segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

MEC divulga hoje resultado da primeira chamada do ProUni


06/02/2017 05h49
Brasília
Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) divulga hoje (6) o resultado da primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os candidatos pré-selecionados têm até o próximo dia 13 para apresentar à instituição de ensino os documentos que comprovem as informações prestadas na ficha de inscrição.

A perda do prazo ou a não comprovação das informações implicará, automaticamente, a reprovação do candidato. Os resultados estarão disponíveis na página do Prouni, na Central de Atendimento, pelo telefone 0800-616161, e nas instituições de ensino participantes do programa.

O resultado da segunda chamada será divulgado no dia 20 de fevereiro. Aqueles que não forem selecionados ainda terão a chance de participar da lista de espera nos dias 7 e 8 de março.

O ProUni concede bolsas de estudo integrais e parciais em cursos de graduação em instituições privadas de educação superior de todo o país. A seleção dos candidatos, é feita com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Bolsas
Neste processo seletivo, são oferecidas 214.110 bolsas de estudo, número que representa crescimento de 5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram ofertadas 203.602 bolsas.

Do total de bolsas ofertadas, 103.719 são integrais e 110.391 parciais — o governo federal cobre 50% da mensalidade. Para acesso ao processo seletivo, na página eletrônica do programa, o candidato deve informar o número de inscrição e a senha usados no Enem. É possível escolher até duas opções de curso, por ordem de preferência.

As inscrições terminaram na última sexta-feira (3). Até as 14h do último dia de inscrição, segundo o MEC, o ProUni registrou 1.380.026 inscritos e 2.666.825 inscrições - uma vez que os candidatos podem fazer até duas opções de curso.

Podem concorrer às bolsas os estudantes que fizeram o Enem, não zeraram a redação e alcançaram o mínimo de 450 pontos nas provas. Em 2016, 6,1 milhões de estudantes fizeram o exame. Os candidatos também não podem ter diploma de curso superior

Além disso, devem ter cursado o ensino médio em escola pública ou, na condição de bolsista integral, na rede particular e comprovar renda familiar de até um salário mínimo e meio para a bolsa integral e de até três salários mínimos para a parcial. Também podem participar pessoas com deficiência e professores da rede pública que integrem o quadro permanente da instituição de ensino.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Uaitec abre 34 mil vagas para cursos de TI e idiomas no interior de Minas Gerais

«Fevereiro 2017»

A Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais (Uaitec) lança a segunda turma para cursos de idiomas e tecnologia da informação. As aulas serão ofertadas em todas as 100 unidades distribuídas em todos os territórios mineiros. Os interessados têm até o dia 10 de fevereiro de 2017 (sexta-feira) para se matricularem.

As vagas para o polo de Belo Horizonte já estão completamente preenchidas. Existem ainda oportunidades para Região Metropolitana e cidades do interior. Os alunos poderão optar por Desenhista de Produtos Gráficos, Analista de Mídias Sociais, Desenvolvedor de Jogos Eletrônicos, Programador de Dispositivos Móveis, Programador Web e Programador de Sistemas, além do inglês e espanhol. 

A capacitação, totalmente gratuita, é oferecida para qualquer pessoa que já tenha concluído o 9º ano do ensino fundamental. Os interessados podem conferir outras informações no portal www.uaitec.mg.gov.br.

MGS abre Processo Seletivo Público Simplificado com salários de até R$ 2.269,31

«Fevereiro 2017»

A MGS – Minas Gerais Administração e Serviços S.A. -, empresa pública estadual, abriu o Processo Seletivo Público Simplificado - PSPS 01/2017 para preenchimento de 26 vagas e formação de cadastro de reserva para diversas localidades do estado, incluindo a capital mineira.

A empresa contrata pelo regime celetista e oferece, como benefícios, seguro de vida em grupo, vale alimentação e vale transporte. O valor da inscrição para as vagas de ensino fundamental Incompleto/completo é de R$ 34,00 e para ensino médio/técnico é de R$ 44,00. O texto integral do edital e seus anexos deste PSPS poderão ser retirados pelo candidato, por download do arquivo, nos endereços eletrônicos www.mgs.srv.br e www.ibfc.org.br.

As inscrições para o Processo Seletivo Público Simplificado serão realizadas pela internet, no endereço eletrônico do IBFC www.ibfc.org.br, e podem ser feitas até às 23h59 do dia 19/2/2017 (domingo), sendo o dia 20/2/2017 o último dia para o pagamento do boleto bancário, observado o horário de Brasília-DF.

O candidato poderá requerer isenção do pagamento do valor de inscrição exclusivamente no período da 0h do dia 27/1/2017 até às 23h59 do dia 29/1/2017, sempre observado o horário de Brasília-DF. Para requerer a isenção do pagamento do valor de inscrição o candidato deverá estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal – CadÚnico.

Inscrições:
Serviço:
Período de inscrições: 27/1/2017 a 19/2/2017, no site: www.ibfc.org.br
Executora: IBFC – www.ibfc.org.br/ SAC (11) 4788-1430.
Valores da inscrição: Ensino Fundamental Incompleto/Completo: R$ 34,00
Ensino Médio/Técnico: R$ 44,00.
Agência Minas

A COLUNA DE FERNANDO GABEIRA - DURA LEX

5 fevereiro 2017

DURA LEX

Em toda essa história da prisão de Eike Batista, um aspecto pareceu bastante curioso. A naturalidade com que as pessoas encaram as prisões especiais para quem tem diploma de curso superior. Se a pessoa tem diploma, é destinado a algo mais civilizado. Caso contrário, vai para a prisão comum, com todas as suas misérias e a sua severidade. Já passei por várias cadeias do Rio, inclusive Água Santa, num outro contexto, o do governo militar, e essas distinções não tinham, pelo menos no nosso caso, a mínima importância.

Se tivessem, estaria perdido de todo jeito, pois não tenho diploma de curso superior, assim como milhões de brasileiros. Nesse caso, não somos também cidadãos de segunda classe? A maioria das pessoas de bem não pensa nisso porque não considera, com razão, a hipótese de ir para a cadeia. Por que então levantar essa tema? A cadeia especial para quem tem diploma é prima pobre de um dispositivo muito mais nefasto: o foro especial no Supremo para as pessoas que têm mandato político.

Mais uma vez, quem não tem mandato parlamentar ou cargo no governo pode se sentir um cidadão de segunda classe. Além de ser julgado pela Justiça de primeira instância, ele é destinado às cadeias com um nível inferior de conforto e higiene. Não tenho ânimo de levantar questões morais num domingo, sobretudo neste mundo onde tantas barbaridades são vistas como naturais. O problema é que o foro privilegiado, independentemente de o aceitarmos ou não, pode ser um insuperável obstáculo para os rumos da operação Lava-Jato.

Com a delação da Odebrecht, pelo menos 200 políticos serão implicados. Será preciso montar um esquema ampliado de investigação. Mas o que fazer com tantos projetos que chegam ao Supremo com ministros asfixiados pelo grande número de processos que já existem por lá?

Será simplesmente impossível um desfecho razoável para todos esses casos antes das eleições de 2018. A Lava-Jato corre o risco de prender empresários, recuperar o dinheiro, mas não conseguir atingir com força o braço político do esquema. Não há saída. O foro privilegiado, que expressa a tolerância dos brasileiros com um tratamento diferenciado e antidemocrático, passaria a ser o grande entrave objetivo para a renovação política.

Em síntese, não se trata mais de discutir se o tratamento diferenciado às pessoas deve ou não prosseguir num país que considera natural essas distinções aristocráticas. O foro privilegiado não se tornou apenas iníquo: é burro porque pode inviabilizar uma operação como a Lava-Jato, que é tão importante para o Brasil e ganhou um respeito internacional. O que fizemos de melhor, na presunção de que a lei vale para todos, será combatido por nossas crenças que consideram natural que ela seja aplicada de forma diferente, entre diplomados e não diplomados, titulares de mandatos ou pessoas comuns. No caso das cadeias brasileiras, a transição para a democracia penal ainda será lenta. Independentemente de terem ou não diplomas, milionários não podem ser misturados a bandidos pobres pois correm o risco de sofrer 50 sequestros por dia.

Lembro-me que na Papuda, em Brasília, havia essa preocupação específica, separando presos famosos ou ricos para que conseguissem sobreviver. Outro aspecto que parece natural aqui no Rio é raspar a cabeça dos presos, ainda que detidos em prisão preventiva. Prefiro o método da Lava-Jato em Curitiba que prende, mas permite que a pessoa mantenha sua identidade, na qual o cabelo tem um importante papel. Compreendo as reações iradas que uma posição dessas desperta. Por que se preocupar com presos que jogaram o Rio nesse buraco? Não se trata apenas deles, mas de uma filosofia, de um norte na relação entre o estado e o prisioneiro. Para mim, o problema central sempre foi o de desmontar essa gigantesco processo de corrupção, julgar e prender todos os envolvidos.

A supressão da liberdade é uma punição exemplar, desde que consigamos que as pessoas respeitem as leis dentro das cadeias. Sérgio Cabral, sua mulher, Eike Batista são presos singulares, que nadaram em dinheiro, enquanto o estado quebrava, que sentavam seus bumbuns em privadas polonesas aquecidas, enquanto a população viaja de pé e espremida nos ônibus. Eles têm um pouco de Maria Antonieta pelo desprezo aos pobres e seus martírios. Pedir à multidão que os poupe é totalmente fora de propósito, no momento. Sérgio Cabral foi o adversário mais arrogante que enfrentei em minha vida política, era um predador irresponsável, sabendo que nadava em dinheiro e que o Rio apoiava sua megalomania.

Não desejo para ele nem para os presos da Lava-Jato nenhum tipo de humilhação. Basta o cumprimento da lei. Em vez de nos alegrarmos com sua desgraça, o melhor seria canalizar a energia para as vantagens de um Brasil que conseguiu prender todos os ricos ladrões e precisa completar as aspirações da máxima que dominou o período: a lei vale, igualmente, para todos.

http://www.luizberto.com/coluna/a-coluna-de-fernando-gabeira

Asteroide de grandes dimensões passa perto da Terra neste domingo

05/02/2017 09h38
Brasília
Da Agência Brasil

Asteroide passa perto da Terra - Divulgação/Nasa

O Observatório Nacional informou que um asteroide de grandes dimensões passa perto da Terra neste domingo (5), mas que não há risco de colisão. O objeto, identificado como 2013FK, tem 94 metros de diâmetro e passará a uma distância, segura, de 2,7 milhões de quilômetros do planeta.

De acordo com o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o monitoramento espacial é feito pelo Observatório Nacional por meio do projeto Impacton (Iniciativa de Mapeamento e Pesquisa de Asteroides nas Cercanias da Terra). No Brasil, ele é feito por um telescópio, com espelho de 1,5 metro, instalado no interior do estado de Pernambuco.

No Observatório do Sertão de Itaparica, em Itacuruba (PE), são estudadas as propriedades físicas desses objetos. Além do 2013FK, o monitoramento identificou que, em outubro, outro asteroide, de 19 metros, passará a 38.400 quilômetros da Terra, o que representa um décimo da distância entre a Terra e a Lua. Também não existe chance de colisão.

Com o equipamento, os pesquisadores conseguem estudar as propriedades físicas dos asteroides. “A depender do seu brilho, tamanho e distância, um objeto pode ser visto da Terra até mesmo com o uso de binóculos”, diz nota do ministério.

Em 23 de setembro, o objeto 2006SR131, com 11 metros, se deslocará perto da Terra, a uma distância aproximada de 153 mil quilômetros. Até o momento, são os dois únicos identificados que estarão numa distância inferior entre a Terra e a Lua, que é de aproximadamente 384 mil quilômetros.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Telescópio russo de alta tecnologia começa a operar este mês em Minas Gerais

05/02/2017 09h52
Belo Horizonte
Leo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil
O Observatório do Pico dos Dias receberá telescópio russo
Divulgação/Brasil.gov

O telescópio russo que está sendo montado no Observatório do Pico dos Dias, em Brazópolis (MG), começará a operar no fim deste mês. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), o processo de montagem, que começou em novembro do ano passado, está na reta final.

O telescópio será voltado para o monitoramento de lixo espacial e para diagnosticar possíveis colisões com a Terra. A sua instalação é resultado de um acordo assinado em abril do ano passado com a Agência Espacial Russa, que se comprometeu com um investimento estimado em R$10 milhões. Em contrapartida, o Brasil ofereceria estrutura para operação do equipamento, além de arcar com os custos de energia e internet, entre outros.

A parceria faz parte da segunda etapa de uma pesquisa desenvolvida pela Rússia, que já tem em seu território um telescópio voltado para o mapeamento de lixo espacial. Os russo buscavam um parceiro do Hemisfério Sul e encontraram condições favoráveis no Observatório do Pico dos Dias, que é gerenciado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica, vinculado ao MCTI.

A posição geográfica é um dos fatores que contribuiu para a escolha do local. Os telescópios no Brasil e na Rússia estarão em uma posição que possibilitará a captura de imagens complementares. Além disso, a região tem um céu que favorece a observação.

O Observatório do Pico dos Dias está situado a cerca de 1,8 mil metros de altitude. Ele já tem mais quatro telescópios. O equipamento russo será o mais avançado em funcionamento no Brasil. Com 75 cm de abertura, ele terá campo de visão mais abrangente e será capaz de mapear área maior que qualquer outro instalado em solo nacional.

Benefícios
Um dos benefícios da parceria para o Brasil é permitir que ele possa se preparar melhor para o lançamento de satélites, uma vez que terá dados mais detalhados dos percursos do lixo espacial. Há inúmeras peças grandes viajando na órbita da Terra e suas trajetórias precisam ser observadas para prevenir um impacto que pode ser destruidor. Atualmente, para colocar em órbita um novo equipamento, o Brasil precisa seguir recomendações da Nasa, a agência espacial norte-americana. No entanto, a agência não fornece informações detalhadas. Com o novo telescópio, haverá mais elementos para escolher a melhor órbita.

As imagens geradas pelo equipamento também vão contribuir com a pesquisa brasileira, favorecendo estudos sobre asteroides, cometas e estrelas. Todos os dados e fotos ficarão disponíveis para a comunidade científica. Os interessados precisarão fazer uma requisição ao Laboratório Nacional de Astrofísica.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

USP terá o primeiro centro de pesquisas em canabidiol do Brasil

04/02/2017 14h56
São Paulo
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil

A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) na cidade de Ribeirão Preto terá o primeiro centro do Brasil de pesquisas em canabidiol, uma substância derivada da maconha. O centro vai funcionar numa ampliação do prédio de saúde mental da universidade e deve estar pronto no segundo semestre deste ano.


Pesquisas buscarão comprovar eficácia e segurança do uso do canabidiol - Divulgação/Anvisa

Há décadas, os cientistas vêm obtendo bons resultados no uso do canabidiol para tratar pacientes com esquizofrenia, doença de Parkinson e epilepsia. Em estudos clínicos, o canabidiol se mostrou eficaz na redução de sintomas psicóticos em pacientes com doenças mentais.

Antonio Waldo Zuardi, professor USP e coordenador do novo centro, conta que começou a estudar a substância em 1976, durante o doutorado que fez na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em 1982, Zuardi passou a realizar as pesquisas na USP.

O estudo na USP vai analisar a resposta do canabidiol em mais de 120 crianças e adolescentes que sofrem com epilepsia refratária, ou seja, quando medicamentos tradicionais não fazem efeitos. Nessa pesquisa, o novo centro terá uma ala destinada à pesquisa básica de laboratórios e outra voltada à pesquisa clínica com os pacientes e voluntários.

Antes proibido, o canabidiol recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março do ano passado. Foi permitida a prescrição médica e a importação, por pessoa física, de medicamentos e produtos com canabidiol e tetrahidrocannabinol (THC) em sua formulação para uso próprio e tratamento de saúde.

O canabidiol, no entanto, ainda não está registrado no país, pois não teve a sua segurança e eficácia comprovadas pela vigilância sanitária brasileira. Para isso, os pesquisadores da USP vão usar o centro para testar a substância e, futuramente, disponibilizá-la para a população.

Edição: Lidia Neves
Agência Brasil

Jovens e adolescente grávida são baleados em Juiz de Fora

05/02/2017 12h00 - Atualizado em 05/02/2017 12h00

Do G1 Zona da Mata

Dois jovens de 19 e 21 anos e uma adolescente de 17, grávida de nove meses, foram baleadas do lado de fora de uma boate no Bairro São Dimas, na madrugada deste domingo (5), em Juiz de Fora. Elas estavam no estabelecimento em um baile funk e, no fim do evento, por volta das 4h, houve vários tiros. A suspeita é de que a motivação tenha sido rixa entre bairros.

Quando os militares chegaram ao local ouviram os disparos e houve correria. O suspeito da tentativa de homicídio, de 19 anos, foi preso a poucos metros do local do crime. Ele tem mais de dez passagens, entre elas, por tráfico de drogas, ameaça, lesão corporal e homicídio. Com ele foi apreendido um revólver calibre 32.

O alvo era o jovem de 21 anos, que foi encontrado caído no chão. Ele foi levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital de Pronto Socorro (HPS). A vítima também tem mais de dez passagens por tráfico de drogas homicídio, lesão corporal e ameaça.

O jovem de 19 anos e a adolescente grávida também foram levados para o HPS.

Velório de Marisa virou comício, e seu corpo, palanque

Por Reinaldo Azevedo
access_time5 fev 2017, 07h54 - Atualizado em 5 fev 2017, 09h41chat_bubble_outlinemore_horiz
Lula discursa em velório. Na foto, a esquerda ideológica (Rui Falcão, de vermelho), os sindicalistas e a igreja de esquerda, representada por Dom Angélico Bernardino (de cabelo branco, à direita do ex-presidente)

Todos sabem a dureza com que tratei, aqui e em toda parte, aqueles que resolveram fazer troça do estado de saúde de Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula. Ou a contundência com que desqualifiquei os teóricos da conspiração, segundo os quais uma grande armação estaria em curso, com a participação até de médicos, para transformar a ex-primeira-dama em vítima, o que seria positivo para Lula. A Internet traz, como se sabe, o lixo nosso — ou melhor: “deles” — de cada dia. E também antevi o óbvio: o PT iria, sim, fazer uso político da morte de Marisa. Infelizmente, já começou. E a personagem principal da indignidade é ninguém menos do que… Lula! É um espetáculo bastante constrangedor, mas está longe de ser inédito.

O discurso do marido de Marisa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde se realizou o velório, está em toda parte. Ou melhor: a fala do líder máximo do PT em desagravo e homenagem à “companheira” circula por aí. Mesmo quando evocou cenas domésticas, do cotidiano familiar, quem falava era o homem que, se a lei permitir, quer disputar de novo a Presidência da República em 2018. O velório de Marisa virou um comício, e seu corpo, um palanque.

Sim, é verdade! Tanto eu como os petistas não inovamos em 2017. Repetimos a postura que adotamos em 2009 e 2011, quando Dilma e Lula, respectivamente, tiveram câncer. Como assim?

Repudiei, então, as manifestações de grosseria nas redes sociais e cobrei que se conservasse o respeito humano de que ambos eram e são merecedores. Mas cumpre lembrar: foi a dupla a fazer um uso asqueroso da própria doença. A então “candidata Dilma” se tornou aquela que vencia até o inimigo invencível. Lula, em tempos de Lava Jato, trombeteou sobre si mesmo: nem o câncer o derruba…

Em 2002
Bem, meus caros: ao dar uma tradução política à morte da Marisa, Lula não inova: na campanha eleitoral de 2002, contou a história da primeira mulher, que morreu logo depois do parto. E ele o fez para as câmeras de Duda Mendonça, o marqueteiro. E chorou muito. Queria votos.

Não estou aqui a sugerir que a tristeza de Lula é falsa, arranjada, mera politicagem. Nada disso! Considero que a dor é verdadeira. Mas é perfeitamente possível fazer as duas coisas: sofrer e aproveitar a tragédia pessoal para… fazer política.

É claro que todos esperávamos que o marido exaltasse as virtudes cívicas da mulher e asseverasse a sua inocência. Afinal, ela era ré em duas ações penais. Segundo Lula, era “morreu triste”. Bem, meus caros, até aí, vá lá, nada de surpreendente ou censurável. Ocorre que ele foi muito além disso. Disse, por exemplo:

“Ela está com uma estrelinha do PT no seu vestido, e eu tenho orgulho dessa mulher. Muitas vezes essa molecada [os sindicalistas] dormia no chão da praça da matriz [de São Bernardo do Campo] e a Marisa e outras companheiras vendendo bandeira, vendendo camiseta para a gente construir um partido que a direita quer destruir”.

Pronto! A Marisa morta se transformava ali num símbolo. E o ex-presidente não hesitou em usar o cadáver como arma: “Na verdade, Marisa morreu triste. Porque a canalhice que fizeram com ela… E a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela… Eu vou dedicar… Eu tenho 71 anos, não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito porque eu quero provar que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”.

A fala do bispo
O discurso de Lula foi o “grande momento” de um ato religioso oficiado por dom Angélico Bernardino, bispo emérito de Blumenau (SC) e conhecido padre de passeata. Aliás, antes mesmo que Lula enveredasse para a política, foi o homem de batina quem disparou: “A Marisa Letícia foi uma guerreira na luta a favor da classe trabalhadora. Atentem para as reformas trabalhistas que sejam contra os trabalhadores; a reforma da Previdência, contra pobres e assalariados. É preciso que estejamos atentos”.

Não se contentou. Para ele, a crise econômica “é falsamente atribuída à administração dos dois últimos governos”. Por “dois últimos”, entenda-se, está se referindo às gestões Lula e Dilma. Para o bispo, o responsável deve ser, sei lá, FHC!

Vamos ver o que vem por aí. Pudor, já deu para perceber, não haverá. Nem medida.

E noto algo curioso: reuniam-se, em perfeita comunhão, os esquerdistas ideológicos, os sindicalistas e a Igreja Católica dos vermelhos. A exemplo do que se via nos primeiros anos de existência do PT.

Lula fazia uma aparente exumação do passado para usar Marisa como instrumento de lutas futuras.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/velorio-de-marisa-virou-comicio-e-seu-corpo-palanque/

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Solidão, banhos de sol e salário de R$ 45 na rotina dos presos da Lava Jato

Dirceu ganha R$ 45 mensais entregando livros nas celas

Deu no Correio Braziliense
(France Presse)

Os outrora todo-poderosos da política brasileira e agora presos da Operação Lava Jato oferecem um retrato da desolação que acarreta a perda do poder e da liberdade. Reclusos no Complexo Médico Penal de Curitiba, ex-ministros, ex-deputados, empresários e ex-diretores da Petrobras passam seu tempo em uma cela de 12 metros quadrados, compartilhadas por três pessoas.

Obrigados a longos períodos de silêncio e sem direito a visitas íntimas, as duas horas diárias de banho de sol e uma televisão de 20 polegadas suavizam a dura realidade presente de homens todo-poderosos como José Dirceu, ex-chefe de gabinete de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), ou Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara de Deputados e cérebro do impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.

Ter diploma de curso superior os protege de ter de partilhar sua estada com marginais comuns, uma vantagem com que não contará o empresário Eike Batista, que já se encontra preso, com a cabeça raspada, no complexo penitenciário carioca de Bangu.

ANTES E DEPOIS – O presente dessa elite que montou um esquema monstruoso de subornos e fraudes para financiar campanhas, se perpetuar no poder e enriquecer pessoalmente contrasta com as facilidades e o luxo de que gozavam antes de serem presos.

“Todos levam um tempo para se adaptar e podem sofrer de depressão. Se pedem tratamento psicológico, fornecemos para que tomem consciência do momento que vivem: estão presos e já não importa a condição social que tinham lá fora”, explicou o chefe do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Luiz Moura. “São internos e são tratados como tais”, acrescentou, dizendo que os trabalhos remunerados, quando disponíveis, fazem parte do processo de reabilitação.

SALÁRIO DE R$ 45 – Dirceu, que provavelmente seria o sucessor de Lula, chegou ao Complexo Médico Penal de Curitiba depois de condenado por receber ilegalmente US$ 3,12 milhões. Dono de uma biografia cinematográfica, que inclui um exílio em Cuba, onde recebeu treinamento militar, é um dos oito presos da “Lava-Jato”. Está pagando 20 anos e 10 meses na galeria 6, de “recursos especiais” com diploma, onde entrega livros para outros presidiários em troca de 45 reais por mês, sem contar os 25% descontados pelo Estado para reinvestir no sistema.

“Não é um trabalho de bibliotecário porque ele não tem habilitação para isso. É apenas um distribuidor de livros, ele os entrega nas celas, os traz de volta, os ordena nas estantes e faz a limpeza e conservação. Depois faz um relatório para os professores”, explica Moura.

Os presos podem, além disso, reduzir quatro dias de condenação por livro lido – um por mês, no máximo – graças a um programa que exige que façam um teste ante os professores do presídio. Se a avaliação for negativa, o perdão não é computado.

POUCAS OPÇÕES – Já Eduardo Cunha – que ganhou o apelido de “Frank Underwood” brasileiro, o personagem manipulador da série “House of Cards”, ainda não tem emprego por estar em prisão preventiva. “Há um número reduzido de trabalhos e priorizo os que já estão condenados. Enquanto os outros vão trabalhar, e ele não tem nada o que fazer, fica lendo seu processo”, conta Moura.

Os ex-deputados André Vargas (do PT, condenado a 14 anos e quatro meses) e João Argolo (do Solidariedade, 11 anos e 11 meses), assim como o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto (mais de 30 anos) se ocupam de limpar o pavilhão que os presos da “Lava-Jato” compartilham com ex-policiais e outros profissionais.

MARCELO ODEBRECHT – Já foram 22, além dos que estão alojados na Polícia Federal, e atualmente são oito, entre eles o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e Marcelo Odebrecht.

Antes de confessar seus ilícitos em troca da redução de seus 19 anos e quatro meses de prisão, o dono da construtora que leva seu nome passou por esse complexo.

“Era extremadamente disciplinado. Estabeleceu uma rotina de exercícios e a cumpria.