2). A presidência interina da empresa já foi assumida pelo diretor executivo de Metais Básicos da Vale, Eduardo de Salles Bartolomeo, conforme plano de interinidade previamente discutido.

Além de Schvartsman, foram afastados Gerd Peter Poppinga (diretor executivo de Ferrosos e Carvão), Lucio Flavio Gallon Cavalli (diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carvão) e Silmar Magalhães Silva (diretor de Operações do Corredor Sudeste).

Claudio de Oliveira Alves, atual diretor de Pelotização e Manganês, ocupará interinamente a função de diretor executivo de Ferrosos e Carvão, e Mark Travers, atual diretor Jurídico, de Relações Institucionais e Sustentabilidade de Metais Básicos, ocupará interinamente a função de diretor executivo de Metais Básicos.

“A Vale informa também que seu Conselho de Administração permanece em prontidão, na busca de um relacionamento transparente e produtivo com as autoridades brasileiras, visando ao esclarecimento dos fatos, à reparação apropriada dos danos e à integridade da empresa, e que manterá a sociedade e os mercados informados sobre qualquer fato novo”, diz a empresa em nota.

Presidente interino
O presidente interino da Vale,Eduardo Bartolomeo, estava na Diretoria Executiva de Metais Básicos da empresa desde 1º de janeiro de 2018. Antes disso, no entanto, já havia passado por outras diretorias. De 2004 a 2006, foi diretor do Departamento de Operações Logísticas e, de 2007 a 2012, foi diretor executivo na empresa.

De setembro de 2016 a dezembro de 2017, integrou o Conselho de Administração da Vale como representante do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Graduado em Engenharia Metalúrgica pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1988, tem títulos de MBA pela Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

sábado, 2 de março de 2019

Hexacampeão - Sada Cruzeiro faz a folia da torcida com mais um título do Sul-Americano

Pela sexta vez, Sada Cruzeiro é campeão do Sul-Americano
Foto: Sada Cruzeiro / Divulgação

Daniel Ottoni | @radiosupernoticiafm 
02/03/19 - 22h33

Chegar no lugar mais alto do continente nunca foi fácil para o Sada Cruzeiro, mesmo ocupando tal posto por várias vezes nos últimos anos. Mas a conquista deste sábado (2), a sexta na história do clube, teve um sabor especial por uma dificuldade a mais na trajetória que terminou com triunfo por 3 a 1 (25/19, 25/18, 21/25 e 25/16) diante do UPCN (ARG). 

A Arena Minas, que normalmente tem a torcida celeste como visitante, ficou tomada de azul para ver a equipe corresponder e garantir presença em mais um Mundial de Clubes. O ponto derradeiro fez a Arena explodir como se um "10" tivesse sido entoado na última nota da apuração.

Em pleno sábado de carnaval, a bateria da arquibancada esteve em harmonia com o time, que se manteve em sintonia para fechar o Sul-Americano com um enredo que a torcida se acostumou a cantar.

Um dos principais intérpretes na nova coroação foi o oposto Evandro, que fez a diferença nos momentos decisivos. Na comissão de frente, fazendo os argentinos se lembrarem do poderio adversário, Sander, Cachopa e Rodriguinho estiveram em noite iluminada na melhor atuação do time no torneio.

Mas o caminho para a escola campeã não foi fácil. As barreiras apareceram na estreia contra o mesmo UPCN e dois dias depois diante do Obras. O 2 a 0 aberto pelos hermanos colocou em risco a liderança e a classificação para a final, forçando o Sada a encontrar o melhor ritmo para não desafinar.

Ter superado o duplo desafio fez o Cruzeiro chegar mais forte na decisão, ciente de que vacilos poderiam ser fatais. A tensão de uma final entre brasileiros e argentinos apareceu nos primeiros minutos. A atuação firme do Cruzeiro, agressivo no saque e no ataque e com a defesa bem postada, fez o time sair na frente.

Os ânimos seguiram exaltados no segundo set, com dedos apontados e muita reclamação pra cima da arbitragem. Um cartão vermelho chegou a ser mostrado para o UPCN, que não teve a mesma regularidade das outras partidas. O Sada, por sua vez, teve atuação precisa para abrir boas vantagens que mostraram sua superioridade antes do 2 a 0.

O desfile sólido e de poucos erros seria o caminho para o grito de "é campeão" aparecer. Apesar da insistência argentina em jogar água no chopp cruzeirense, a lucidez do Sada para definir na hora certa contou para o hexa aparecer em alto e bom som na Arena do seu maior rival.

Escalações:
Sada Cruzeiro: Cachopa, Evandro, Isac, Le Roux, Sander, Rodriguinho e Serginho. Entraram: Luan, Sandro, Léo, Filipe. Técnico: Marcelo Mendez

UPCN: Cavanna, Bartman, Stulenkov, Ramos, Lazo, Hage e Salvo. Entraram: Nielson, Garrocq, Bozikovich, Martina. Técnico: Fabian Armoa

Jornal OTempo

Governo impede desconto em folha e acaba com a farra das contribuições sindicais


Charge reproduzida do Arquivo Google

Por G1 — Brasília

As contribuições financeiras de trabalhadores para seus sindicatos não poderão mais ser descontadas diretamente dos salários e terão, a partir de agora, que ser pagas exclusivamente por boleto bancário. Essa nova regra está prevista em uma medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” da sexta-feira (1º).

Uma medida provisória tem força de lei e passa a valer a partir de sua publicação. Entretanto, ela precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias, caso contrário perde validade e a regra antiga volta a vigorar.

TUDO COMO ANTES – A contribuição sindical já havia deixado de ser obrigatória na reforma trabalhista proposta pelo governo do ex-presidente Michel Temer e aprovada pelo Congresso em 2017. Desde então, os trabalhadores são obrigados a expressar a vontade de contribuir para seu sindicato, mas o desconto continuava sendo feito diretamente do salário pelas empresas, como antes da reforma.

Em uma rede social, o secretário de Previdência e Trabalho do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, disse que a decisão do governo de editar uma medida provisória para tratar do assunto se deve “ao ativismo judiciário que tem contraditado o legislativo e permitido cobrança” das contribuições sindicais.

Marinho foi o relator da proposta da reforma trabalhista do governo Michel Temer. Desde o fim de 2017, sindicatos recorrem à Justiça para tentar manter a cobrança, mas a maioria das ações tem sido rejeitada no TST.

DERROTA NO STF – Em julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou os pedidos para tornar novamente obrigatório o pagamento da contribuição sindical pelos trabalhadores. A Corte analisou 19 ações de entidades sindicais contra a regra da reforma trabalhista que tornou o repasse facultativo, em que cabe ao trabalhador autorizar o desconto na remuneração.

A medida provisória pode dificultar o recolhimento das contribuições pelos sindicatos, que desde a reforma trabalhista perderam arrecadação. No ano passado, no acumulado até setembro, a arrecadação da contribuição sindical despencou 86% em relação ao mesmo período de 2017, passando de R$ 1,9 bilhão para R$ 276 milhões.

A MP altera alguns artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entre eles o 582. Antes da mudança, esse artigo estabelecia a obrigatoriedade de “os empregadores” descontarem a contribuição sindical “da folha de pagamento de seus empregados.”

SÓ POR BOLETO – Na nova redação, estabelecida pela medida provisória de Bolsonaro, o “recolhimento da contribuição sindical será feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou equivalente eletrônico, que será encaminhado obrigatoriamente à residência do empregado ou, na hipótese de impossibilidade de recebimento, à sede da empresa.”

Outro artigo alterado é o 578. Antes, ele previa o recolhimento e pagamento da contribuição sindical “desde que prévia e expressamente” autorizado. Agora, o artigo reforça a necessidade de que o pagamento seja “prévia, voluntária, individual e expressamente autorizado pelo empregado.”

No comentário feito em rede social, o secretário de Previdência e Trabalho do governo Bolsonaro, Rogério Marinho, afirmou que a medida provisória “deixa ainda mais claro que contribuição sindical é fruto de prévia, expressa e ‘individual’ autorização do trabalhador.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bola branca para o governo, na véspera do Carnaval. Decisão acertadíssima, acabando com a farra da república sindicalista que Lula e o PT tentaram criar. A partir de agora, vai começar o fechamento de sindicatos em massa. O Brasil, recordista mundial, tem cerca de 17 mil sindicatos. Se sobrarem apenas 200, já estará de bom tamanho. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

Ministério Público e Polícia Federal recomendam afastamento de diretoria da Vale

Se não deixar a presidência, Fabio Schvartsman deve ser preso

Daniela Lima
Folha/Painel

As autoridades que trabalham na investigação da tragédia de Brumadinho recomendaram ao conselho de administração da Vale o “imediato afastamento” do diretor-presidente da mineradora, Fabio Scharvtsman, e outros quatro diretores, do “exercício de quaisquer funções e atividades nas empresas integrantes do grupo Vale S.A, proibindo seu acesso a quaisquer de seus prédios ou instalações”.

O documento, assinado por integrantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público de Minas Gerais, e da Polícia Federal, pede ainda que a direção da empresa recomende aos empregados não compartilhar assuntos de “teor estritamente profissional” com essas pessoas, informa a repórter Julia Chaib.

PRAZO DE 10 DIAS – O texto foi entregue em mãos aos advogados do conselho de administração da Vale no final da tarde desta sexta-feira (1º). O MPF, o MPMG e a PF dão 10 dias para que a Vale informe se acatará ou não os pedidos. A omissão de resposta será considerada recusa do pedido.

A recomendação se aplica a Fabio Schvartsman, presidente da Vale; Gerd Peter Poppinga, diretor-executivo de ferrosos e carvão; Lúcio Flavio Gallon Cavalli, diretor de planejamento; Silmar Magalhães Silva, diretor de operações do corredor Sudeste; além de outros três gerentes e dois técnicos.

O texto ainda solicita o afastamento de cinco técnicos e gerentes de atividades relacionadas à “gestão de risco e/ou monitoramento de segurança de barragens”.

CIENTES DA SITUAÇÃO – “A partir da data da entrega desta recomendação, seus destinatários são considerados como pessoalmente cientes da situação ora exposta e, nesses termos, passíveis de responsabilização por quaisquer eventos que lhes forem imputáveis.”

Os investigadores decidiram pedir o afastamento da diretoria e outros funcionários da Vale para evitar que os integrantes da mineradora combinem versões a serem apresentadas e também ocultem provas.

Se o conselho de administração da empresa não aceitar as recomendações, investigadores não descartam pedir a prisão dos envolvidos. Os diretores da Vale entraram com pedido de habeas corpus preventivo no STJ (Superior Tribunal de Justiça) na terça (26).

SABIAM DE TUDO – A recomendação ocorre uma semana depois de gerentes e técnicos que estavam presos afirmarem em depoimento que diretores da Vale sabiam que havia problemas com a barragem do Córrego do Feijão, que se rompeu em janeiro.

A informação de que o depoimento de um gerente levou a investigação à diretoria executiva da Vale foi revelado pela coluna Mônica Bergamo, da Folha, na terça (26).

Entre os gerentes alvo da recomendação das autoridades de Minas Gerais, estão sete dos oito que foram detidos no dia 15 e tiveram habeas corpus concedido pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) nesta semana.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Afinal, o que falta para mandar prender o presidente e os diretores da Vale? O povo quer saber. (C.N.)

Lula chega a São Paulo para acompanhar velório de neto em São Bernardo do Campo

Lula viajou num pequeno avião cedido pelo governo do Paraná

Vinicius Sgarbe
O Globo

Autorizado pela Justiça a acompanhar o velório do seu neto Arthur , de 7 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já chegou a São Paulo. O ex-presidente deixou o prédio da Polícia Federal, em Curitiba, às 7h deste sábado. O avião monomotor cedido pelo governo do Paraná para transportar Lula aterrissou no aeroporto de Congonhas, na capital paulista, às 8h30.

Na cabeceira do aeroporto há uma escolta de policiais militares e federais encarregados de levar o ex-presidente a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde está sendo realizado o velório de Arthur. Os primeiros movimentos para o traslado começaram por volta das 6h, quando pilotos e policiais podiam ser vistos no heliporto da PF em Curitiba.

DE AVIÃO – Vestindo terno, o petista embarcou em um helicóptero da Polícia Civil, de onde seguiu até o aeroporto, onde pegaria um avião cedido pelo governo estadual do Paraná. A expectativa é que Lula esteja no velório, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, por volta das 11h.

Velado durante toda a madrugada, o corpo de Arthur deve ser cremado às 12h no Cemitério das Colinas, em São Bernardo do Campo. Arthur morreu de meningite em um hospital de Santo André, no ABC paulista, no início da tarde sexta-feira

Arthur era o quinto dos seis netos do ex-presidente. Filho de Marlene Araujo Lula da Silva e Sandro Luis Lula da Silva, filho do meio de Lula, o garoto nasceu em 2012, em São Paulo, quando o ex-presidente fazia um tratamento contra o câncer na laringe, um ano depois de deixar a Presidência da República.

VELÓRIO DO IRMÃO – No fim de janeiro, Lula foi proibido pela Justiça de acompanhar o enterro do seu irmão Genival Inácio da Silva, Vavá, que morreu vítima de câncer aos 79 anos. O pedido da defesa foi negado por duas instâncias da Justiça Federal.

A juíza Carolina Lebbos e o desembargador Leandro Paulsen afirmaram que havia risco de manifestações e de que a operação seria muito cara.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Mesmo tardia, legislação de proteção à mulher no Brasil é avançada.Especialista vê falhas em prevenção à violência por parte do Estado

Publicado em 01/03/2019 - 11:09

Por Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil Brasília

Com um texto bem elaborado, a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) permitiu que vários tipos de violência contra a mulher fossem denunciados, embora tenha vindo tardiamente, se comparada à legislação instituída em outros países, segundo a pesquisadora Wânia Pasinato. Uma das principais estudiosas do assunto, a socióloga afirmou que o atraso na publicação da lei foi uma espécie de trunfo para o Brasil.

"A Lei Maria da Penha demora, mas vem com uma vantagem: se inspirou no que há de melhor nas outras leis. Traz uma legislação que não é só do âmbito penal, mas que tem também um conjunto de diretrizes para orientar a política pública, que é a Política Nacional para Enfrentamento à Violência contra as Mulheres”, explica.

A Finlândia, por exemplo, desenvolve políticas de prevenção da violência contra a mulher desde 1998. Levantamento do país revelou que mais da metade (53%) das mulheres do país nórdico já foi vítima de violência física a partir dos 15 anos de idade. País onde o índice chega a um quinto (20%) das mulheres, a Áustria instituiu uma lei voltada a proteger as vítimas de violência doméstica em 1997.

Assessora técnica da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Wânia lembra que conceber melhoramentos às leis de proteção aos direitos das mulheres levou tempo no Brasil.

"As leis eram muito voltadas à proteção da família, não se tinha um olhar muito cuidadoso para a situação das mulheres, das meninas. Isso começa a mudar a partir dos anos 2000. Revisa-se a legislação e, com isso, passa-se a mostrar que a desigualdade é a causa estruturante dessa violência. Era preciso abranger também a situação das mulheres no ambiente doméstico e familiar", afirmou.

Falhas
Protesto no Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher - Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Para a socióloga, as ações do Estado têm falhado, no que tange à prevenção da violência. "A gente aprova lei, muda discurso, mas a gente não consegue fazer com que estados e suas instituições se comprometam. Não consegue criar estruturas novas, fazer com que as instituições mudem seus padrões de comportamento e trabalhem em conjunto com a Justiça, em vez de fazer com que ela [a Justiça] aja sozinha, como se fosse a única entidade capaz de responder ao problema da violência", disse.

A pesquisadora Ana Paula Portella, especialista há duas décadas na área de gênero, diz que se impressiona, até hoje, com a longevidade do ciclo de violência contra as mulheres.

"Sempre me impressiono muito com a durabilidade desse ciclo e como, de fato, prende as mulheres. Fica em torno de um conjunto de valores. Quando ele [o companheiro] a agride, dizem que ela não tem motivo para reclamar, que aquilo é o preço que tem que pagar para ter uma família, cuidar dos filhos, ter um marido provedor."

Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e do Instituto Datafolha mostrou que a violência perpetrada por um parceiro íntimo ainda persiste em todo o país.

De acordo com o estudo Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, cônjuges cometeram 23,9% das agressões e ex-cônjuges, 15,2%. Também figuram como autores irmãos da vítima (4,9%), amigos (6,3%) e pais (7,2%).

A vida de quem fica
"Até um tempo atrás, eu falava que o feminismo não me representava. Depois de algumas situações pelas quais eu mesma passei, comecei a abrir meus olhos para isso." A afirmação é da contadora Bruna Spitzner, prima de Tatiane Spitzner, que foi encontrada morta no dia 22 de julho de 2018.

As suspeitas são de que o marido de Tatiane, o biólogo Luís Felipe Manvailer, a arremessou do 4º andar do prédio onde o casal morava, em Guarapuava, interior do estado. Os indícios são de que ele a arrastou, já sem vida, para dentro do apartamento, tendo fugido em seguida, pela BR-277, onde foi preso por policiais, após adormecer ao volante e perder o controle do carro que dirigia.

Em entrevista realizada no dia em que a ocorrência completava sete meses, Bruna contou, por telefone, como o fato a afetou. "Acho que ninguém precisa passar por isso. Foram registrados muitos casos [de violência contra mulheres]. Precisamos dar muito mais atenção a isso, fazer muito mais alarde. A gente tem que se ajudar, estender a mão uma para a outra. Quando vê uma mulher passando aperto na festa, na rua, tentar perder o medo de se meter, porque geralmente as pessoas não se metem, se calam, fecham os olhos."

Segundo a contadora, as reflexões sobre a violência contra mulher surgiram quando ela mesma se viu em uma situação de abuso. "Percebi que era abuso quando consegui sair do relacionamento, percebi que era inferiorizada. Tive depressão pós-parto e, com a ajuda da terapeuta, consegui ver que eu estava num relacionamento abusivo. É muito importante isso, porque, às vezes, a gente não enxerga", disse a contadora.

As redes sociais, mencionou Bruna, acabaram se tornando um canal para que vítimas compartilhassem com ela suas experiências.

"As pessoas sentem um carinho e vêm comentar, conversar, relatar as coisas por que passaram. Não foi uma nem foram duas mulheres, foram dezenas que disseram que tentaram fazer a denúncia, registrar a ocorrência, que dizem que chegam à delegacia e os policiais falam: 'Você tem certeza? Foi só um empurrão. Você quer acabar com a vida dele [do agressor]?'. As mulheres estão muito desacreditadas. Faltam profissionais que acolham. Eu penso que a pessoa já passou por um trauma horrível, muitas vezes, por ameaças, e quando chega para denunciar, tiram a vontade, falam que não vai adiantar, que o processo vai ficar parado", afirmou.

Auto-estima
Protesto no Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher - Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Para a cientista social Anelise Gregis Estivalet, o amor-próprio é o elemento capaz de preservar a mulher de agressões que vão do plano físico àquelas mais sutis, como restrições no direito de ir e vir. "Se você tem meninas sabendo diferenciar uma conduta normal de uma que agride é um grande passo. Parte disso é a mulher entender que o mais importante é ela amar a si mesma e que ela tem importância", ponderou a professora.

Segundo Anelise, todo agressor trata a mulher como objeto. "Feminicídio é quando você não vê a mulher enquanto pessoa, e sim como objeto. Uma coisa que pode ser objeto de satisfação, de ciúme e de relação de poder. Muitas mulheres imaginam que, se forem propriedade de alguém, elas vão ser protegidas, e é exatamente o contrário, porque aí dão o direito de que façam com ela o que quiserem”, argumentou.

De acordo com Ana Paula Portella, diferentemente das mulheres que vivem nas cidades, as vítimas da zona rural residem em lugares quase inabitados, o que dificulta a detecção do ciclo de violência por parte de amigos, familiares e pessoas do seu círculo social. Algumas delas, ressaltou, não chegam a ser mortas pelo companheiro, mas ficam mais suscetíveis a crimes como estupro marital.

"Elas podem viver o casamento inteiro com agressões físicas, sexuais, sem que necessariamente leve à morte, mas tem menos possibilidade de sair da situação. Na área urbana, a mulher pode viver o mesmo tipo de abuso, mas tem mais ferramentas, como delegacia, vigilância de amigos, família e colegas de trabalho que podem detectar sinais para que procure ajuda."
Relacionamento tóxico
Grafites temáticos lembram o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher - Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou, na última quinta-feira (21), uma lista com cinco recomendações para se adotar na luta contra a desigualdade de gênero.

Entre as maneiras de romper com ciclos de violência, a organização cita a mudança de linguagens que favoreçam a perpetuação de esterótipos de gênero e o compartilhamento do cuidado com a casa.

De acordo com dados do 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2017, 4.539 mulheres foram assassinadas, taxa que representou um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. Do total de ocorrências, 1.133 foram classificadas como feminicídios.

Ainda foram computados naquele ano 60.018 estupros, crime que apresentou aumento de 8,4% em relação a 2016. Ao todo, houve 221.238 casos de lesão corporal dolosa enquadrados na Lei Maria da Penha, uma média de 606 casos por dia.

Saiba mais

Edição: Luiza Damé e Lílian Beraldo
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2019-03/mesmo-tardia-legislacao-de-protecao-mulher-no-brasil-e-avancada