Jogadores comemoram com o Raposão o quinto título da Copa do Brasil igualando a marca do Grêmio
PUBLICADO EM 28/09/17 - 03h00
THIAGO PRATA
A camisa com cinco estrelas no peito pesou. A aura de time copeiro prevaleceu. Ah, Cruzeiro! Que sofrimento! Mas juntamente com os momentos de sufoco, quanta raça, quanta determinação, quanta vontade, quanta garra, quanta emoção. A história não mente: você nasceu para brilhar no país. E com a mão cheia, os torcedores ilustram aquilo que a garganta manifestou até ficar rouca: é penta, é penta... Quanto ao Flamengo, derrotado, fica um gostinho amargo de vice, um desgosto profundo.
Não houve barreira intransponível para o Cruzeiro nesta Copa do Brasil. Todos que ousaram cruzar o caminho da Raposa sucumbiram perante o guerreiro dos gramados. Antes da final desta quarta-feira (27), num Mineirão pintado de azul e branco, Volta Redonda, São Francisco, Murici, São Paulo, Chapecoense, Palmeiras e Grêmio se tornaram vítimas. Só restava mais uma muralha a ser desmoronada, a do Flamengo. Dito e feito! No entanto, tinha que ser nos pênaltis? Sim, tinha que ser assim, no sofrimento, na garra, na raça, no sufoco... nos pênaltis.
O empate em 0 a 0 levou a decisão do título para as penalidades – no Rio, o placar havia sido 1 a 1. Seria ali que a muralha rubro-negra cairia. É, Muralha, não seria sua noite. Não, senhor! A noite era estrelada, do Cruzeiro, de Fábio. Esse sim um gigante debaixo das traves. Um monstro quando o assunto são pênaltis. O atleta com mais jogos disputados pelo clube fez mais um milagre: defendeu a cobrança de Diego, que foi crucial para o pentacampeonato – de nada adiantaram os gols de Guerrero, Juan e Trauco. Fica a dica, direção da Raposa: o camisa 1 merece uma estátua.
Henrique, Léo, Hudson, Diogo Barbosa e Thiago Neves trataram de fuzilar Muralha. “O presentinho da diretoria” tratou de converter a última penalidade e correr para o abraço de uma nação que há quase três anos não erguia um troféu de campeão. Essa espera acabou. Lotada de cruzeirenses, a Toca III recebia os guerreiros que escreviam mais uma página heroica e imortal de uma enciclopédia que ainda reservará muitos outros capítulos de glórias. Quem sabe não nascerá mais uma no ano que vem?
O Cruzeiro está de volta à Libertadores. Desde 2015 que o torcedor celeste, bicampeão da competição das Américas, não sentia esse gostinho. Sob nova direção, o clube tentará fazer o máximo possível pelo tricampeonato no ano que vem. Um desfecho com chave de ouro ao presidente Gilvan de Pinho Tavares, bicampeão brasileiro em 2013 e 2014. Mais do que isso, um presente mais que merecido à China Azul, o maior patrimônio da agremiação celeste.
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