Por MGTV
09/04/2018 14h32
Infestação de caramujos africanos preocupa moradores em Juiz de Fora
Uma infestação de caramujos africanos está preocupando moradores de diversos bairros em Juiz de Fora. Segundo a Secretaria de Saúde, pelo menos 13 notificações da presença do molusco foram registradas em diferentes regiões da cidade.
O veterinário responsável pelo setor de Zoonoses da Prefeitura, José Geraldo, informou que o caramujo africano foi introduzido no Brasil ainda na década de 1980 para ser utilizado como substituto do escargot, mas a espécie não foi tão bem aceita e se espalhou pela natureza.
Hoje, o caramujo é considerado uma praga agrícola e urbana por se alimentar de plantações e infestar lugares onde há presença de lixo e mato. O controle do caramujo africano, como qualquer outra praga urbana, passa necessariamente pelo manejo ambiental, que seria a eliminação de abrigo e alimentação para eles.
"O acondicionamento, a destinação correta do lixo e a manutenção de lotes vagos e terenos baldios são primordiais, ou seja, o cidadão tem que sanear o seu ambiente para que esses moluscos não se reproduzam", explicou José Geraldo.
Ele não transmite doenças, mas pode transmitir verminoses e se tornar um problema de saúde pública se não for eliminado. Ele é hospedeiro intermediário da meningite eosinofílica, causada por um verme que passa pelo sistema nervoso e se aloja nos pulmões, e da angiostrangilíase abdominal, verminose que pode se tornar grave e levar ao óbito se o verme, que se aloja no intestino, causar a perfuração do órgão.
Como descartar o molusco
É preciso atentar para a eliminação correta do caramujo, evitando o contato com o molusco, que vive na concha, sem proteção nas mãos. A gosma liberada por ele pode transmitir as verminoses.
A população deve tomar cuidados básicos como só manuseá-lo com luvas ou vestindo sacos plásticos nas mãos. A opção mais higiênica é recolher os moluscos pelas conchas, colocar em uma lata, balde ou bacia contendo solução de água sanitária ou cloro. A quantidade certa é de um litro de água sanitária ou cloro para três litros de água.
Outra solução é amassar os caramujos africanos e enterrá-los ou descartar no próprio lixo. Mas, nesse caso, a pessoa tem que ter o cuidado de proteger os olhos, boca e nariz ao amassar o caramujo, para não espirrar gosma. Por isso, o ideal é usar uma sacola.
É comum encontrar pessoas que usam sal para matá-los, mas o método é demorado e gasta muito sal, além de prejudicar o solo. Também não é indicado atear fogo, pois além de o caramujo demorar para morrer é uma atitude que causa riscos, além da ação ser condenada por órgãos ambientais. Também é preciso eliminar os ovos, que são encontrados a cerca de um centímetro da superfície da terra.
Segundo o veterinário, os ovos são parecidos com sementes de quiabo, com a mesma coloração e tamanho, e podem ser eliminados com a solução de água sanitária, da mesma forma que os moluscos adultos.
Cuidados com os alimentos
O caramujo não deve ser ingerido de forma alguma e, caso ele seja encontrado onde há plantações, deve-se verificar se as verduras não tiveram contato com a secreção do mesmo. É possível adquirir as verminoses por meio da ingestão ou do alimento por onde ele passou. Por isso, é essencial lavar verduras que ficam expostas e que podem ter sido tocadas pelo molusco.
Se a folha ou alimento estiverem mordidos, é preciso descartá-los. Já para fazer a higiene correta, deve-se deixar o alimento mergulhado em um recipiente com uma colher de chá de água sanitária ou cloro em um litro d'água por, pelo menos, meia hora.
Como evitar o aparecimento de caramujos
Para evitar o surgimento do caramujo africano é essencial manter terrenos e ruas capinados. O surgimento do molusco é comum em épocas de chuva, se escondendo embaixo de madeira e papelão, por exemplo. Por isso, o surgimento passa pelo manejo correto do lixo. Quando em local indevido ou em grandes quantidades, o entulho vira alimento para os eles.
No caso de terrenos com muito lixo, retirar os moluscos pode ser um paliativo momentâneo. Se a pessoa não recolher o lixo com frequência, deixar o mato alto e continuar mantendo lixo naquele local, os caramujos vão surgir novamente. Em caso de dúvidas, o setor de Zoonoses da Secretaria de Saúde deve ser acionado pelo telefone (37) 3690-7030.