segunda-feira, 25 de julho de 2016

Novo prazo para trabalhador sacar PIS/Pasep começa dia 28

25/07/2016 12h02
Brasília
Da Agência Brasil
Pagamento do PIS/Pasep pode injetar mais de R$ 800 milhões na economia, beneficiando trabalhadores - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um novo prazo para os trabalhadores que não conseguiram sacar o abono salarial do PIS/Pasep ano-base 2014 terá início na próxima quinta-feira (28). O período de saque será de um mês e termina no dia 31 de agosto, informou hoje (25) o Ministério do Trabalho.

PIS/Pasep é a sigla do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), que são contribuições sociais devida pelas empresas.

A prorrogação para os trabalhadores que perderam o prazo foi anunciada no início do mês pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Na ocasião, ele destacou que mais de 1 milhão de trabalhadores perderam o prazo, encerrado no fim de junho. A expectativa é que mais de R$ 800 milhões sejam injetados na economia neste ano caso todos os trabalhadores que têm o direito ao abono PIS/Pasep ano-base 2014 saquem os valores liberados.

No mesmo dia, também começa a ser pago o abono, ano-base 2015. Quem nasceu de julho a dezembro, recebe o benefício neste ano (2016) e os nascidos entre janeiro a junho, no primeiro trimestre de 2017. Em qualquer situação, o recurso ficará à disposição do trabalhador até 30 de junho de 2017, prazo final para o recebimento.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Cruzeiro dispensa Paulo Bento e Mano Menezes reassume

25/07/2016 - Cruzeiro dispensa Paulo Bento



Decisão tomada em reunião realizada na manhã desta segunda-feira(25), com a presença do presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, e integrantes da diretoria. 

A direção do Cruzeiro decidiu arcar com os valores da multa de rescisão do contrato do treinador português. Com Bento, toda a comissão técnica deixa a Toca da Raposa.

Não foi a última derrota do clube que prevaleceu na dispensa do português, mas o conjunto da obra. Em dezessete jogos obteve oito derrotas, seis vitórias e três empates.

Mano Menezes é o preferido entre os torcedores e a diretoria para reassumir o comando do time. Mano, atualmente não está trabalhando em outra equipe, por rescisão contratual recente.
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Mano confirmou recebeu o convite do vice-presidente Bruno Vicintin depois de meio dia. Eles acertaram uma nova conversa para oficializar o acordo. 
O regresso de Mano ao Brasil e a consequente assunção no comando da equipe cruzeirense está em negociação.

Lavagem do dinheiro da Petrobras usava até patrocínio de pilotos da Stock Car

Felipe Bächtold
Folha

Delatores da Operação Lava Jato afirmam ter usado contratos de patrocínio da Stock Car, principal categoria do automobilismo nacional, para lavar dinheiro que seria usado para pagar propina no âmbito da Petrobras. O caminho do dinheiro, segundo as delações, passava por Adir Assad, empresário já condenado na Lava Jato e alvo de três operações da PF no último mês. Ele era proprietário de uma empresa de marketing com atuação na categoria e também o principal parceiro de uma escuderia em uma divisão de acesso da modalidade.

Grandes empreiteiras estamparam por anos suas marcas em carros da categoria, apesar de essas empresas não costumarem fazer despesas com publicidade.

Segundo Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC e delator desde 2015, uma das maneiras de justificar o dinheiro usado para pagar propina era superfaturar os valores de patrocínio intermediados pela empresa Rock Star, de Assad. O volume excedente pago à empresa era “devolvido” e usado para pagamentos ilegais de ex-diretores da estatal e políticos.

“O valor combinado era entregue em espécie por algum emissário de Adir Assad”, disse Pessoa em seu acordo de delação, de acordo com a transcrição.

DINHEIRO VIVO – Outro delator da Lava Jato, Ricardo Pernambuco, sócio da Carioca Engenharia, também afirmou que obtinha dinheiro em espécie para pagamentos por meio de contratos simulados com Assad.

Pernambuco apresentou como uma das provas um contrato firmado em 2009, no valor de R$ 820 mil, para patrocínio do piloto Murillo Macedo Filho na categoria Stock Car Light.

Na 31ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no começo do mês, também foram anexados aos autos notas fiscais de pagamentos do grupo Schahin, que possui banco e construtora, para a Rock Star.

Nessas notas, que somam valores de R$ 3,5 milhões, a justificativa de pagamento era patrocínio para a J.Star Racing, equipe associada a Assad que competia na categoria Copa Montana. O responsável pela escuderia é Murillo Macedo.

FUNDOS DE PENSÃO – Um outro patrocinador do time de corrida era o Trendbank, que administrava fundos de pensão e que foi investigado em CPI neste ano por prejuízos na gestão de recursos de funcionários da Petrobras e dos Correios.

Uma quebra de sigilo da Rock Star na Lava Jato mostrou que o banco foi o maior financiador da firma de Assad, com R$ 28 milhões pagos entre 2007 e 2013, o equivalente a 13% de tudo que a empresa recebeu desde a sua fundação.

Para comprovar o que contou, o empreiteiro Ricardo Pessoa apresentou uma série de notas fiscais e até um contrato de patrocínio firmado por meio da Rock Star. Nesse contrato, a empreiteira se comprometia a pagar à firma de Assad R$ 4 milhões por patrocínio e ações de marketing relacionadas ao piloto Allam Khodair na temporada de 2012.

NO NÍVEL DE NEYMAR – Para o especialista em marketing esportivo Amir Somoggi, um valor como esse está muito acima da média de patrocínios para modalidades fora do futebol, em um patamar do nível do jogador Neymar, esportista de maior visibilidade do país.

“A maior parte do bolo das verbas de patrocínio no Brasil vai para o futebol e a menor é pulverizada entre todas as outras modalidades esportivas”, diz.

Uma das notas fiscais emitidas pela Rock Star para pagamentos da UTC informa que o patrocínio era relacionado ao maior campeão da Stock Car, Ingo Hoffmann. Mas não há investigação relacionada aos esportistas.

A primeira menção à competição de automobilismo na Operação Lava Jato foi feita ainda em 2014, pelo doleiro Alberto Yousseff, delator da investigação.

Ele disse que a Tomé Engenharia, que também mantinha patrocínio na Stock Car, fazia pagamentos de propina por meio de uma empresa “ligada ao ramo de corridas”. A Tomé também foi uma das maiores financiadoras da Rock Star.

TRÊS OPERAÇÕES – Adir Assad foi alvo de três operações da PF nas últimas semanas: a Saqueador, relacionada ao empresário Carlinhos Cachoeira e a construtora Delta, a Pripyat, sobre suposta propina Eletronuclear, e a fase 31 da Lava Jato. Suas empresas receberam pagamentos que somaram R$ 1,2 bilhão no período analisado pela quebra de sigilo, a partir de 2005.

No início do ano, o então senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), cassado em maio, disse, em acordo de delação, que Assad gerenciava o caixa dois na campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010, o que ela nega.

O Ministério Público paulista também o denunciou neste ano sob suspeita de participação em desvios em obras do governo do Estado, administrado pelo PSDB.

Agência Mundial Antidoping se diz decepcionada com COI por não banir Rússia

25/07/2016 09h53
Rio de Janeiro
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
A Agência Mundial Antidoping (Wada) publicou uma nota ontem (24) em que se diz decepcionada com a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de não vetar os atletas do Comitê Olímpico da Rússia nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A entidade havia recomendado, no último dia 18, que todos os atletas russos fossem barrados, após um relatório apontar envolvimento de membros do governo em um esquema para burlar o controle de dopagem em competições anteriores.

A decisão do COI pede que as federações internacionais de cada esporte avaliem se aceitam ou não a inscrição dos atletas russos. Na nota, a Wada afirma que reconhece a opção do COI e se coloca à disposição das federações para ajudar na escolha de atletas.

Argumentação
"A Wada está decepcionada que o COI não tenha seguido as recomendações de seu Comitê Executivo, que eram baseadas nas descobertas da Investigação McLaren e teriam assegurado uma abordagem harmônica, forte e direta", diz o presidente da entidade, Craig Reedie, referindo-se à investigação conduzida pelo especialista Richard McLaren, com base em denúncias do ex-diretor do laboratório acreditado pela Wada em Moscou, Grigory Rodchenkov.

Para o diretor geral da Wada, Oliver Niggli, a abordagem definida pelo COI "inevitavelmente levará a uma falta de harmonização, potenciais desafios e menos proteção aos atletas limpos".

A Wada afirma, na nota, que estendeu o mandato do especialista para que ele possa finalizar as investigações, que foram realizadas em 57 dias e produziram um relatório parcial.

A decisão do COI não muda o banimento da equipe russa de atletismo, que teve casos de doping confirmados e foi proibida de competir pela Federação Internacional de Atletismo.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

PMMG - Amigo Legal - Quadrinhos fazem sucesso nas redes sociais

https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/portalservicos/conteudo

Batalhão Olímpico passará por treinamento de disciplina tática e postura para os jogos Rio 2016

22/07/2016
Dando continuidade a preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016, que terá modalidades competidas em outras capitais, a exemplo de Belo Horizonte, acontecerá na próxima segunda-feira (25) a abertura do Treinamento do Batalhão Olímpico, às 9h, no Templo Maior da Igreja Batista da Lagoinha. Objetivando apresentar aspectos legais, bem como fazer exposição de análise de conjuntura, o treinamento vai reunir 2.450 homens e irá durar uma semana. Nos primeiros três dias irão ter noções gerais e no fim da semana o trabalho se afunila dentro das companhias. 

Comparecerão ao evento todos os militares que compõem o Batalhão Olímpico, discentes dos diversos cursos e militares da administração da Academia de Polícia Militar (APM). Participará também o chefe do Estado-Maior da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel André Leão, o assessor extraordinário para as Olimpíadas, coronel PM Francisco Lino Neto.

A programação irá contar com uma palestra do comandante do Batalhão Olímpico, tenente-coronel Peres, que abordará o tema “Disciplina tática, posturas e compostura”. Após a composição da mesa de honra, o assessor extraordinário para as Olimpíadas, coronel PM Francisco Lino Neto, fará uma contextualização dos Jogos Olímpicos em Belo Horizonte, seguido de uma análise de risco que será proferida pela Diretoria de Inteligência nas pessoas do coronel Marcelo e Major Pereira. 

Na parte da tarde haverá a apresentação do Batalhão Olímpico e do Plano de Emprego Operacional, inclusive com uma palestra sobre “Abordagem a motoristas estrangeiros”, elaborada pelo Batalhão de Trânsito, na pessoa do major Hudson.

O Batalhão Olímpico já atua desde o Revezamento da Tocha Olímpica, que passou por 33 municípios, e constitui um importante braço do serviço policial militar para segurança durante o período das Olimpíadas. 

Serviço: 
Abertura do Treinamento do Batalhão Olímpico, segunda-feira (25), às 9h, no Templo Maior da Igreja Batista da Lagoinha. 

Autor: PMMG

Produção de rapadura e aguardente de sorgo sacarino é testada no Norte de Minas

SEG 25 JULHO 2016 09:03 ATUALIZADO EM SEG 25 JULHO 2016 08:49

Divulgação/Emater
O sorgo tem ciclo curto (cerca de 4 meses) e resiste melhor a climas secos

Um trabalho de pesquisa e extensão rural que uniu a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Embrapa Milho e Sorgo conseguiu um resultado promissor na fabricação de aguardente e rapadura, tendo como matéria-prima o sorgo sacarino.

A experiência aconteceu em uma pequena propriedade da comunidade rural Rio Pardinho, em Santo Antônio do Retiro, no Norte de Minas. O município, com forte predominância da agricultura familiar, tem tradição na produção de cachaça e rapadura artesanais, provenientes da cana-de-açúcar.

O teste, que ainda vai passar por mais uma etapa nesta safra, deve concluir o que os técnicos já começaram a observar: o sorgo sacarino pode ser mais uma alternativa para a produção desses mesmos produtos feitos de cana-de-açúcar.

Ao contrário da cana, cultura que precisa de ser irrigada ou cultivada em baixadas úmidas e tem ciclo de 10 a 12 meses até a colheita; o sorgo tem ciclo curto (cerca de 4 meses) e resiste melhor a climas secos, devendo ser plantado no verão, durante o período chuvoso. Além disso, os subprodutos do processamento como o bagaço e os grãos do sorgo também podem ser utilizados na alimentação animal, o que agrega mais valor à cultura.

“Não queremos desvalorizar a cultura da cana, mas mostrar ao produtor que ele tem mais uma alternativa para a produção de rapadura e aguardente. Isso é importante para o Norte de Minas, que está na região semiárida, onde o volume de chuvas e a estiagem são fatores naturais que limitam as produções agrícolas. O sorgo sacarino tem maior resistência ao estresse hídrico”, explica o coordenador técnico regional de Janaúba, o engenheiro agrônomo André Caxito.

De acordo com o coordenador, essa tecnologia que está sendo testada, mostrou num primeiro momento a possibilidade de produção e a próxima etapa deverá apontar como qualificar o produto para consumo. “A rapadura ficou salobra, mas estamos deduzindo que foi a terra. No final do ano plantaremos em outras áreas para compararmos a qualidade do produto final”, adianta Caxito.

O sorgo sacarino foi plantado em uma área de meio hectare, na propriedade do agricultor familiar Iris Barbosa da Cruz Pinho, em novembro de 2015, e colhido na primeira quinzena de março deste ano. O técnico agropecuário Sérgio Moreira dos Anjos, do escritório local da Emater-MG de Santo Antônio do Retiro, que acompanhou todo o processo de formação e desenvolvimento da lavoura, garante que os primeiros resultados foram bem animadores. “A aguardente e a rapadura ficaram excelentes”, garante, reforçando também que uma intervenção na acidez do solo, poderá corrigir a salobridade da rapadura.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Rafael Parrela, que também acompanha a experiência de Santo Antônio do Retiro, reforça as potencialidades do sorgo sacarino, como matéria-prima alternativa para a produção de rapadura e aguardente no Norte. “O sorgo sacarino possui alta concentração de sacarose, então pode produzir os mesmos produtos da cana-de-açúcar. Além disso, o bagaço e o grão servem para a alimentação dos animais. É, portanto, uma excelente fonte alternativa de plantio, pois combina várias finalidades numa mesma cultura”, argumenta.

Parrela também considerou o resultado do estudo bastante favorável. “Embora o plantio tenha sido feito em área pequena, tivemos um primeiro resultado bem positivo”, conclui. Para o pesquisador da Embrapa, o cultivo de sorgo também tem a vantagem de reduzir os custos com mão de obra, já que o manejo pode ser mecanizado.

O estudo realizado no município de Santo Antônio do Retiro com o sorgo sacarino levou em consideração uma produtividade estimada de 30 toneladas por hectare, em um volume de 582 milímetros de chuvas, concentradas no mês de janeiro. Contou ainda com uma irrigação suplementar de 5 milímetros de água, segundo o técnico agropecuário local Sérgio Moreira dos Anjos.

Segundo Moreira, a colheita e o processamento do sorgo para a produção da aguardente reuniu 26 agricultores familiares da região, que acompanharam atentamente a demonstração técnica, realizada pelo coordenador regional Arquimedes Teixeira. De acordo com Arquimedes, o caldo teve 17,5º brix e a fermentação foi satisfatória.

“Ao final todos puderam saborear a bebida e opinar sobre a qualidade”, relata Moreira. O resultado geral também agradou o produtor que considerou ser possível melhorar mais. “Vamos plantar novamente pra ver se a rapadura não vai ficar salobra, porque a terra afeta o gosto”, avalia.

O escritório da Emater-MG de Santo Antônio do Retiro atende cerca de 1.300 agricultores familiares locais, em aproximadamente 30 comunidades rurais. Cerca de 600 famílias destes agricultores trabalham artesanalmente com a produção de cachaça e a rapadura de cana-de-açúcar.

O técnico agropecuário Sérgio Moreira atribui às características do solo local, que favorece o plantio da cana, e à tradição cultural, os principais atrativos para a atividade no município. “Aqui até o cafezinho é adoçado com rapadura”, afirma.
Agência Minas

Homem é morto no Bairro Santo Antônio em Juiz de Fora

25/07/2016 09h36 - Atualizado em 25/07/2016 09h36

Do G1 Zona da Mata

Um homem de 43 anos foi assassinado a tiros no Bairro Santo Antônio, em Juiz de Fora, neste domingo (24). Segundo a Polícia Militar (PM), dois adolescentes de 16 e 17 anos, já conhecidos no meio policial, são suspeitos do crime. Até o momento eles não foram encontrados.

De acordo com a PM, uma denúncia anônima informou que havia ocorrido disparos de arma de fogo em uma residência na Rua dos Vencedores. Ao chegar ao local, os policiais encontraram a vítima já sem vida.

O homem foi atingido por três tiros. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e constatou o óbito. A perícia também esteve presente. Uma funerária encaminhou o corpo para o Instituto Médico Legal (IML).

Em nossa Era, os sentimentos são substituídos pela indeferença

Charge do Cellus (www.cellus.com.br)

Eduardo Aquino
O Tempo

Gira a roleta-russa que dispara em nossa mente as estranhas características que poderiam descrever qual o afeto que mais demarca nossa era. E, insistentemente, tal qual um letreiro de neon que pisca intermitentemente, a palavra é: indiferença! A dor do avô, a perda do vizinho, o luto do primo, a bala perdida que ceifou mais uma vida, o acidente estúpido no fim da balada regada a vodca que capotou para sempre o futuro de cinco jovens… Indiferentes, mudamos de fase no game, frenéticos, disparamos um WhatsApp ou, bocejando, trocamos o canal.

Anestesiados, ouvimos as tragédias ao nosso redor enquanto um bocejo escapa, numa preguiça pós-prandial. O desinteresse por tudo e por todos vai se espalhando tal qual a peste negra na Idade Média. Com uma diferença, naquela época ainda havia uma esperança chamada fé, que nos tempos atuais anda em baixa entre os mais jovens. Depois da vida, o nada. O problema é que a própria existência tem sido muito próxima de um nada. Então, azar de nós.

Será que a emoção está tão em desuso, por estarmos cada vez mais racionais, frios, tecnológicos, rápidos, desimportantes ou descartáveis? Ou tímidos, individualistas e autossuficientes? Só espero que não seja efeito da artificialização dos sentimentos pela bebida, pelas drogas e pelas medicações.

SEREMOS INSENSÍVEIS – Sim, no fundo sei que uma das vertentes da evolução humana é uma hipertrofia cerebral na área cortical, que nos tornará lógicos, matemáticos, insensíveis, em detrimento da área hipotalâmica, sede do estresse e das emoções.

Seremos mais máquina e menos animais. Mais equações, menos paixões. Vivemos os estertores do romantismo e do sentimentalismo. Sentimentos levam a guerras, impulsos, discórdias, assim como inspiram poesias, canções e encantamentos. Assim sempre foi, mas antes dos próximos séculos desta robotização, uma maquinização de nossas existências, testemunhamos essa estranha fase da indiferença, entrecortada por ódios e radicalismos pré-históricos em contraste com uma tecnologia impensável há 20 anos.

Estranho divórcio cerebral onde parte do nosso cérebro vive num filme de ficção científica, e do outro lado, parte vive de emoções regredidas e trogloditas. Olho para o lado e não vejo ninguém na praça lotada de alimentação. Nem sou visto. Tudo é neutro, igual a ontem ou mês passado, sem tempero como o sanduíche de fast food ou o suco artificial de alguma fruta. Observo a vida, amo ser curioso e besta. Agradeço por tantas emoções, sem plagiar o Roberto Carlos. Poder recordá-las e, para quem quiser, um dia me tornar um contador de histórias: “Era uma vez a paixão, uma coisa estranha que sufocava, acelerava o coração, me tirava do sério toda vez que minha musa…”.

O golpe dos patetas é adiar as reformas para depois da eleição

Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com.br)

Carlos Chagas

Está inaugurado o festival de bobagens. Abrindo as comemorações vem o governo Michel Temer, no qual se incluem deputados e senadores em maioria, ministros, assessores, dirigentes dos partidos da base oficial e quem mais se queira incluir no mundo oficial. Não se relacione, porém, nesse bando de patetas, um único eleitor dos que vão se definir em outubro.

Traduzindo: não há como acreditar que para sair vitorioso das eleições municipais, os detentores do poder deverão adiar para depois da votação a tentativa de o Congresso aprovar o pacote de maldades engendrado nos porões do palácio do Planalto. Sustentam que devem ficar para mais tarde as reformas da Previdência Social, trabalhistas, PEC do teto, renegociação da dívida dos estados, mudança nas regras do pré-sal, limitação da indicação de diretores de estatais e de fundos de pensão, privatizações em massa, redução do número de partidos e sucedâneos – essas e outras capazes de despertar indignação na opinião pública.

Não que imaginem abrir mão dessas maldades, mas, simplesmente, querem protelá-las para que o eleitorado não se vingue votando em seus adversários. Depois da eleição, entendem, tudo será permitido em termos de impopularidade.

CEGA, SURDA E MUDA – Serão tão bobos para imaginar que o cidadão comum deixe de perceber a manobra? Estaria a sociedade iludida a ponto de imaginar-se cega, surda e muda?

Que o governo prepara violências, está à vista de todos. Ainda por cima, tentam enganar-nos ocultando suas verdadeiras intenções.

Podem preparar-se para o maior dos sustos com o resultado das urnas. Ficará claro que o povo não é bobo. Até porque espalham a receita do que pretendem: enviar a conta da suposta recuperação econômica para os mesmos de sempre, a população menos favorecida e mais sacrificada. Não perdem por esperar, venha o eleitorado a votar nos seus contrários ou, melhor solução ainda, a não votar…

Posted in C. Chagas