segunda-feira, 3 de julho de 2017

Temer entrou em forte depressão e a situação preocupa a cúpula do Planalto

Temer já não governa, limita-se a se defender

Mônica Bergamo
Folha

O presidente Michel Temer tem mostrado abatimento a ponto de preocupar seus amigos mais próximos. De acordo com um dos interlocutores mais frequentes do presidente, ele está “abalado, preocupado e triste”, sentindo-se numa “guerra sem trincheira nem guarita”.

A tristeza seria agravada pela euforia que precedeu o escândalo da JBS. Temer chegou a dizer aos amigos mais íntimos que estaria no segundo turno da eleição presidencial de 2018.

A família e inclusive a primeira-dama, Marcela Temer, também estariam no clima de baixo astral, piorando as coisas para o presidente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se tivesse renunciado, conforme cogitou inicialmente, Temer não teria se transformado no alvo nº 1 da Lava Jato e não estaria sofrendo tanto. É um homem rico, com duas belas aposentadorias e já está no final da vida, poderia ter um final menos desgastante. Mas foi convencido a resistir pelos amigos Eliseu Padilha e Moreira Franco, que não podem perder o foro privilegiado. Aceitou ficar no Planalto e o resultado é altamente negativo. Recebe más notícias todos os dias, já faz tempo que não governa, apenas finge fazê-lo, sua popularidade despenca, é um político em transe, como diria Glauber Rocha, e hoje se tornou refém da quadrilha que ele próprio formou, depois da morte de Ulysses Guimarães. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet

domingo, 2 de julho de 2017

PM deve substituir 11 companhias por bases móveis; confira a lista

Medida não é aprovada por especialistas, que avaliam que fim das cias é para economizar

PUBLICADO EM 02/07/17 - 03h00

JOANA SUAREZ

A substituição das companhias da Polícia Militar (PM) que compõem os batalhões por bases móveis de segurança deverá ocorrer em 11 unidades de Belo Horizonte. Informações extraoficiais recebidas pela reportagem identificaram as companhias que podem ser fechadas, conforme o novo projeto de patrulhamento da PM, plano divulgado em primeira mão no mês passado por O TEMPO.

A lista foi repassada por associações de bairros, que teriam recebido os nomes das cias da própria PM. A reportagem já tinha mostrado que a 9ª e a 21ª do 34º Batalhão estavam entre as que terão as atividades encerradas.

A PM, porém, não confirma as unidades. “O comando de policiamento da capital está tratando com cada comunidade, nem eu tenho acesso a isso, é uma questão estratégica que eles estão definindo, não tenho autorização para passar qualquer informação”, afirmou nesse sábado (1) o major Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da corporação.

A capital tem 24 companhias, além de unidades do Tático Móvel e de Trânsito. O alcance de atuação delas vai além do bairro que dá nome à unidade. A 11ª companhia que poderá ser fechada não foi identificada na lista.

Mudança. Em vez do prédio que serve de apoio para militares, haverá bases de segurança – semelhantes a vans usadas atualmente como bases móveis de patrulhamento. Para especialistas em segurança, a mudança é um retrocesso e acontece apenas para economizar dinheiro.

Confira as Companhias que devem fechar:

1º Batalhão
3ª Cia, no bairro Funcionários
5ª Cia, no Santo Agostinho
5º Batalhão
10ª Cia, no Palmeiras

13º Batalhão  - 16ª Cia, no Planalto

16º Batalhão
20º Cia, no Santa Tereza
22ª Cia, no São Paulo

22º Batalhão - 
124º Cia, no São Pedro
127º Cia, no Mangabeiras

34º Batalhão
9ª Cia, no Padre Eustáquio
21ª Cia, Pedro II

41º Batalhão
11º Cia, Teixeira Dias
124ª Cia, no São Pedro; 127ª Cia, no Mangabeiras, na região Centro-Sul; 
20ª Cia, no Santa Tereza, na região Leste; 10ª Cia, no Palmeiras, na região Oeste; 16ª Cia, no Planalto, na Pampulha; 9ª Cia, no Padre Eustáquio, 21ª Cia, no Caiçara, na região Noroeste; e 11ª Cia Teixeira Dias; no Barreiro.

Comunidade quer debater com a polícia
As comunidades esperam que o comando da polícia abra um diálogo para explicar o projeto que prevê o fechamento de companhias da PM na capital. “O que se questiona é o fim das companhias, não a vinda das bases móveis. Não queremos ser cobaias dessa experiência”, destacou Fernando Santana, do Movimento de Associações de Moradores (MAM).

Vanessa Freitas, moradora do Padre Eustáquio – bairro atendido pela 9ª Cia, está preocupada: “E se essas bases não vingarem? Como será voltar atrás?”. A PM afirma que o plano não tem relação com gastos, e que o objetivo é colocar mais policiais nas ruas.
http://www.otempo.com.br/cidades

Jovem é morto no Bairro Novo Triunfo em Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

02/07/2017 09h46 

Um jovem de 22 anos foi morto a tiros no Bairro Novo Triunfo, em Juiz de Fora, no fim da tarde deste sábado (1º). Segundo a Polícia Militar (PM), a mãe dele ouviu estampidos e viu o filho caído no chão.

Os autores, de acordo com informações repassadas à PM, estavam em um carro que passou pela Rua Maria Carlota Bastos. O rastreamento foi feito, mas ninguém foi preso até o momento.

O médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou a morte e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) pela funerária. A perícia esteve no local.

A consciência persegue o corrupto mesmo que ninguém o condene

Ilustração do Duke (O Tempo)

Leonardo Boff
O Tempo

Há uma voz dentro de nós que nunca conseguimos fazer calar. É a voz da consciência. Ela está acima da ordem estabelecida e das leis vigentes. Há fatos criminosos como roubar o dinheiro destinado à saúde e à educação, praticar verdadeira pilhagem de milhões de reais que eram para a infraestrutura e outros crimes, e pode o criminoso acostumar-se a tais práticas a ponto de criar uma segunda natureza e pensar: “Como a coisa é de todos, portanto não é de ninguém, posso me apropriar dela”. Se ocupa um cargo público, “quem se enriquece nessa posição é esperto, quem não o faz é bobo”. A corrupção, endêmica no Brasil, se rege por tal sofisma.

Mas ninguém pode livrar-se da voz interior, da natureza primeira, que inapelavelmente o acusa e pede punição. Pode fugir como Caim, mas ela continua, como um tímpano, a vibrar dentro dele. O corrupto foge mesmo que a Justiça não o persiga. Quem é esse que vê dentro do coração e para o qual não existem segredos e câmaras secretas? Novamente, a consciência: ela julga, admoesta, corrói por dentro, aplaude e condena.

DEUS EM NÓS – Os homens do espírito de ontem e de hoje testemunham: é Deus dentro de nós. Pouco importa o nome que lhe dermos. Mas tem a ver com uma instância que é mais alta que nós, cuja voz não consegue ser abafada pelo vozerio humano por mais forte que seja. Com acerto escreveu Sêneca: “A consciência é Deus dentro de ti, junto de ti e contigo”.

Abundam exemplos. No ano 310, Maximiliano mandou dizimar uma unidade de soldados cristãos porque se negaram a matar. Escreveram: “Somos teus soldados, imperador, mas antes somos servos de Deus. A ti fizemos o juramento imperial, mas a Deus prometemos não praticar nenhum mal. Preferimos morrer a matar. Preferimos ser mortos como inocentes a viver com a consciência acusando-nos”.

Em 1944, escreveu a seus pais um soldado alemão e cristão: “Fui condenado à morte porque me neguei a fuzilar prisioneiros russos indefesos. Prefiro morrer a levar pela vida afora a consciência carregada com o sangue de inocentes. Foi a senhora, querida mãe, que me ensinou sempre a seguir a consciência. Chegou a hora de viver essa verdade”.

VOZ DA CONSCIÊNCIA – Que força é essa que encheu de coragem os soldados romanos e o soldado alemão para poderem agir assim? É a voz da consciência. Nós não a criamos, por isso não podemos destruí-la. Podemos desobedecê-la. Negá-la. Recalcá-la. Mas fazê-la silenciar, isso não podemos.

A consciência é intocável e suprema. O respeito a ela é tão grande que até a consciência errônea deve ser ouvida e seguida. Por isso, os bispos reunidos no Concílio Vaticano II (1962-1965) deixaram escrito: “A consciência, mesmo quando erra, não perde sua dignidade”.

Está em consciência invencivelmente errônea a pessoa que empenha todos os esforços para buscar sinceramente a verdade, perguntando, estudando, deixando-se aconselhar por outros e questionando a si mesmo e, mesmo assim, erra.

ERRAR E CORRIGIR – Todo homem pode errar com a melhor das boas vontades. Por isso, deve sempre interrogar-se como está escutando ou não a voz interior. Albert Camus, referindo-se à moral da obediência cega, escreveu: “A boa vontade pode causar tanto mal quanto a má, quando não for suficientemente bem-informada”, quer dizer, quando não escutar a voz da consciência, chamando-o para a boa ação.

Escrevemos isso pensando na vergonhosa corrupção que contaminou nossa sociedade, especialmente os donos de empresas e políticos, até o desastrado presidente da República. São moucos face a sua consciência que os incrimina. Posted in L. Boff

Clamor sem Justiça enfeita discursos, mas não vale para todos

Gilmar Mendes, um juiz que é amigo dos réus

Bernardo Mello Franco
Folha

Na sexta-feira, a ministra Cármen Lúcia disse que o Supremo Tribunal Federal não vai ignorar o “clamor por Justiça que hoje se ouve em todos os cantos do país”. No mesmo dia, a corte concedeu benefícios a dois políticos sob suspeita de corrupção. Permitiu que Aécio Neves volte ao Senado e libertou Rodrigo Rocha Loures, o deputado da mala.

Além do passe livre, Aécio ganhou elogios. Ao devolver o mandato e o passaporte do tucano, o ministro Marco Aurélio Mello anotou que ele tem “fortes elos com o Brasil”. “É brasileiro nato, chefe de família, com carreira política elogiável”, escreveu.

GRAVAÇÃO – Em março, o senador foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista. O empresário descreveu a transação como um repasse de propina. Na versão de Aécio, tratou-se apenas de um empréstimo sem registro oficial.

Em outra decisão individual, o ministro Edson Fachin soltou Rocha Loures. A defesa alegou que ele estaria trancado em “condições insalubres”. O ministro se sensibilizou e mandou o peemedebista para casa. Ele é um feliz morador do Lago Sul, bairro mais valorizado de Brasília.

O Planalto comemorou a libertação do deputado da mala. Filmado recebendo R$ 500 mil, Loures se sentia pressionado a dizer quem era o verdadeiro destinatário do dinheiro. Solto, ele fica mais distante de fechar um acordo de delação premiada.

NA CASA DE GILMAR – Nesta semana, Michel Temer se tornou o primeiro presidente a ser formalmente acusado de corrupção no exercício do cargo. Na noite seguinte, ele jantou na casa de Gilmar Mendes, o ministro do Supremo que o salvou no TSE. Sentaram-se à mesa Eliseu Padilha e Moreira Franco, também investigados na Lava Jato.

Na sexta-feira, Celso Jacob foi o único a marcar presença na Câmara. Condenado a sete anos, o peemedebista passa o dia no Congresso e a noite na Papuda, onde cumpre a pena no regime semiaberto. O deputado presidiário é um símbolo do Brasil em 2017, onde o “clamor por Justiça” enfeita discursos, mas não vale para todos.Posted in Tribuna da Internet

sábado, 1 de julho de 2017

Tupi 3 x 1 Volta Redonda - Série C do Campeonato Brasileiro

01/07/2017

Neste sábado (1) com a partida iniciada às 21h00, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, a equipe do Carijó, de virada, derrotou o time do Volta Redonda.

Noite fria, com alguns torcedores do Tupi considerados "Guerreiros" por suportarem o frio e uma apresentação fraca do time no primeiro tempo.

O gramado dava mostras de falta de cuidado, o que prejudicava o toque de bola das equipes.

O Volta Redonda abriu o placar aos 28 minutos com Higor Leite e aos 44' Leandro Brasília empatou a partida.

O Tupi voltou para o segundo tempo com mais determinação e virou o jogo aos 26', de pênalti,  convertido por Andrey.
 
Nos minutos finais o goleiro do Volta Redonda abandonou a meta e se arriscou como atacante, quando aos 47' o Tupi aproveitou uma roubada de bola e Leandro Brasília marcou o terceiro gol.

O Tupi alcança os 12 pontos e dorme no G4.

No sábado (8), às 16h00, a equipe Carijó enfrentará o Bragantino no Estádio Nabi Abi Chedid.

Inscrições abertas para capacitação direcionada a 3,4 mil conselheiros da saúde

«Julho 2017»

O Governo de Minas Gerais, por meio da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), está com inscrições abertas para o "Curso de qualificação de Conselheiras e Conselheiros Municipais de Saúde". Montada em parceria com o Conselho Estadual de Saúde (CES-MG), a qualificação vai capacitar 3,4 mil pessoas que desempenham a função em Minas Gerais.

A capacitação tem o objetivo de contribuir para a formação de conselheiros e buscar melhorias para a estrutura do Conselho Municipal de Saúde, um desafio enfrentado nos colegiados que regem a Política de Saúde nos 853 municípios mineiros.

​O curso será realizado em 18 cidades-sede: Alfenas, Barbacena, Belo Horizonte, Coronel Fabriciano, Diamantina, Divinópolis, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Passos, Patos de Minas, Ponte Nova, Pouso Alegre, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Varginha). Terá material didático próprio, elaborado conjuntamente pela ESP-MG e o CES-MG.

Os conselheiros interessados em participar da capacitação deverão ser inscritos via Conselho Municipal de origem. Serão destinadas quatro vagas para cada CMS, respeitando a paridade de gênero.


Agência Minas Gerais

Tiroteio deixa feridos em boate no Arkansas, nos EUA


Por Reuters

01/07/2017 11h39 
Tiroteio em uma boate de Little Rock, no Arkansas, deixou feridos na madrugada de sábado (1º) (Foto: Andrew DeMillo/AP)

Pelo menos 17 pessoas foram baleadas após um tiroteio em um concerto em Little Rock, no estado norte-americano de Arkansas, na madrugada deste sábado (1º), disse a polícia nas mídias sociais.

O tiroteio ocorreu em um local chamado Power Ultra Lounge. Não há informações sobre presos.

"Não acreditamos que esse incidente tenha sido de um atirador ativo ou um incidente relacionado ao terrorismo", disse a polícia. "Parece ter havido uma disputa no concerto."

Ninguém morreu, acrescentou a polícia.

Um porta-voz da polícia não retornou imediatamente as ligações e emails para comentar o ocorrido.

Outras pessoas foram pisoteadas durante o tumulto para sair, de acordo com o jornal "Arkansas Democrat-Gazette", citando a polícia.

O tiroteio começou por volta das 2h30 do horário local no sábado, de acordo com a mídia local, cerca de meia hora após o fechamento d​a boate.
(Foto: Arte/G1)

Flanelinhas são detidos em operação no Alto dos Passos em Juiz de Fora

Por G1 Zona da Mata

01/07/2017 09h22 

A Polícia Militar (PM) realizou na noite desta sexta-feira (30) uma operação contra a ação de flanelinhas no Bairro Alto dos Passos, em Juiz de Fora.

De acordo com a polícia, 13 pessoas, com idades entre 16 e 47 anos, foram detidas na Rua Morais e Castro por estarem praticando a atividade ilegal.

Segundo a PM, os suspeitos abordavam os motoristas, cobrando por estacionamento, prática considerada crime de extorsão. Além disso, vítimas relataram que sofriam ameaças de terem seus veículos danificados caso se recusassem a pagar o valor exigido pelos flanelinhas.

Joesley revela como informou Lula e Dilma sobre as propinas de R$ 300 milhões

Joesley informou pessoalmente Dilma e Lula

Thiago Bronzatto e Hugo Marques
Veja

No auge das eleições em 2014, Joesley Batista, dono da JBS, maior processadora de carne do mundo, entrou no Palácio do Planalto, em Brasília, e se dirigiu ao 3º andar. Ali se encontrou com a então presidente Dilma Rousseff. Sentado numa ampla mesa redonda, o empresário disse: “Presidenta, eu vou falar um negócio aqui para a senhora. A senhora não precisa me confirmar nada. Mas só para te falar o que o Guido (Mantega, então ministro da Fazenda) me fala para a gente estar na mesma página. Tinha uma conta tal, que tinha 70 milhões (de dólares), outra 80 (milhões de dólares). Diz ele uma ser sua e uma ser do Lula. Veio as eleições, a gente já fez 300 e tantos milhões. Em tese, está acabando o dinheiro”.

Joesley se referia a um acordo que fora feito com Mantega para criar uma conta-propina no exterior no valor de 150 milhões de dólares em troca dos investimentos bilionários feitos pelo BNDES e pelos fundos de pensão na JBS. Esses recursos ficavam sob administração da companhia lá fora – e eram liberados para candidatos do PT durante as eleições daquele ano.

SALDO NO FIM – Naquele momento, Joesley estava preocupado, porque o saldo da conta secreta estava chegando ao fim. O empresário alertou Dilma de que o seu tesoureiro, Edinho Silva, queria mais 30 milhões de reais para a campanha do ex-ministro Fernando Pimentel ao governo de Minas Gerais.

“Fazendo esses 30 milhões, aí acabou mesmo o dinheiro, aí não tem mais nada. Queria que a senhora ficasse ciente disso. É para fazer mesmo 30 milhões?”, perguntou Joesley a Dilma. “Ela (Dilma) falou: ‘Tem que fazer mesmo, os 30 milhões’”, conta o empresário, reproduzindo o diálogo no depoimento prestado ao Ministério Público Federal em Brasília no último dia 12.

NO INSTITUTO LULA – Joesley conta que após o encontro com Dilma foi também ao Instituto Lula, em São Paulo. “Tive uma vez com o Lula (para falar) sobre esse assunto (…) Já tinha passado as doações de 300 e tantos milhões (…) Em 2014. Devia ser no segundo turno (…) Estive lá no Instituto Lula, mais ou menos com o mesmo propósito de ter ido na Dilma, um pouquinho diferente, porque a Dilma ainda estava me pedindo para mandar 30 milhões”, afirmou o empresário.

”O Lula não estava me pedindo dinheiro nem nada. Mas eu fui lá porque eu estava preocupado com essa história da conta dele, de estar gastando dinheiro dele, supostamente, se fosse dele mesmo. Aí eu fui lá e só contei a história para ele. Eu disse: ‘Presidente, eu vim aqui, tal, porque eu estou muito preocupado, a gente vai ser o maior doador de campanha disparado. Eu tenho atendido aí o partido, o Guido, todo mundo, tal, tem pedido, mas, enfim, já está em 300 e tantos milhões. O senhor está consciente aí da exposição que vai dar isso, do risco de exposição e tal?’ Enfim, ele se encostou para trás, olhou bem para mim, ficou calado, não falou nada”, disse Joesley (ouça abaixo).

NÃO PODERIA COBRAR – O empresário disse que ainda insistiu em alertar o presidente Lula: “Eu dei meu dever cumprido. Eu falei: ‘Olha, estou vindo aqui te falar isso só para o senhor precisa saber disso’. Porque eu, naquele momento ali, eu entendi que, ele sabendo que tinha sido mais de 300 milhões, amanhã ele não poderia vir me cobrar… Se aquele dinheiro fosse dele”.

Essas duas histórias fazem parte do acordo de delação premiada feito por Joesley com o Ministério Público Federal e foram narradas com mais detalhes pelo empresário numa investigação que vai rastrear os 150 milhões de dólares que a JBS destinou aos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

6% DE PROPINA – Em seu depoimento, Joesley confirmou que pagava 6% de propina sobre o valor de todos os recursos do BNDES e dos fundos de pensão aportados em empresas do grupo J&F, dono da JBS. Ao todo, o conglomerado recebeu mais de 9 bilhões de reais dos cofres públicos. O pixuleco, segundo o empresário, era distribuído da seguinte forma: o ex-ministro Guido Mantega reservava 4% para as contas de Lula e Dilma, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto ficava com 1% e os presidentes dos fundos de pensão abocanhavam 1%.

Joesley contou ao Ministério Público que se aproximou de Mantega por meio de um amigo em comum, o empresário Victor Sandri, em meados de 2005. Algumas das propinas pagas para Mantega foram entregues inicialmente ao empresário Sandri. Joesley começou a pegar seus empréstimos bilionários no BNDES quando Mantega assumiu a presidência da instituição.

CONTRAPARTIDAS – No depoimento, o procurador Ivan Cláudio Marx perguntou se havia contrapartidas nessas operações. Joesley foi bem claro: “Todos esses casos (empréstimos) teve”, disse o empresário. O dono da JBS, no entanto, só passaria a negociar a propina diretamente com Mantega em 2009, quando o economista comandava o Ministério da Fazenda.

Joesley conta que perguntou como seriam feitos os pagamentos: “Vamos fazer assim: o dinheiro fica contigo”, pediu Mantega, conforme narrou o empresário. “Eu ficava lá como fiel depositário”, ironizou Joesley.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O empresário dispõe de extratos das contas na Suíça onde estavam depositados os 150 milhões de dólares, com as entradas e saídas, que estão sendo investigadas pela Polícia Federal, para verificar coincidência de datas nos depósitos e nas retiradas, em relação aos repasses do BNDES e dos fundos de pensão. Além disso, tem de haver registro do pagamento das propinas e das doações ilegais, porque não é nada fácil transformar 150 milhões de dólares em reais. (C.N.)Posted in Tribuna da Internet