segunda-feira, 7 de novembro de 2016

PF combate fraudes ao ENEM/2016

06/11/2016
Montes Claros/MG - A Polícia Federal, com o auxílio do Ministério Público Federal e do INEP, deflagrou na tarde do domingo (6/11), a OPERAÇÃO EMBUSTE, com o objetivo de desarticular organização criminosa especializada em fraudar processo seletivo para ingresso no ensino superior em descompasso com os requisitos legais a todos impostos.

A operação consiste no cumprimento simultâneo de 28 mandados judiciais, sendo 4 de prisão temporária, 4 de condução coercitiva, 15 de busca e apreensão e 5 mandados de sequestro de bens, todos expedidos pela Justiça Federal de Montes Claros/MG.

Os envolvidos nessas negociações criminosas já teriam, só em 2016, fraudado ao menos dois processos seletivos: o vestibular realizado na cidade de Mineiros/GO, ocorrido entre os dias 15 e 16/10; e o vestibular destinado à seleção para o curso de medicina, realizado na cidade de Vitória da Conquista/BA, entre os dias 22 e 23/10.

O próximo passo do grupo criminoso consistiria em fraudar o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio/2016, permitindo que pessoas não efetivamente aptas pudessem ter acesso aos cursos superiores, mediante o pagamento da propalada “compra da vaga”, especialmente no curso de medicina.

No decorrer das investigações, a Polícia Federal conseguiu identificar o repasse de gabaritos, mediante moderna central telefônica via celular, para candidatos situados em diversas partes do país, em evidente fraude ao ENEM/2016.

Os presos poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes contra a fé pública, o patrimônio, a paz pública, dentre outros delitos. Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 20 anos.

Comunicação Social da Polícia Federal em Montes Claros
Contato: (38) 3214-3989
http://www.pf.gov.br/agencia/noticias/2016/11/pf-combate-fraudes-ao-enem-2016

Referência feminina no samba, Dona Ivone Lara recebe Ordem do Mérito Cultural

07/11/2016 11h57
Rio de Janeiro
Paulo Victor Chagas – Repórter da Agência Brasil
Pioneira da participação da mulher na composição de samba, Dona Ivone Lara é homenageada pela Ordem do Mérito Cultural 
Reprodução/TV Brasil

Foi pisando “devagarinho” no chão do samba que ela se tornou rainha de um mundo quase que integralmente masculino. Yvonne da Silva Lara, conhecida como Dona Ivone Lara, desde pequena sabia o dom que carregava, a ancestralidade que representa e já tinha pistas da pioneira que viria a se tornar. Mas não foi sem dificuldades e resistência que ela construiu uma carreira de sucesso e que, aos 95 anos, é reverenciada por onde passa.

Nesta segunda-feira (7), às 17h, no Palácio do Planalto, a sambista vai receber mais uma honraria. A cerimônia da Ordem do Mérito Cultural, principal condecoração anual do governo brasileiro à área da cultura, desta vez vai celebrar o centenário do samba e tem o nome de dona Ivone Lara como a grande homenageada.

Aos 12 anos, órfã de pai e mãe, a criança que já começava a se apaixonar pelo choro e samba compôs Tiê, Tiê, uma música simples que repete a expressão que ouvia de sua avó, filha da escravidão: “Oialá-oxa”. Apesar de ter crescido próxima a músicos e se casado com o filho do dono de sua primeira escola de samba, Prazer da Serrinha, não foram estes os únicos motivos que levaram a jovem Ivone Lara a ganhar projeção.

Obrigada a lidar com o preconceito por ser mulher, ela abriu mão da autoria de suas primeiras composições para que fossem aceitas. Um primo, Mestre Fuleiro, assinava as letras e Ivone Lara, de perto, acompanhava a reação do público. “Ela sabia que se apresentasse as músicas como dela seria rejeitada. Vai pisando nesse chão devagarinho, como ela mesma cantou. Só quando percebe que já tem lugar cativo naquele meio é que se revela compositora”, conta a jornalista Mila Burns, autora do livro Nasci Pra Sonhar e Cantar(2009), sobre a sambista.

E a tática deu certo. Primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba e a criar um samba-enredo, em 1965 ela foi convidada para compor, ao lado de outros dois parceiros, o samba-enredo com a qual a Império Serrano desfilaria no carnaval em homenagem aos 400 anos do Rio de Janeiro.

O samba Os Cinco Bailes da História do Rio, composto por Silas De Oliveira, Dona Ivone Lara e Bacalhau, no Carnaval de 1965, é reconhecido até hoje como um “clássico e um dos mais importantes sambas-enredos”, segundo o professor Edson Farias, doutor em Ciências Sociais e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). De acordo com ele, o próprio fato de fazer parte do grupo de compositores de uma escola de samba que logo cedo ganhou muitos títulos já significava o “prestígio” e a visibilidade que dona Ivone Lara passou a desempenhar no cenário carioca e nacional.

“Na música, e mais especificamente no mundo do samba, os compositores são majoritariamente homens. E esse é um papel importante porque, no Brasil, o compositor goza de um papel de intelectual. Quando Dona Ivone Lara se consagra, e suas músicas de sucesso são cantadas por grandes nomes não só do mundo samba, ela extrapola para um espaço que a princípio era negado às mulheres pelas relações sociais de gênero”, relata.

Nos anos seguintes, a sambista continuou fazendo o que mais gosta, embora não tenha deixado de trabalhar como enfermeira até se aposentar e, enfim, dedicar-se exclusivamente à música. Délcio Carvalho foi seu mais constante parceiro. Ao lado dele e de outros compositores, dona Ivone criou canções que fazem sucesso até hoje e que foram gravadas por diversos intérpretes, como Acreditar(1976), Alguém Me Avisou (1980), Tendência (1981), Nasci para sonhar e cantar (1982), além da clássica Sonho Meu (1978).

“Ela é uma mulher negra, de origem humilde, que foi moradora de favela e, ao se esforçar para ter uma formação escolar e se tornar enfermeira, vai penetrar um espaço também pouco afim para pessoas de origens como ela. Então, Dona Ivone Lara tanto se afirma como um baluarte do samba, como é um personagem importante de identificação para segmentos populares”, explica.

Integrante do Renascença Clube, instituição de resistência cultural que homenageou a sambista com o Troféu Dandara em 2003, Nanci Rosa, 72, destacou a admiração do movimento negro por Dona Ivone Lara. “Ela é, para nós, uma das maiores referências em termos de música de escola de samba, e permanece até os dias atuais. Como mulher, me sinto contemplada em ela ser essa desbravadora da música. O trabalho artístico dela foi muito importante para a gente naquela época”, relembra.

A compositora, cantora, sambista e enfermeira, que registrou experiências de vida e sentimentos em suas criações, também foi imortalizada com o mesmo instrumento: o samba. Canto de Rainha foi uma homenagem preparada por Arlindo Cruz e Sombrinha, Nei Lopes e Cláudio Jorge fizeram a música Senhora da Canção, e Martinho da Vila, não satisfeito, compôs logo duas: Lara e Ivone Lara. No carnaval de 2012, a primeira-dama do samba foi tema do enredo de sua escola, a Império Serrano.

Maria Betânia, Clara Nunes, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Diogo Nogueira, Elba Ramalho, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Vanessa da Mara, Teresa Cristina, Leci Brandão, Paulinho da Viola e Alcione estão entre alguns dos músicos que gravaram canções compostas pela também chamada de “Diva do Samba”.

Apesar das homenagens, condecorações e participações em vários festivais internacionais, o legado de autonomia e pioneirismo que tem deixado ainda não gerou grandes transformações. “Infelizmente não posso dizer que as conquistas dela trouxeram consequências para a sociedade ou o mundo do samba como um todo. Ainda há um caminho muito longo a ser percorrido em ambos”, diz a jornalista Mila Burns.

O professor Edson Farias reconhece que depois de dona Ivone Lara mais mulheres passaram a ser reconhecidas por seus trabalhos na música, mas avalia que a proporção ainda é “discrepante”. “No samba, essa desproporção é muito mais acintosa. No panorama das disputas de sambas-enredos das escolas de samba do Rio de Janeiro, os concursos internos em que se define qual vai ser a música do desfile de Carnaval, você nota que a presença das mulheres nas parceiras é muito insignificante, inclusive diante da presença majoritária das mulheres na escola de samba [em outras posições]. Essa ainda é uma função pouco generosa com a presença das mulheres”, ressalta.

Para Mila Burns, as mulheres que seguiram o exemplo de Dona Ivone Lara na música conquistaram espaço muitas vezes apenas como cantoras e não em composições autorais.

Das 30 personalidades que serão condecoradas na Ordem do Mérito Cultural, apenas oito são mulheres, dentre elas a cantora de samba Clementina de Jesus, que será homenageada em memória. Em comemoração ao Dia Nacional da Cultura, celebrado no último sábado (5), a cerimônia desta noite também vai agraciar representantes de diferentes artes como o artista plástico Vik Muniz e o cineasta Fernando Meireles, além de instituições como o Maracatu Feminino Coração Nazareno e a Fundação Darcy Ribeiro.

“Há muito chão pela frente. O exemplo de Dona Ivone sem dúvida abriu caminho para muitas mulheres talentosas perceberem essas armadilhas e escaparem delas. Mas ainda é preciso que apareçam muitas Donas Ivones para que haja um equilíbrio”, defende a autora do livro sobre a sambista.

Edição: Maria Claudia
Agência Brasil

Suspeito é preso após atirar em homem que cobrava dívida de R$25

07 Novembro 2016 10:52

Um homem de 25 anos de idade foi preso em flagrante após atirar contra outro da mesma idade, no domingo, 6, no bairro Olavo Costa, zona Sudeste. 

O autor do crime alegou que vinha sendo ameaçado pela vítima, que cobrava a entrega do celular, como garantia do pagamento de uma dívida de R$25. O suspeito disse à polícia que comprou o revólver utilizado na ação na feira livre, por R$450.

Em uma nova cobrança feita pela vítima, ele efetuou um disparo, que atingiu o pescoço do rapaz. 

A amante do autor jogou a arma do crime em um matagal. 

O alvo do disparo foi encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde ficou internado. 

A Polícia Militar (PM) fez buscas para encontrar o revólver, mas não conseguiu localizá-lo.

Diário Regional - JF

Jovem é assassinado a tiros neste domingo em Juiz de Fora

07/11/2016 08h23 - Atualizado em 07/11/2016 08h24

Do G1 Zona da Mata

Um jovem, de 20 anos, foi assassinado na tarde deste domingo (6) no Bairro Barreira do Triunfo, em Juiz de Fora.

De acordo com as informações preliminares da Polícia Militar (PM), ele foi vítima de oito disparos de arma de fogo na Rua B. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local.

O jovem, que tem passagem por homicídio, não resistiu e morreu no meio da rua. O suspeito foi identificado, mas ainda está foragido.

Corpos encontrados em mata podem ser de jovens desaparecidos em SP

07/11/2016 10h02
São Paulo
Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil

A polícia investiga se os cinco corpos encontrados em um matagal na cidade de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, são dos rapazes que desapareceram no último dia 21 de outubro. O grupo ia de carro da zona leste da capital paulista para uma festa em Ribeirão Pires e nunca mais foi visto.

Segundo a Polícia Militar, os corpos foram encontrados ontem (7), às 10h38, na Estrada Taquarussu, região de mata. Os policiais foram alertados por uma ligação ao 190, indicando a localização.

“Os corpos estão em estado avançado de decomposição e serão submetidos a exames para identificação. Mais detalhes não podem ser divulgados para não atrapalhar os trabalhos”, diz a nota da Secretaria da Segurança Pública.

A ocorrência foi registrada no 4o Distrito Policial de Mogi das Cruzes. Uma equipe do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.

Nomes
7Os jovens são Jonathan Moreira Ferreira, 18 anos, César Augusto Gomes Silva, 20, Caique Henrique Machado Silva, 18, Jonas Ferreira Januário, 30, e Robson de Paula, 17, que ficou paraplégico ao ser baleado pela polícia.

Segundo Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), a polícia ligou para os familiares para conferir detalhes que podem ajudar na identificação, como tatuagens, altura e tipos de roupas. “Pelas características verificadas até agora, provavelmente são os corpos deles”, disse.

Nesta manhã, os corpos foram transferidos do Instituto Médico Legal (IML) de Mogi das Cruzes para o IML Central de São Paulo. As mães dos rapazes estão indo até o local para auxiliar no reconhecimento. O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.

(*) Texto atualizado às 10h para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Diário Oficial publica nomes de anistiados políticos que receberão indenizações

07/11/2016 10h30
Brasília
Da Agência Brasil

O Diário Oficial da União publica hoje (7) as portarias com os nomes das pessoas que receberam anistia política em julgamentos da Comissão de Anistia, ocorridos em 2015 e este ano. A maioria deles deverá receber indenizações. No caso dos anistiados que já morreram, as indenizações serão pagas às famílias.

A Comissão de Anistia foi criada pela Lei 10.559, de 13 de novembro de 2002. Ela tem por objetivo reparar moral e economicamente as vítimas de atos de exceção, arbítrio e violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988. A comissão conta atualmente com mais de 75 mil pedidos de anistia protocolados. 

Ligada ao Ministério da Justiça, a Comissão de Anistia é formada por 25 conselheiros, em sua maioria agentes da sociedade civil ou professores universitários, um deles indicado pelos anistiados políticos e outro pelo Ministério da Defesa.

Veja aqui as portarias publicadas.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Canteiros (Fagner & Cecília Meireles)- Fagner

domingo, 6 de novembro de 2016

Paul McCartney e Stivie Wonder - Ebony and Ivory

Provas do Enem trazem questões sobre dengue, esportes e Clarice Lispector


06/11/2016 20h14
Brasília
Da Agência Brasil

Mais de 8 mihões de candidatos encerraram hoje (6) a maratona do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016. No segundo dia, a prova trouxe 90 itens de matemática e 90 itens de linguagens, além da redação. Como já é de praxe, as questões trouxeram textos de diversos gêneros literários, valorizando grandes autores, além de temas do cotidiano do estudante. Já o tema da redação tratou da intolerância religiosa no Brasil e os caminhos para superá-la. 

Na prova de linguagens, a poesia esteve presente em textos do português José Saramago e do brasileiro João Cabral de Melo Neto, além de um trecho da canção "Querido Diário", de Chico Buarque de Holanda. Na prosa, os alunos se depararam com um trecho do livro "Onde estivestes de noite", de Clarice Lispector, além de "Comédias da Vida Privada", de Luis Fernando Veríssimo. Outra questão tratava de um problema muito comum entre os usuários de internet: os hoax, ou boatos. O texto citava como o exemplo o fato de que muitas "mensagens dramáticas" que circulam na rede são atribuídas, erroneamente, à Clarice Lispector.

O tema esporte esteve presente em diversas questões da prova, inclusive em itens de matemática que tratavam da composição de uma equipe de tênis e sobre as categorias de peso em modalidades de luta. O aspecto esportivo também apareceu na prova de linguagens, que trouxe o trecho de uma entrevista com Terezinha Guilhermina, paratleta do atletismo que disputou a Paralimpíada do Rio 2016.

O Enem tem como marca trazer temas do cotidiano do aluno, mesmo em provas consideradas mais "duras", como matemática. Vários itens abordaram problemas nacionais na área de sáude, como a dengue e a febre amarela. Duas questões da prova de matemática, por exemplo, tratavam do nível de infestação do mosquito Aedes aegypti em diferentes bairros de um município. Outro assunto muito presente nos noticiários e que apareceu na prova de matemática foi o nível de reservatórios para abastecimento de água.

Quadrinhos
Nas prova de língua estrangeira, os candidatos já habituados com o Enem podem ter sentido falta dos quadrinhos, que são uma marca da prova. Mafalda e Calvin, personagens sempre presentes nos itens de espanhol e inglês, respectivamente, não apareceram neste ano. A prova de inglês trouxe trecho de uma canção e Paul McCartney, "Ebony and ivory", em uma questão de interpretação. Nos itens de espanhol, a única questão com imagens trazia uma frase pichada em um muro com a frase "No supe qué ponerme y me puse feliz".

Edição: Amanda Cieglinski
Agência Brasil
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 "No supe qué ponerme y me puse feliz" - "Eu não sei o que vestir e eu estava feliz."

SÓ RESTOU OCUPAR ESCOLAS


Ocupação de 364 escolas, pouco mais de 2,2% dos 16 mil locais em que se realizam provas do Enem neste fim de semana, adiamento do exame para 240 mil dos 8,6 milhões de inscritos. Essa é a dimensão do movimento que se tornou bandeira única das correntes de esquerda que se viram à margem da preferência popular nas eleições municipais, e que, sem qualquer escrúpulo, jogam em cima dos jovens – estudantes ou não – o peso da derrota.

O não à PEC do Teto, já aprovada na Câmara e perto de ser votada pelo Senado, e à medida provisória que muda o ensino médio, é a principal frente de batalha para esse grupamento. Nas escolas ocupadas, na mídia e no Congresso. Se elas vigarem, afirmam os arautos da esquerda, a educação será definitivamente enterrada.

E o dizem como se o país tivesse alguma excelência a exibir na área, com resultados – especialmente no ensino médio – cada vez piores. No aprendizado e na frequência.


Melhor talvez fosse o envio de um projeto de lei ao de uma MP para estabelecer mudanças no currículo, mas a urgência de alterar o quadro de fracasso do ensino aos jovens justifica a celeridade. Obriga o Congresso, que há anos protela esse debate, a acelerar suas considerações.

A luta contra a PEC e a MP está na boca dos dirigentes de entidades estudantis e dos autointitulados movimentos populares. Aparece em letras garrafais no site do PT e no discurso do ex Lula, repetido esta semana em Buri, interior de São Paulo. “A primeira coisa que ele [ministro da Educação] propôs é uma PEC 241, para cortar gastos da educação, e uma reforma do ensino médio, que vai piorar muito a situação”.

Como é useiro e vezeiro, são falas sem qualquer lastro. O ministro não propôs PEC alguma, e Lula, claro, sabe disso. E a MP da reforma do ensino médio está longe de piorar o que já é para lá de ruim.

A PEC 241 aprovada pela Câmara e transformada em PEC 55 no Senado não diminui um único centavo da saúde, com 15% do orçamento, nem da educação, com 18%, atrelando os reajustes das duas áreas à inflação. Tratadas como exceção, ambas estão aptas a receber incrementos, mas não estão sujeitas a reduções percentuais na participação orçamentária. Em suma, podem ter mais ou menos recursos dependendo da capacidade de recuperação da economia do país.

Nada parecido com os cortes que a então presidente Dilma Rousseff se viu obrigada a fazer depois de impor ao país a pior recessão da História. Encalacrada por gastar muito mais do que podia, dois meses antes de ser deposta, Dilma anunciou cortes severos: R$ 2,3 bilhões na Saúde e R$ 4,2 bilhões na Educação, pasta que já sofrera tesourada de R$ 10,5 bilhões no ano anterior. No Congresso, as medidas receberam apoio irrestrito do PT e aliados da época e até da oposição.

Em nenhuma das duas ocasiões estudantes foram convocados a se manifestar. Não viram na redução orçamentária qualquer risco para a educação. Não piaram.

Prova irrefutável de que boa parte não passa de conveniente massa de manobra, usada para calar ou agir, dependendo das circunstâncias.

Como em qualquer protesto, há méritos a serem registrados: jovens lideranças surgem. Algo que pode refrescar o ambiente desde que a fúria em cooptá-las não seja tão intensa. Por vezes desrespeitosa, chegando a criar cenas de constrangimento.

Historicamente, a esquerda sempre foi eficaz na doutrinação. Talvez creia que ainda é capaz de fazê-lo. Mas o repertório da utopia que tanto sucesso fez no passado foi substituído por ideologias cambaleantes, não raro sustentadas em premissas falsas, ultrapassadas. No fascismo e em populismo barato. E ainda que povoem sonhos, tornam-se absurdamente deseducadoras quando pregam que governos podem e devem gastar mais do que arrecadam.

Para o bem geral da nação, a maioria – até os mais jovens – não se engana. Sabe (e as eleições municipais demonstram isso) que dinheiro não dá em árvore e que nada é de graça: se governos dão alguma coisa a cobrança sempre vem. E alta.

www.luizberto.com/ JORNAL DA BESTA FUBANA